05/06/2015 14:15
Documento internacional convida todos os cidadãos, associações, empresas e
instituições a assumir a sua responsabilidade em garantir que as gerações
futuras possam desfrutar do direito à alimentação. Ministra Tereza Campello
firmou apoio ao texto nessa quinta-feira (4)
Milão (Itália), 5 – “Hoje eu assino a Carta de Milão porque ela fornece um ponto
estratégico para a luta contra a fome e a pobreza: a comida é um direito de todos”,
afirmou nessa quinta-feira (4) a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Tereza Campello. O documento foi assinado no encerramento do Seminário
Internacional Políticas Sociais para o Desenvolvimento – Edição Especial “Brasil:
Superar a Fome é Possível”, no Pavilhão Brasil, na Expo Milão 2015.
Foto: Annalisa Volse-Bruxelas
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Ministra Tereza Campello apresenta estratégias brasileiras
no combate
à fome e à pobreza em seminário internacional, em Milão
Desenvolvimento sustentável, fomento à agricultura responsável, redução de desigualdades
nas áreas urbanas e o respeito à identidade sociocultural que o alimento fornece são os quatro
pontos centrais da Carta de Milão. “É necessário que os governos e as empresas trabalhem em
conjunto para desenvolver políticas públicas que garantam esse direito”, explicou a ministra.
Desde 2002, o Brasil reduziu em 82,1% o número de subalimentados, como resultado de um
conjunto de políticas de aumento da renda, fortalecimento da agricultura familiar e do Programa
Nacional de Merenda Escolar, que fornece alimentação a 43 milhões de crianças e jovens em
escolas públicas no país. “O grande mérito da superação da fome no Brasil é que o combate à
subalimentação deixou de ser uma questão filantrópica para ser o centro das políticas públicas”,
destaca Tereza Campello.
Produção – Dados da FAO mostram que, devido ao aumento da oferta de alimentos no país, a
disponibilidade diária de calorias passou de 2.900 para 3.190, entre 2002 e 2013. O aumento da
oferta de alimentos está associado ao fortalecimento da agricultura familiar.
Por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), os produtores aprendem a planejar a
produção, regularizar o fornecimento e garantir a qualidade dos alimentos produzidos. No
ano passado, o governo federal investiu R$ 536,5 milhões na compra de 291 mil toneladas
de alimentos de mais de 100 mil agricultores familiares.
Foto: Annalisa Volse-Bruxelas
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Ministra Tereza Campello e presidente da FAO,
José Graziano,
debatem
resultados do Brasil no
combate à fome e à pobreza, na ExpoMilão 2015
Outra estratégia para melhorar a produtividade da agricultura familiar é por meio do Programa
de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, que alia os serviços de assistência técnica e extensão
rural a transferência de recursos não reembolsáveis. Em todo o país, mais de 345 mil agricultores
familiares já estão com assistência técnica garantida. Destes, 171 mil já passaram por todo o
processo de assistência técnica e já receberam os recursos financeiros do programa.
Outra ação que apoiou o resultado positivo do Brasil foi o crescimento da merenda escolar. Por
dia, 43 milhões de alunos de escolas públicas recebem refeições, quase toda a população da
Argentina. “Hoje temos a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome
e que está na escola”, reforça a ministra Tereza Campello.
Renda – Em 12 anos de existência, o Bolsa Família modificou drasticamente a fotografia da
população brasileira. Atualmente, 50 milhões de brasileiros (13,7 milhões de famílias) recebem
o benefício, que tem valor médio mensal de R$ 167.
As famílias que recebem a complementação da renda assumem o compromisso de cumprir o
calendário de vacinação, de fazer o acompanhamento do desenvolvimento na fase de crescimento
das crianças e ainda de garantir uma frequência escolar mínima de 85% no ensino fundamental e de
75% no ensino médio.
Um avanço importante com o programa foi a redução da chamada desnutrição crônica, medida
pelo aumento da estatura das crianças. O déficit de estatura média das crianças beneficiárias
acompanhadas nas condicionalidades de saúde caiu pela metade (51%) em quatro anos, no
período de 2008 a 2012.
Foto: Annalisa Volse-Bruxelas
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Ministra Tereza Campello conhece Pavilhão Brasil, na ExpoMilão 2015
Estudo publicado em 2013 na revista The Lancet destaca que esta ação, associada ao
crescimento do Programa Saúde na Família, reduziu a mortalidade infantil em 19,4%
entre os anos de 2004 e 2009. Segundo o estudo, a redução da mortalidade por causas
relacionadas à pobreza é ainda maior: 46% de redução da mortalidade por diarreia e 58%,
por desnutrição. "Só há uma maneira de conquistar resultados tão expressivos no combate
à fome e à pobreza, nesta escala e neste curto espaço de tempo: colocando os pobres no
centro da decisão das políticas públicas", destacou Tereza Campello.
Convivência com a seca – Uma das ênfases que o governo federal teve em suas políticas
sociais é voltada ao Semiárido, que é caracterizado por períodos curtos e concentrados de
chuvas e por outros mais longos de estiagem. Para garantir aos moradores acesso à água
de qualidade e em quantidade suficiente, o governo federal desenvolve políticas públicas
estruturantes, com base em um novo paradigma de convivência com a seca. Desde 2003,
já foram construídas 1,2 milhão de cisternas para captação da água da chuva e consumo
humano durante a estiagem, mais de 120 mil tecnologias sociais para captação e armazenamento
de água utilizada na produção de alimentos e 980 cisternas em escolas do meio rural da região.
Outra ação proporcionar aos produtores acesso a sementes de qualidade e adaptadas ao
Semiárido. Para isto, até fevereiro de 2016, o MDS vai investir R$ 21 milhões na construção
de 600 bancos comunitários de sementes crioulas, para beneficiar pelo menos 12 mil famílias
de agricultores.
Informações sobre os programas do MDS: 0800-707-2003 mdspravoce.mds.gov.br Informações para a imprensa: Ascom/MDS (61) 2030-1021 www.mds.gov.br/saladeimprensa |



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