- 09/07/2014 07h22
- Londres
Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto
A Anistia Internacional advertiu hoje (9) que a política migratória dos países da União Europeia (UE) põe em risco a vida e os direitos dos refugiados.
Em comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, destaca que a política de imigração e o forte controle das fronteiras impedem aos refugiados o acesso à UE.
As medidas comunitárias "são questionáveis" e o custo em termos de vidas humanas "é incalculável", declarou o diretor do Programa para a Europa e Ásia Central da Anistia Internacional, John Dalhuisen.
O controle das fronteiras implica custos multimilionários para os Estados-Membros, que investem todos os anos em sistemas de vigilância sofisticados, de acordo com o relatório da organização O Custo Humano da Fronteira na Europa: As Violações dos Direitos Humanos de Migrantes e Refugiados nas Fronteiras Europeias.
Segundo a Anistia Internacional, a UE gastou quase 2 bilhões de euros na proteção das fronteiras externas entre 2007 e 2013 e 700 milhões de euros para melhorar a situação das pessoas que pediram asilo dentro das fronteiras comunitárias, no mesmo período.
A organização denuncia que os países da UE cooperam e financiam países vizinhos, como a Turquia, o Marrocos e a Líbia, para impedir que os refugiados cheguem à Europa.
"Basicamente, os países da UE pagam aos países vizinhos para que vigiem por eles as suas fronteiras", disse Dalhuisen. O problema é que esses países não podem, às vezes, garantir os direitos dos refugiados, acrescentou.
De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, o número de deslocados é atualmente o mais elevado desde o fim da 2ª Guerra Mundial.
A organização acrescenta que quase metade dos refugiados que procuram entrar na UE fogem do conflito ou de perseguições em países como a Síria, o Afeganistão, a Eritreia ou Somália.
Considerando os obstáculos existentes no caminho para a Europa, os refugiados escolhem a maneira mais perigosa de atingir o objetivo, fazendo o trajeto por mar, até a Grécia ou Itália, lembra a Anistia Internacional.
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