Em relatório divulgado pelo Rabobank destacou-se que, na última década, o setor lácteo brasileiro foi um dos mais dinâmicos e de rápido crescimento do mundo. A combinação de ganhos saudáveis na produção com importações crescentes forneceu o volume de leite necessário para alimentar um consumo per capita em expansão no Brasil, que ultrapassou a marca dos 170 litros de equivalente-leite por pessoa em 2012.
Como o consumo de laticínios faz parte da cultura e da dieta brasileiras, o crescimento real da renda, que possibilitou a ascensão da nova classe média e os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, trouxeram ganhos consideráveis para a maioria das categorias de produtos lácteos.
Após uma década de rápida evolução, o setor lácteo brasileiro passou por uma desaceleração do crescimento na produção de leite durante o primeiro semestre de 2013. Os ganhos no consumo de laticínios também se tornaram mais moderados, devido a uma economia mais fraca com uma inflação alta, de cerca de 6%. O atual ciclo de crescimento econômico mais lento, inflação e taxas de juros altas podem continuar causando um impacto no apetite crescente do consumidor por leite e derivados e amortecer ainda mais os ganhos contínuos no consumo per capita. Ambas as situações podem afetar as empresas nacionais e multinacionais com interesses ativos no Brasil.
Com a exceção de um breve período em 2007 e 2008, quando houve um excedente de leite que foi canalizado para os mercados internacionais, o Brasil manteve sua posição como importador líquido de leite. Esse fato é digno de destaque porque, mesmo com uma das taxas de crescimento mais rápidas de produção de leite no mundo (entre os grandes mercados) o déficit de leite do Brasil não pôde ser eliminado devido ao dinamismo do consumo interno. A ingestão per capita de produtos lácteos, em termos de equivalente-leite, passou de 115 litros em 2003 para mais de 170 litros em 2012.
Gráfico 1 - Quantidade de equivalente-leite exportada (em milhões de Kg/ano)
Fonte: MDIC; Elaboração: MilkPoint
De acordo com dados do Euromonitor, o consumo de queijo cresceu em torno de 7,1% de 2008 a 2012 em termos de volume. Além disso, o consumo de iogurtes e de leite fermentado cresceu mais de 8%, enquanto o consumo de leite avançou 2,2%, com os fortes ganhos no consumo de UHT sendo parcialmente compensados pelas quedas do leite pasteurizado.
A questão que permanece é se a desaceleração econômica no Brasil trouxe uma mudança na tendência de avanço rápido do consumo de laticínios observada desde 2002. O consumo de produtos do leite em geral expandiu-se consideravelmente entre 2002-2012, passando de 114 litros per capita para mais de 170 litros per capita. No entanto, ainda há muito espaço para crescimento quando se faz uma comparação com países desenvolvidos e até mesmo com a Argentina. Então, a questão é se os ganhos observados na última década serão sustentados no futuro.
Depois de uma queda de 23% no volume das importações no primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período em 2012, os dados do final de ano mostraram que as importações voltaram a acelerar; mesmo assim terminaram 2013 em um nível 10,4% ao de 2012.
A produção de leite já recuperou o seu dinamismo e deve começar a fechar o déficit de oferta nos próximos dois a três anos, particularmente porque o crescimento do consumo provavelmente será mais tímido do que nos últimos cinco anos.
A situação fiscal também limita as oportunidades para crescer os programas de transferência de renda que têm estimulado o consumo no passado. Na medida em que o setor de laticínios brasileiro passa por uma transformação pequena e gradual de sua base de fornecimento, com produtores maiores e mais especializados, o maior rendimento na produção de leite deve tornar-se mais acessível.
As informações são do Rabobank, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
Como o consumo de laticínios faz parte da cultura e da dieta brasileiras, o crescimento real da renda, que possibilitou a ascensão da nova classe média e os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, trouxeram ganhos consideráveis para a maioria das categorias de produtos lácteos.
Após uma década de rápida evolução, o setor lácteo brasileiro passou por uma desaceleração do crescimento na produção de leite durante o primeiro semestre de 2013. Os ganhos no consumo de laticínios também se tornaram mais moderados, devido a uma economia mais fraca com uma inflação alta, de cerca de 6%. O atual ciclo de crescimento econômico mais lento, inflação e taxas de juros altas podem continuar causando um impacto no apetite crescente do consumidor por leite e derivados e amortecer ainda mais os ganhos contínuos no consumo per capita. Ambas as situações podem afetar as empresas nacionais e multinacionais com interesses ativos no Brasil.
Com a exceção de um breve período em 2007 e 2008, quando houve um excedente de leite que foi canalizado para os mercados internacionais, o Brasil manteve sua posição como importador líquido de leite. Esse fato é digno de destaque porque, mesmo com uma das taxas de crescimento mais rápidas de produção de leite no mundo (entre os grandes mercados) o déficit de leite do Brasil não pôde ser eliminado devido ao dinamismo do consumo interno. A ingestão per capita de produtos lácteos, em termos de equivalente-leite, passou de 115 litros em 2003 para mais de 170 litros em 2012.
Gráfico 1 - Quantidade de equivalente-leite exportada (em milhões de Kg/ano)
Fonte: MDIC; Elaboração: MilkPoint
De acordo com dados do Euromonitor, o consumo de queijo cresceu em torno de 7,1% de 2008 a 2012 em termos de volume. Além disso, o consumo de iogurtes e de leite fermentado cresceu mais de 8%, enquanto o consumo de leite avançou 2,2%, com os fortes ganhos no consumo de UHT sendo parcialmente compensados pelas quedas do leite pasteurizado.
A questão que permanece é se a desaceleração econômica no Brasil trouxe uma mudança na tendência de avanço rápido do consumo de laticínios observada desde 2002. O consumo de produtos do leite em geral expandiu-se consideravelmente entre 2002-2012, passando de 114 litros per capita para mais de 170 litros per capita. No entanto, ainda há muito espaço para crescimento quando se faz uma comparação com países desenvolvidos e até mesmo com a Argentina. Então, a questão é se os ganhos observados na última década serão sustentados no futuro.
Depois de uma queda de 23% no volume das importações no primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período em 2012, os dados do final de ano mostraram que as importações voltaram a acelerar; mesmo assim terminaram 2013 em um nível 10,4% ao de 2012.
A produção de leite já recuperou o seu dinamismo e deve começar a fechar o déficit de oferta nos próximos dois a três anos, particularmente porque o crescimento do consumo provavelmente será mais tímido do que nos últimos cinco anos.
A situação fiscal também limita as oportunidades para crescer os programas de transferência de renda que têm estimulado o consumo no passado. Na medida em que o setor de laticínios brasileiro passa por uma transformação pequena e gradual de sua base de fornecimento, com produtores maiores e mais especializados, o maior rendimento na produção de leite deve tornar-se mais acessível.
As informações são do Rabobank, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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