Diário da Manhã
Thiago Costa Dias
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, e o segundo maior consumidor do produto, apresentando, atualmente, um parque cafeeiro estimado em 2,311 milhões de hectares.A safra de 2013, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foi de 49,15 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado. O total da produção nacional do grão esta predominantemente concentrada em mini e pequenos produtores, que, fazendo parte de associações e cooperativas, conseguem comercializar sua produção e garantir sua participação no mercado.
O país sempre se destacou na produção, consumo e exportação de café, produto este que é o mais tradicional de nossa balança comercial, aparecendo nela desde meados do século XVII. O cultivo das mudas de café se adaptou rapidamente ao solo e clima nacionais e se expandiu por todo o território Brasileiro. Em 1830, o café já era o principal produto brasileiro de exportação. Hoje, o grão é produzido em mais de 15 Estados, com especial destaque para Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia.
Segundo a consultoria MerconCoffeeGroup, a safra brasileira de café 2014/15, em fase inicial de colheita, foi revisada para 50,50 milhões de sacas. O resultado corresponde a uma queda de 8,35% (4,95 milhões de sacas) em relação à estimativa anterior, de dezembro passado. Em comparação com a safra 2013/2014, a projeção indica redução de 6,15 milhões de sacas, ou seja, 8,51%. A redução da produção é atribuída àestiagem atípica no verão, com elevada temperaturas, principalmente entre janeiro e fevereiro. Os principais importadores do café brasileiro são a Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão e Bélgica.
No mesmo clima instável, a Organização Internacional do Café (OIC) divulgou dados sobre as exportações mundiais do ano cafeeiro 2013/2014 (outubro 2013 a abril 2014), que marcaram uma redução de aproximadamente 3,4% na comercialização do grão, se comparado com o mesmo período da safra 2012/2013. A instituição computou nos últimos 12 meses, encerrados em abril do corrente ano, um total global de 68,99 milhões de sacas de café arábica (Coffeaarabica L.) exportadas e um embarque de café robusta/conilon (CoffeaCanephora) no total de 40,64 milhões de sacas. Os principais tipos de café exportados são o café verde, o café solúvel, o café torrado e moído, além dos extratos, essências e concentrados.
O produtor nacional de café possui ao seu alcance o chamado Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), este criado pelo Decreto-Lei nº 2.295/86 e reestruturado pelo Decreto nº 94.874/87. O fundo, com recursos anuais da ordem de R$ 3,160 bilhões de reais, visa auxiliar o produtor nacional desenvolvendo pesquisas agrícolas e estudos de mercado para o café brasileiro, dando o devido incentivo à produção e produtividade do produto, a qualificação da mão de obra que trabalha nas diversas etapas desde o cultivo à comercialização/exportação e a criação e suporte da publicidade e promoção dos cafés brasileiros, tanto no mercado nacional quanto no internacional. O Funcafé também disponibiliza linhas de financiamento e crédito para o custeio, colheita, estocagem e aquisição de café, entre outros instrumentos de políticas agrícolas que tocam diretamente o setor cafeeiro nacional.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) têm participação estratégica na produção e comercialização de café no País. Dentre suas principais atividades, o Mapa e outras 40 instituições participantes estabeleceram o Consórcio Pesquisa Café, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esta iniciativa é destinada a fortalecer a cafeicultura brasileira através da criação e uso de novas tecnologias na lavoura nacional, a promoção de ações vinculadas à sustentabilidade do setor, e medidas que garantam a competitividade do café brasileiro.
Dentre outras áreas, esse consórcio trabalha coma geração de cultivares com alto potencial de produtividade e qualidade, aliando características desejáveis para a produção, tais como a tolerância à seca e aos extremos térmicos, aperfeiçoamento do sistema radicular, maturação diferenciada para colheita escalonada e resistência a pragas e doenças.
Vale ressaltar que existem questões sociais e ambientais sensíveis relacionadas ao cultivo do café no Brasil, havendo uma preocupação em garantir a produção de um café sustentável, com a devida inclusão social dos produtores, a adoção de rígidas legislações trabalhistas e ambientais, e o respeito à biodiversidade no campo de forma a garantir a qualidade do produto final. O café brasileiro é visto como um símbolo bem-sucedido do agribusiness nacional, e deve, assim, ter sua produção administrada para manter-se com forte presença internacional e garantir características qualitativas que auxiliem os produtores nas negociações de contratos de exportação direta ou indireta.
(Thiago Costa Dias, mestre em Relações Internacionais pela Université de Liège - Bélgica)
Thiago Costa Dias
O produtor nacional de café possui ao seu alcance o chamado Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), este criado pelo Decreto-Lei nº 2.295/86 e reestruturado pelo Decreto nº 94.874/87. O fundo, com recursos anuais da ordem de R$ 3,160 bilhões de reais, visa auxiliar o produtor nacional desenvolvendo pesquisas agrícolas e estudos de mercado para o café brasileiro, dando o devido incentivo à produção e produtividade do produto, a qualificação da mão de obra que trabalha nas diversas etapas desde o cultivo à comercialização/exportação e a criação e suporte da publicidade e promoção dos cafés brasileiros, tanto no mercado nacional quanto no internacional. O Funcafé também disponibiliza linhas de financiamento e crédito para o custeio, colheita, estocagem e aquisição de café, entre outros instrumentos de políticas agrícolas que tocam diretamente o setor cafeeiro nacional.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) têm participação estratégica na produção e comercialização de café no País. Dentre suas principais atividades, o Mapa e outras 40 instituições participantes estabeleceram o Consórcio Pesquisa Café, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esta iniciativa é destinada a fortalecer a cafeicultura brasileira através da criação e uso de novas tecnologias na lavoura nacional, a promoção de ações vinculadas à sustentabilidade do setor, e medidas que garantam a competitividade do café brasileiro.
Dentre outras áreas, esse consórcio trabalha coma geração de cultivares com alto potencial de produtividade e qualidade, aliando características desejáveis para a produção, tais como a tolerância à seca e aos extremos térmicos, aperfeiçoamento do sistema radicular, maturação diferenciada para colheita escalonada e resistência a pragas e doenças.
Vale ressaltar que existem questões sociais e ambientais sensíveis relacionadas ao cultivo do café no Brasil, havendo uma preocupação em garantir a produção de um café sustentável, com a devida inclusão social dos produtores, a adoção de rígidas legislações trabalhistas e ambientais, e o respeito à biodiversidade no campo de forma a garantir a qualidade do produto final. O café brasileiro é visto como um símbolo bem-sucedido do agribusiness nacional, e deve, assim, ter sua produção administrada para manter-se com forte presença internacional e garantir características qualitativas que auxiliem os produtores nas negociações de contratos de exportação direta ou indireta.
(Thiago Costa Dias, mestre em Relações Internacionais pela Université de Liège - Bélgica)
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