Em meados de maio, a Conab divulgou a segunda estimativa referente à produção em 2014/15, que foi considerada coerente por agentes consultados pelo Cepea. A produção brasileira de café (arábica e robusta) na safra 2014/15 foi prevista em 44,57 milhões de sacas de 60 kg, diminuição de 9,33% em relação à colhida na temporada 2013/14. Colaboradores do Cepea lembram que também haverá queda na qualidade do grão da safra 2014/15. Apesar de os números totais terem sido bem recebidos pelo setor, há agentes que acreditam que a produção de arábica pode ser ainda menor que a apontada pela Companhia, enquanto a de robusta, superior. Isso porque, para o arábica, agentes consultados pelo Cepea acreditam que os efeitos da estiagem podem ter sido mais severos que os apontados pela Conab. Quanto ao robusta, uma parcela dos colaboradores acredita que a produção no Espírito Santo pode apresentar rendimento ainda maior. Caso o volume estimado pela Conab se confirme, a produção brasileira será a menor desde a safra 2011/12.
Para o arábica, além da queda na produção, há o receio de que seja baixa a oferta de café de boa qualidade nas regiões que não contam com irrigação. Os prejuízos são decorrentes do clima quente e seco que atingiu a maior parte das lavouras brasileiras de café no início deste ano, da inversão da bienalidade em algumas praças produtoras e também das podas realizadas em algumas regiões, como a Zona da Mata e o Noroeste do Paraná. A região do Sul de Minas Gerais tem sido bastante afetada nesta temporada, devido a forte estiagem observada nos primeiros meses do ano e também à queda na área em produção, devido ao aumento das podas, sobretudo do esqueletamento. Na Zona da Mata mineira, a situação é mais alarmante. A Conab aponta que a forte de produção está atrelada ao clima adverso, à bienalidade negativa na região e ao aumento nas podas, com diminuição da área em produção. Para essa região, a opinião de agentes consultados pelo Cepea é divergente. Alguns apostam que o volume estimado pela Conab está condizente, enquanto outros acreditam em produção ainda menor. No Paraná, a maior perda foi em área, tendo em vista que apenas 59% da área total no estado está produzindo nesta temporada.
Agentes locais confirmam que a redução da área no Paraná foi expressiva porque boa parte dos produtores retirou os cafezais após as geadas, enquanto outros realizaram podas por conta dos baixos preços em 2013. No estado de São Paulo, por sua vez, houve aumento de produção do arábica. O estado ainda conta com forte bienalidade entre as safras e o ciclo atual é de alta. Já para o Cerrado Mineiro, o cenário é mais positivo. É esperado aumento em produção, devido à bienalidade positiva e ao aumento na área em produção. Houve, também, entrada de novas áreas que estavam em formação e renovação. Além disso, a região conta com boa parte das lavouras irrigadas, o que reduziu os danos pela estiagem. No entanto, colaboradores consultados pelo Cepea não apostam que a produção possa aumentar na proporção apontada pela Conab, visto que mesmo com irrigação, os efeitos da estiagem foram sentidos principalmente nas áreas que contaram com menor volume de chuvas.
Após cinco meses de alta, Indicador recua mais de 4% no mês
Os preços do café arábica recuaram com força em maio no físico brasileiro. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, teve média de R$ 429,27/saca de 60 kg em maio, queda de 4,5% em relação ao mês anterior. A pressão veio da queda nas cotações internacionais da variedade e também do início da colheita de arábica no Brasil. A média de todos os contratos naBolsa de Nova York (ICE Futures) foi de 187,67 centavos de dólar por librapeso em maio, forte baixa de 6,7% em relação a abril. O dólar teve média de R$ 2,221 no mês, ligeiro recuo de 0,5% na comparação com o de abril.
Informações: Cepea.
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