As técnicas de fertilização in vitro e inseminação artificial, aliadas às pesquisas demelhoramento genético, têm elevado a produção de leite em Minas Gerais. No Estado, a média produtiva saltou de 7 litros em 2006, para 14 litros por animal/dia neste ano. No Brasil, o volume diário é de 5 litros por animal.
A produtividade do plantel mineiro, atualmente, é comparada à do neozelandês, maior exportador lácteo do mundo. Para chegar a esse patamar, pesquisadores locais vêm trabalhando com a mistura das raças Gir e Holandês, consideradas as melhores da pecuária leiteira.
“A maior parte da produção do Estado é sustentada pelo gado mestiço, que representa 80% do rebanho. Trabalhamos com ele, porque nossas fazendas têm um ambiente rústico, então, os novilhos herdam do Gir a resistência e, do Holandês, a capacidade de produzir. O resultado é um animal que produz bem em um ambiente com muitas limitações”, afirma o veterinário e pesquisador especialista em melhoramento da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), Alberto Marcatti.
Desafios
A profissionalização da produção leiteira no Estado consolida a liderança mineira no ranking nacional. Segundo o diretor da FAEMG e presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Rodrigo Alvim, Minas responde por 28,7% do total de leite produzido em todo o país.
“Os destaques ficam com as regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, que não tinham tradição na pecuária. Quando praticavam alguma atividade, era de corte. Mas, hoje, correspondem à maior bacia leiteira do Estado, com 30% da produção”, diz Alvim.
De acordo com ele, a qualidade do leite tem sido uma preocupação constante e a motivação para a criação de vários programas de melhoramento.
“Mas, a carência fica sempre na questão da assistência técnica. Precisamos ser mais competitivos, reduzir custos de produção e isso é difícil de fazer sem esse amparo. No caso do leite, então, é mais importante ainda, já que mais de 70% dos produtores brasileiros são de pequeno porte”, diz Alvim.
Desequilíbrio
Outro desafio, atualmente, é estimular o acesso dos pecuaristas às novas tecnologias empregadas no incremento da produção, porque, na avaliação de especialistas, o futuro da produção de leite, não apenas em Minas, mas em todo o mundo, é, de fato, pelas vias da genética.
Segundo um estudo da International Farm Comparison Network, rede global de pesquisadores econômicos, até 2030, a relação entre oferta e demanda do produto tenderá a ser desproporcional.
Isso porque o aumento da população e a melhoria da qualidade de vida nos países emergentes levarão ao aumento do consumo em uma velocidade superior à da produção.
“A demanda por alimentos é crescente, mas não podemos aumentar o rebanho, é uma questão de espaço, de alimentação. O que temos que fazer é desenvolver tecnologias que façam o animal produzir mais”, diz Mascatti.
Sêmen sexado favorece fêmeas
Dentre as técnicas que vêm sendo trabalhadas em Minas Gerais para o aumento da produção e da qualidade do leite, o uso de biotecnologia é a mais comum, especificamente transferência de embrião e fertilização in vitro (FIV). As duas práticas permitem que as crias tenham um desempenho igual ou superior ao de seus genitores.
Uma das empresas referência no assunto é a Alta Genetics, no Triângulo. Com sede no Canadá, a companhia instalou-se em Uberaba devido à tradição produtiva do Estado.
“Minas é e sempre foi o maior produtor de leite do país. As associações das principais raças produtoras – Gir, Holandês e Girolando – estão sediadas aqui. Isso favorece o jogo de informação para os trabalhos de genética”, afirma o gerente de Produto Leite da Alta Genetics, Guilherme Marquez.
O coordenador técnico de Bovinocultura da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), José Alberto de Ávila Pires, explica que, até alguns anos atrás, predominava o sistema de monta natural, ou seja, a vaca era acasalada por um macho de qualidade não comprovada. “Dávamos um tiro no escuro. Com a FIV, pegamos uma vaca excepcional e introduzimos o sêmen de um touro do mesmo patamar”, afirma .
Outro processo que está chegando ao mercado é a implantação de sêmen sexado, que oferece até 90% de garantia de que o filhote será fêmea, aumentando a oferta de vacas leiteiras no rebanho. “Com essa inovação, a tendência é de que o custo para o consumidor final da vaca melhorada caia, já que teremos maior oferta de animais de qualidade”, diz Pires.
Repercussão
Segundo o coordenador do programa estadual de cadeia produtiva Minas Leite, Rodrigo Venturin, o Estado é, hoje, o maior detentor da genética bovina leiteira do Brasil. Aos poucos e por meio de iniciativas públicas, novas tecnologias vão sendo levadas aos pecuaristas mineiros.
“Estamos orientando os produtores a comprar animais de genética superior para produzir leite e bezerros de qualidade”.
As informações são do jornal Hoje em Dia
A produtividade do plantel mineiro, atualmente, é comparada à do neozelandês, maior exportador lácteo do mundo. Para chegar a esse patamar, pesquisadores locais vêm trabalhando com a mistura das raças Gir e Holandês, consideradas as melhores da pecuária leiteira.
“A maior parte da produção do Estado é sustentada pelo gado mestiço, que representa 80% do rebanho. Trabalhamos com ele, porque nossas fazendas têm um ambiente rústico, então, os novilhos herdam do Gir a resistência e, do Holandês, a capacidade de produzir. O resultado é um animal que produz bem em um ambiente com muitas limitações”, afirma o veterinário e pesquisador especialista em melhoramento da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), Alberto Marcatti.
Desafios
A profissionalização da produção leiteira no Estado consolida a liderança mineira no ranking nacional. Segundo o diretor da FAEMG e presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Rodrigo Alvim, Minas responde por 28,7% do total de leite produzido em todo o país.
“Os destaques ficam com as regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, que não tinham tradição na pecuária. Quando praticavam alguma atividade, era de corte. Mas, hoje, correspondem à maior bacia leiteira do Estado, com 30% da produção”, diz Alvim.
De acordo com ele, a qualidade do leite tem sido uma preocupação constante e a motivação para a criação de vários programas de melhoramento.
“Mas, a carência fica sempre na questão da assistência técnica. Precisamos ser mais competitivos, reduzir custos de produção e isso é difícil de fazer sem esse amparo. No caso do leite, então, é mais importante ainda, já que mais de 70% dos produtores brasileiros são de pequeno porte”, diz Alvim.
Desequilíbrio
Outro desafio, atualmente, é estimular o acesso dos pecuaristas às novas tecnologias empregadas no incremento da produção, porque, na avaliação de especialistas, o futuro da produção de leite, não apenas em Minas, mas em todo o mundo, é, de fato, pelas vias da genética.
Segundo um estudo da International Farm Comparison Network, rede global de pesquisadores econômicos, até 2030, a relação entre oferta e demanda do produto tenderá a ser desproporcional.
Isso porque o aumento da população e a melhoria da qualidade de vida nos países emergentes levarão ao aumento do consumo em uma velocidade superior à da produção.
“A demanda por alimentos é crescente, mas não podemos aumentar o rebanho, é uma questão de espaço, de alimentação. O que temos que fazer é desenvolver tecnologias que façam o animal produzir mais”, diz Mascatti.
Sêmen sexado favorece fêmeas
Dentre as técnicas que vêm sendo trabalhadas em Minas Gerais para o aumento da produção e da qualidade do leite, o uso de biotecnologia é a mais comum, especificamente transferência de embrião e fertilização in vitro (FIV). As duas práticas permitem que as crias tenham um desempenho igual ou superior ao de seus genitores.
Uma das empresas referência no assunto é a Alta Genetics, no Triângulo. Com sede no Canadá, a companhia instalou-se em Uberaba devido à tradição produtiva do Estado.
“Minas é e sempre foi o maior produtor de leite do país. As associações das principais raças produtoras – Gir, Holandês e Girolando – estão sediadas aqui. Isso favorece o jogo de informação para os trabalhos de genética”, afirma o gerente de Produto Leite da Alta Genetics, Guilherme Marquez.
O coordenador técnico de Bovinocultura da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), José Alberto de Ávila Pires, explica que, até alguns anos atrás, predominava o sistema de monta natural, ou seja, a vaca era acasalada por um macho de qualidade não comprovada. “Dávamos um tiro no escuro. Com a FIV, pegamos uma vaca excepcional e introduzimos o sêmen de um touro do mesmo patamar”, afirma .
Outro processo que está chegando ao mercado é a implantação de sêmen sexado, que oferece até 90% de garantia de que o filhote será fêmea, aumentando a oferta de vacas leiteiras no rebanho. “Com essa inovação, a tendência é de que o custo para o consumidor final da vaca melhorada caia, já que teremos maior oferta de animais de qualidade”, diz Pires.
Repercussão
Segundo o coordenador do programa estadual de cadeia produtiva Minas Leite, Rodrigo Venturin, o Estado é, hoje, o maior detentor da genética bovina leiteira do Brasil. Aos poucos e por meio de iniciativas públicas, novas tecnologias vão sendo levadas aos pecuaristas mineiros.
“Estamos orientando os produtores a comprar animais de genética superior para produzir leite e bezerros de qualidade”.
As informações são do jornal Hoje em Dia
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