Em 'Iraque, dos primórdios à procura de um destino', Bernardo de Azevedo Brito conta a história do país desde 1921 até os dias atuais. Ele reabriu a embaixada brasileira em Bagdá na década passada.
São Paulo – O embaixador Bernardo de Azevedo Brito lança esta semana o livro Iraque: dos primórdios à procura de um destino, que conta a história do país desde 1921 até os dias de hoje. O diplomata foi embaixador do Brasil na nação árabe de 2006 a 2011 e acompanhou de perto a realidade local.
A obra publicada pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) será lançada oficialmente no dia 10, às 19 horas, na Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis, onde Brito mora, mas no dia 09 ele estará às 10 horas naCâmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, para fazer uma apresentação sobre o livro.
A obra publicada pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) será lançada oficialmente no dia 10, às 19 horas, na Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis, onde Brito mora, mas no dia 09 ele estará às 10 horas naCâmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, para fazer uma apresentação sobre o livro.
Brito dá entrevista à TV iraquiana em 2008
“O livro fala do Iraque desde [Winston] Churchill [então secretário de Estado das Colônias Britânicas], em 1921, até agora, e mostra que os problemas de hoje já existiam naquela época”, afirmou o embaixador por telefone à ANBA. As fronteiras definidas sob influência britânica colocaram no mesmo território três grandes grupos étnicos e religiosos, os curdos, os árabes sunitas e os árabes xiitas, o que, na avaliação de Brito, tornou “difícil a formação de uma nação, e isso se reflete até hoje”.
A obra aborda os diferentes momentos da história moderna da região, começando pela monarquia imposta pelos ingleses, passando pela república e o regime de Saddam Hussein, a Guerra Irã-Iraque, a invasão do Kuwait, as sanções que se seguiram, a invasão norte-americana de 2003 e os acontecimentos mais recentes que afetaram o país e o mundo árabe.
Brito diz, por exemplo, que a Primavera Árabe mostrou que a população consegue mudar regimes ditatoriais no Oriente Médio “sem a necessidade de intervenção externa”. “O povo encontra sua solução”, afirmou. Para ele, a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos “foi uma agressão”.
Realidade
O embaixador decidiu escrever o livro para trazer à luz ao leitor brasileiro uma realidade pouco conhecida, para além da violência sectária que marcou o país após a invasão norte-americana. “Há atentados, há a insatisfação da minoria sunita, existem problemas, mas há também outra realidade”, declarou.
De acordo com o diplomata, fazem parte desta outra realidade uma economia em expansão e a recuperação da indústria do petróleo. “É um país próspero e de grandes perspectivas na região”, destacou. Mesmo na seara política Brito vê avanços. Para ele, a jovem democracia iraquiana é problemática, mas é uma democracia, e a Constituição de 2005 “é bastante avançada”.
Ela é avançada, diz Brito, na medida em que prevê um instrumento chamado “geometria variável” que, em tese, permite que diferentes regiões do país tenham autonomia sem que isto signifique a separação da união. “É que no Iraque e no Oriente Médio há mais do que o princípio de ‘um homem, um voto’, há também a questão das minorias”, destacou.
O embaixador se diz “otimista” com o futuro do país. “Eu diria que o livro é realista, mas há uma dose equilibrada de otimismo”, ressaltou. A obra, em sua avaliação, deve interessar a acadêmicos e a empresários que querem fazer negócios no Iraque. “As empresas brasileiras devem ter uma presença maior no país, mas eu dou elementos para uma presença consciente, uma perspectiva das dificuldades”, acrescentou.
Brito foi o principal incentivador da participação de companhias brasileiras em feiras na região do Curdistão, no norte do Iraque, primeiro em Suleimaniyah e depois em Erbil. A Câmara Árabe, o Itamaraty e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) organizam anualmente o estande do Brasil na Feira Internacional de Erbil, que em 2014 será realizada de 22 a 25 de setembro.
Brito entrou na carreira diplomática em 1958, trabalhou nas embaixadas brasileiras em Copenhague, na Dinamarca, e Oslo, na Noruega, e foi cônsul em Sevilha, na Espanha. Ele integrou a missão Brasileira na ONU, foi representante do País na Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e embaixador do Brasil em Zâmbia, Zimbábue, Finlândia e Estônia.
O embaixador, que hoje tem 78 anos, se aposentou após ter servido como chefe do escritório de representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, órgão que ele mesmo inaugurou em 2004. Foi chamado de volta à ativa para reabrir a embaixada brasileira em Bagdá, que estava fechada desde o início dos anos 90. “Sou duas vezes aposentado”, brincou.
Serviço
Iraque, dos primórdios à procura de um destino
Bernardo de Azevedo Brito
Editora UFSC
376 páginas
Preço: R$ 58,00
Onde comprar: www.editora.ufsc.br
Lançamento
A obra aborda os diferentes momentos da história moderna da região, começando pela monarquia imposta pelos ingleses, passando pela república e o regime de Saddam Hussein, a Guerra Irã-Iraque, a invasão do Kuwait, as sanções que se seguiram, a invasão norte-americana de 2003 e os acontecimentos mais recentes que afetaram o país e o mundo árabe.
Brito diz, por exemplo, que a Primavera Árabe mostrou que a população consegue mudar regimes ditatoriais no Oriente Médio “sem a necessidade de intervenção externa”. “O povo encontra sua solução”, afirmou. Para ele, a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos “foi uma agressão”.
Realidade
O embaixador decidiu escrever o livro para trazer à luz ao leitor brasileiro uma realidade pouco conhecida, para além da violência sectária que marcou o país após a invasão norte-americana. “Há atentados, há a insatisfação da minoria sunita, existem problemas, mas há também outra realidade”, declarou.
De acordo com o diplomata, fazem parte desta outra realidade uma economia em expansão e a recuperação da indústria do petróleo. “É um país próspero e de grandes perspectivas na região”, destacou. Mesmo na seara política Brito vê avanços. Para ele, a jovem democracia iraquiana é problemática, mas é uma democracia, e a Constituição de 2005 “é bastante avançada”.
Ela é avançada, diz Brito, na medida em que prevê um instrumento chamado “geometria variável” que, em tese, permite que diferentes regiões do país tenham autonomia sem que isto signifique a separação da união. “É que no Iraque e no Oriente Médio há mais do que o princípio de ‘um homem, um voto’, há também a questão das minorias”, destacou.
O embaixador se diz “otimista” com o futuro do país. “Eu diria que o livro é realista, mas há uma dose equilibrada de otimismo”, ressaltou. A obra, em sua avaliação, deve interessar a acadêmicos e a empresários que querem fazer negócios no Iraque. “As empresas brasileiras devem ter uma presença maior no país, mas eu dou elementos para uma presença consciente, uma perspectiva das dificuldades”, acrescentou.
Brito foi o principal incentivador da participação de companhias brasileiras em feiras na região do Curdistão, no norte do Iraque, primeiro em Suleimaniyah e depois em Erbil. A Câmara Árabe, o Itamaraty e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) organizam anualmente o estande do Brasil na Feira Internacional de Erbil, que em 2014 será realizada de 22 a 25 de setembro.
Brito entrou na carreira diplomática em 1958, trabalhou nas embaixadas brasileiras em Copenhague, na Dinamarca, e Oslo, na Noruega, e foi cônsul em Sevilha, na Espanha. Ele integrou a missão Brasileira na ONU, foi representante do País na Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e embaixador do Brasil em Zâmbia, Zimbábue, Finlândia e Estônia.
O embaixador, que hoje tem 78 anos, se aposentou após ter servido como chefe do escritório de representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, órgão que ele mesmo inaugurou em 2004. Foi chamado de volta à ativa para reabrir a embaixada brasileira em Bagdá, que estava fechada desde o início dos anos 90. “Sou duas vezes aposentado”, brincou.
Serviço
Iraque, dos primórdios à procura de um destino
Bernardo de Azevedo Brito
Editora UFSC
376 páginas
Preço: R$ 58,00
Onde comprar: www.editora.ufsc.br
Lançamento
Quarta-feira, 09/04, às 10 horas
Local: Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Av. Paulista, 326, 11º andar, Bela Vista São Paulo, SP
O evento é voltado apenas para associados da Câmara, convidados e jornalistas
Mais informações: (11) 3283-4066, ou pelo e-mail members@ccab.org.br
Quinta-feira, 10/04, às 19 horas
Local: Fundação Badesc, Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis, SC
Tel.: (048) 3224-8846
Site: http://fundacaoculturalbadesc.com/
Local: Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Av. Paulista, 326, 11º andar, Bela Vista São Paulo, SP
O evento é voltado apenas para associados da Câmara, convidados e jornalistas
Mais informações: (11) 3283-4066, ou pelo e-mail members@ccab.org.br
Quinta-feira, 10/04, às 19 horas
Local: Fundação Badesc, Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis, SC
Tel.: (048) 3224-8846
Site: http://fundacaoculturalbadesc.com/
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