Com investimento de R$ 12 milhões, as 138 unidades da Vila São Miguel, em Itaquaquecetuba, são destinadas a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil
SÃO PAULO, HABITAÇÃO
José Nilton de Souza sentiu-se duplamente orgulhoso na entrega de 138 apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida Entidades na Vila São Miguel, em Itaquaquecetuba (SP), Grande São Paulo, neste sábado (25). Além de receber as chaves de um apartamento de dois quartos, ele participou dos mutirões da construção da vila. "Descobri que podia construir meu sonho e o de outras pessoas", afirmou ele, que trocou a profissão de mecânico para trabalhar como encarregado de obras da Vila São Miguel.
Desde sábado, José Nilton substituiu um aluguel de R$ 350 por prestações mensais de R$ 45. Esta obra acabou, mas ele seguirá para o canteiro de obras de outro projeto de mutirão na mesma cidade. Demanda não falta. Hoje, mais 2,4 mil unidades do Minha Casa Minha Vida estão em construção na cidade. E segundo a prefeitura, em torno de 160 mil dos 330 mil habitantes da Itaquaquecetuba vivem em áreas de assentamento irregular (48% do total).
Entre os sonhos que José Nilton ajudou a construir está o de Maria Aparecida Oliveira Souza, que comemorou o recebimento das chaves no parquinho da vila com as filhas Isabelle, de 8 anos, e Ariel, 17.
Depois da casa própria, seu novo projeto é montar um salão de beleza na região. "Nas redondezas não vi nenhum salão. Vou cuidar da beleza de minhas vizinhas e das finanças da vila, porque serei subsíndica."
Para assumir a função no condomínio, Maria Aparecida fez um curso oferecido aos moradores pela CAIXA e o Centro de Promoção Humana e Cidadania, ONG parceira na execução do projeto.
Exemplo de cidadania
Na Vila São Miguel foram investidos mais de R$ 12 milhões, sendo R$ 6,7 milhões do Fundo de Desenvolvimento Social, R$ 5,2 milhões do governo paulista e R$ 590 mil do Centro de Promoção Humana e Cidadania, entidade organizadora do empreendimento. O condomínio é destinado a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil.
A vila é composta por seis blocos de 20 apartamentos e um com 18. O projeto inclui três apartamentos adaptados para pessoas com deficiência, dois centros comunitários e parquinho infantil. Cada unidade tem 47 metros quadrados e varandas integradas às escadas, que proporcionam mais convivência. Há ventilações protegidas por redes mosqueteiras nas cozinhas e grades de proteção nas janelas dos andares térreos.
Para a superintendente nacional de Habitação Rural da CAIXA, Noemi Lemes, mutirões para a construção de moradias do programa Minha Casa Minha Vida Entidades são exemplos práticos de cidadania e solidariedade que contribuem para o desenvolvimento de municípios como Itaquaquecetuba. Mais do que imóveis, ressaltou ela, a empreitada cria novas perspectivas e oportunidades de vida.
Projeto sustentável
Como exemplificou Noemi Lemes, o projeto da Vila São Miguel vai além do concreto. A sustentabilidade entrará no dia a dia dos moradores com a estação de tratamento de esgoto, caixa de retenção de água da chuva para evitar alagamentos e lixeiras para materiais recicláveis. A segurança também foi contemplada no projeto com cerca elétrica no muro alto.
Gás encanado, energia elétrica e água com medidores individuais vão orientar na economia doméstica. E a convivência, iniciada nos mutirões, continuará nos dois centros comunitários, no parquinho infantil e no belo jardim. Há ainda iluminação externa e transporte coletivo na porta.
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