quarta-feira, 10 de junho de 2015

Brasil reforça compromisso de garantir alimentação adequada

10/06/2015 16:23

Experiência brasileira na superação da fome e da miséria despertou o interesse das delegações estrangeiras que visitaram a Expo Milão 2015
“Hoje eu assino a Carta de Milão, porque ela fornece um ponto estratégico para a luta contra a fome e a pobreza: a comida é um direito de todos”. Assim, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, explicou porque ratificou o compromisso brasileiro de garantir a segurança alimentar e nutricional das próximas gerações. Ela esteve no começo deste mês na Expo Milão 2015, a tradicional exposição universal que, pela primeira vez, tem um documento público que consolida o tema do evento.
 
Ao assinar a Carta de Milão, Tereza Campello reforçou a necessidade de que todos os países construam políticas públicas que apoiem um desenvolvimento sustentável, o fomento à agricultura responsável e a redução das desigualdades para garantir o direito à alimentação adequada em todo o mundo.
 
A experiência brasileira tem muito a colaborar para o cumprimento deste objetivo. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o que fez com que o Brasil reduzisse, desde 2002, em 82,1% o número de subalimentados – saindo do Mapa Mundial da Fome – foram políticas públicas que possibilitaram o aumento da renda da população, o fortalecimento da agricultura familiar, a maior disponibilidade de alimentos, a merenda escolar, que fornece alimentação a 43 milhões de crianças e jovens em escolas públicas no país, e a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
 
“O grande mérito da superação da fome no Brasil é que o combate à subalimentação deixou de ser uma questão filantrópica para ser o centro das políticas públicas”, destaca Tereza Campello. Para disseminar experiência na superação da fome e da miséria, o MDS promoveu uma edição especial do Seminário Internacional Políticas Sociais para o Desenvolvimento - “Brasil: Superar a Fome é Possível”.  Nos dois dias do evento, realizado no Pavilhão do Brasil, delegações estrangeiras mostraram interesse pelas políticas públicas brasileiras, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que compra alimentos dos agricultores familiares e entrega a entidades da rede socioassistencial.
 
De acordo com o secretário de Segurança Alimentar e Nutricional, Arnoldo de Campos, as compras públicas fomentam o desenvolvimento local e proporcionam o consumo de produtos mais saudáveis. “Mostramos que conseguimos comprar produtos da agricultura familiar fortalecendo esse segmento, oferecendo produtos de qualidade e melhorando a alimentação daqueles que são atendidos pelas compras públicas. A experiência brasileira ajuda a encontrar caminhos que fortalecem a segurança alimentar através do apoio a agricultura familiar”, explicou. Só no ano passado, o governo federal investiu R$ 536,5 milhões na compra de 291 mil toneladas de alimentos de mais de 100 mil agricultores familiares.
 
Dados da FAO mostram que, devido ao aumento da oferta de alimentos no país, a disponibilidade diária de calorias passou de 2.900 para 3.190, entre 2002 e 2013. O aumento da oferta de alimentos está associado ao fortalecimento da agricultura familiar.
 
Renda – Outro fator que contribuiu para a superação da fome e que foi apresentado em Milão, foi o Programa Bolsa Família que modificou a vida de 50 milhões de brasileiros (13,7 milhões de famílias) com o custo de aproximadamente 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O secretário Extraordinário para a Superação da Extrema Pobreza do MDS, Tiago Falcão, além de apresentar a inciativa, destacou a importância do Cadastro Único para os Programas Sociais, que possibilitaram o mapeamento dos mais pobres e a elaboração das ações do Plano Brasil Sem Miséria que retirou mais de 22 milhões de pessoas da situação de extrema pobreza.
 
Luta contra fome - A delegação brasileira também participou da cerimônia de reeleição do diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva. “A recondução do Graziano mostra que o caminho brasileiro é sólido e os países nos veem como um país exitoso, que tem sucesso na conquista de seus objetivos. Estamos orgulhosos porque por detrás da vitória dele tem o trabalho de um país que inspira uma organização das Nações Unidas tão importante como a FAO”, comentou Arnoldo de Campos.

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