04/12/2013 - 15h12
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil

“Os Anjos do Picadeiro surgiu da necessidade do encontro, de um espaço de troca. Boa parte da nossa programação sempre foi ao ar livre, mas neste momento de grandes eventos, de protestos, quisemos aproveitar para vivenciar a questão da rua, para reafirmá-la como espaço de trabalho”, disse o artista. “Ao pagar para um artista de rua, você está exercendo sua cidadania, sem intermediação, é uma forma de financiamento direto, em que você escolhe o que quer ver”, completou.
João Artigos lamentou que algumas pessoas menosprezem a arte de rua. “A gente não tem a cultura do chapéu, a gente não reconhece esse artista por imaginar que ele está na rua por falta de opção, quando na verdade esta é uma opção estética de sobrevivência”, argumentou ele, ao mencionar dois artistas de rua europeus que nunca haviam se apresentado em um palco até participarem do encontro. “Eles se apresentaram pela primeira vez em um teatro aqui. Os caras tiram [faturam] mil euros em um domingo”, acrescentou.

“As palhaceatas são ótimas, porque atravessamos pelo meio da população e a galera participa. É como se fosse um carnaval antecipado”, contou o ator e diretor Sérgio Machado, que também é professor de uma das oficinas.
O professor ressaltou que embora o clima do encontro seja de desconcentração e espontaneidade, é preciso muita seriedade para formar e difundir as artes do riso e da comicidade. “Apesar de ser uma palhaçada completa, o trabalho é muito sério. As pessoas acham que muita coisa está sendo criada ali na hora, mas, na verdade, é técnica, é fazer com que o público acredite que as ações são improvisadas”, explicou ao ressaltar que os palhaços dedicam horas de ensaios diários para os números.

A próxima palhaceata será em Madureira, zona norte, na sexta-feira (6), e a última em Bangu, zona oeste, no sábado, dia de encerramento do encontro. Mais informações estão no site http://www.anjosdopicadeiro.com.br/.
Edição: Talita Cavalcante
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