terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

CEPEA: Informativo Café Arábica - Janeiro/2014


postado em 07/02/2014

Indicador avança pelo segundo mês consecutivo

Os preços do arábica subiram pelo segundo mês consecutivo, após acumularem expressivas baixas ao longo de 2013. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, teve média de R$ 289,44/saca de 60 kg em janeiro, forte aumento de 6,4% em relação ao mês anterior. O impulso para a alta interna veio do mercado internacional.

Em janeiro, a média de todos os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foi de 119,65 centavos de dólar por libra-peso, considerável alta de 4,8% em relação a dezembro de 2013. O dólar teve média de R$ 2,383 no mês, elevação de 1,5% na comparação com o anterior.

Volume da safra 14/15 está divergente 

Apesar de ser cedo para definir o tamanho da produção nacional de café na próxima safra (2014/15), o setor, em janeiro, esteve dividido entre estimativas que vão desde 46,5 milhões de sacas até 60 milhões. O volume da temporada brasileira será determinante para projeções com relação a déficit ou excesso do produto em termos mundiais na safra 2014/15.

A distinção entre as estimativas está atrelada à produtividade brasileira, que ainda esteve incerta. No dia 9 de janeiro, a Conab estimou que a produção nacional (arábica e robusta) em 2014/15 deve ficar entre 46,53 e 50,15 milhões de sacas de 60 kg. Esse volume vai desde uma queda de 5,4% até um aumento de 2% em relação às 49,15 milhões de sacas colhidas na atual temporada (2013/14). Também no início de janeiro, estimativas de empresas privadas, que anteriormente mostravam produção de até 60 milhões de sacas, passaram a indicar volume de 51 milhões de sacas, e muitos agentes também reduziram suas expectativas.

Quanto à produtividade, o clima quente e seco predominou em janeiro em áreas produtoras do País, sobretudo em algumas praças de Minas Gerais e de São Paulo, o que deixou produtores em alerta e poderá comprometer o rendimento da safra de arábica. Em janeiro, as plantas estão em fase de granação e necessitam de um bom volume de chuvas, sobretudo generalizado, para o desenvolvimento dos grãos. Além disso, os baixos preços registrados em 2013 desanimaram produtores e boa parte optou por reduzir os investimentos para a temporada 2014/15. Alguns cafeicultores realizaram o “esqueletamento”, sobretudo os das regiões Sul de Minas Gerais, Zona da Mata (MG) e Noroeste do Paraná. Com isso, a produtividade está distinta entre as regiões produtoras.

Caso uma produção abaixo de 50 milhões de sacas – como a apontada pela Conab – se confirme, o cenário de oferta versus demanda ficaria bastante justo, sinalizando até mesmo um possível déficit do grão no Brasil e redução dos estoques mundiais. Neste cenário, os preços do café poderiam até se recuperar, pelo menos parcialmente.

Colaboradores consultados pelo Cepea estão divididos. No geral, muitos acreditam que a produção não ficará abaixo das 50 milhões de sacas, mas que, também, dificilmente atingirá 60 milhões de sacas. Caso o volume totalize entre 50 e 55 milhões de sacas, o cenário seria um pouco mais confortável, mas, ainda assim, não possibilitaria grande excedente nacional do grão.

As informações são do CEPEA, adaptadas pelo CafePoint

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