terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Projeto visa sistematizar e divulgar informações de 190 comunidades quilombolas


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terça-feira, 24 Fevereiro, 2015 - 10:45
Foto: Leonardo Melgarejo/ MDA
O Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (NEAD/MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vão sistematizar informações de 190 comunidades quilombolas em processo de titulação. A pesquisa, iniciada recentemente, está prevista para ser concluída em 2016. Nos dias 25 e 26 deste mês de fevereiro, ocorre a primeira reunião de trabalho da equipe, em Belo Horizonte (MG).  
O projeto está estruturado em cinco etapas: análise e sistematização do material; elaboração de fascículos com as informações principais sobre cada comunidade; criação do banco de dados; seminários sobre o tema; e um livro com todos os dados da pesquisa reunidos por região e características.
Por meio do projeto “Formulação de uma linguagem pública sobre comunidades quilombolas”, será construído um banco de dados com aspectos como o histórico de ocupação dos locais; a caracterização do território; principais conflitos em questão; atividades produtivas essenciais e potenciais; modos de viver do grupo; saberes e fazeres da comunidade. O objeto de análise são laudos antropológicos de comunidades quilombolas em situação de regularização territorial, produzidos pelo Incra.
“Com base nesse acervo, o projeto dará mais visibilidade às comunidades e facilitará, à sociedade em geral, o acesso ao conhecimento e a informações relevantes dos territórios”, ressalta Fátima Brandalise, coordenadora do NEAD.
Reconhecimento
Isabelle Picelli, coordenadora substituta da Coordenação-Geral de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra, destaca que o projeto vai contribuir para o reconhecimento dessas comunidades como formadoras da nação brasileira. “A importância de divulgar os dados contidos nos relatórios antropológicos é, primeiramente, poder transpor o conhecimento científico dos relatórios para uma linguagem acessível aos não especialistas: as próprias comunidades quilombolas, gestores locais, público escolar. Com isso, queremos disseminar as histórias de manutenção e resistência dos grupos quilombolas para a população mais ampla, e estimular que este material seja apropriado e divulgado também pelas comunidades”, acrescentou.
De acordo com Lilian Gomes, coordenadora técnica do projeto por meio do Observatório da Justiça Brasileira (OJB) da UFMG, a intenção é traçar um diálogo amplo com as comunidades quilombolas e movimentos sociais relacionados. Também participam da iniciativa o Núcleo de Estudos sobre Populações Quilombolas e Tradicionais (NUQ) e o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), ambos da universidade mineira.
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