Publicado dia 12/06/2015
A 22ª edição da Feira Camponesa em Maceió aconteceu sob chuva, mas o clima não impediu o sucesso de público e de vendas. A praça da Faculdade, no bairro do Prado, recebeu a visita de muitos consumidores a procura de qualidade e preço justo. Foram comercializados produtos oriundos de 20 áreas, entre acampamentos e assentamentos, de todas as regiões do estado. O que foi trazido de lá recebeu o benefício da chuva das últimas semanas e obteve a aprovação de quem comprava.
A feira, promovida duas vezes por ano pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), foi aberta no dia 10 e se encerra na manhã desse sábado (13). Foram montadas 92 barracas com produtos variados. Uma casa de farinha preparou produtos derivados da mandioca. E um restaurante camponês ofereceu um farto cardápio de comidas regionais.
Além da venda de produtos, a feira manteve a tradição, proporcionando atrações culturais durante todas as noites, com bandas de forró pé de serra e apresentações de coco de roda e outros ritmos folclóricos alagoanos.
Os consumidores também são tradicionais. Jaciene Ximenes veio de longe com a mãe. Residente em Mangabeiras, bairro distante do local da feira, ela estima que frequente a feira há mais de seis anos. “Esse coco daqui é muito bom e barato”, ela diz, comparando o preço com outros espaços de comercialização na capital. “A qualidade é boa e é por isso que, quantas mais sejam feitas, eu virei”.
A produção de alguns dos 85 assentados de Pacas, no município Murici, estava na feira. E a principal liderança do assentamento vendia em sua barraca uma vistosa quantidade de frutas, como laranja pera, laranja poncã, pitomba, jaca e coco. Cícero Antônio da Silva Santos, o Bel, é o presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais Ernesto Che Guevara e trouxe o resultado do plantio em seu lote de seis hectares. “Estou no assentamento desde a fundação, em 1999, e já participei de mais de dez edições da feira. Já estou me preparando para a de outubro, para onde trarei hortaliça porque sei que é muito vendida”, explica o agricultor de 41 anos, que assegura obter do lote a sobrevivência dele, da esposa e dos três filhos.
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