247 – O empresário J.Hawilla, sócio da Globo em diversas emissoras no interior paulista e peça central no escândalo que derrubou a cúpula do futebol mundial, cobrou US$ 30 milhões de propina no acordo negociado entre a Nike e Ricardo Teixeira, para que o logo da empresa esportiva pudesse estampar a camisa da seleção brasileira. Ao todo, o contrato, que chegou a ser investigado por uma comissão do Congresso Nacional, foi de US$ 200 milhões.
A denúncia está na edição desta sexta-feira do jornal americano The Wall Street Journal. "Ficamos um pouco surpresos com a política do futebol e de como os negócios são feitos nesse mundo", disse Philip Knight, um dos fundadores da empresa, que está colaborando com as investigações. "De certa forma, é o mais político de todos os esportes".
A entrada da Nike no mundo do futebol se deu após a Copa de 1994, nos Estados Unidos, que foi vencida pelo Brasil. Depois da negociação com Ricardo Teixeira, que teve J.Hawilla como intermediário, a Nike se tornou uma concorrente de peso da Adidas. Na última Copa, a do Brasil, em 2014, a Nike patrocinou dez seleções, contra nove da Adidas.
De acordo com a reportagem do The Wall Street Journal, a Traffic foi autorizada a cobrar US$ 40 milhões da Nike e recebeu cerca de US$ 30 milhões durante três anos, que teriam sido destinados ao pagamento de propinas. Desde que foi afastado do comando do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira vive em Boca Ratón, nos Estados Unidos, mas decidiu colocar recentemente sua mansão à venda.
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