terça-feira, 16 de junho de 2015

. Pesquisadores encontram 65 espécies de minhocas no Paraná

As minhocas são um dos elementos-chave nas funções do solo e sustentação de ecossistemas.
 Justamente por esse motivo, uma pesquisa está sendo conduzida na Reserva Particular
do Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Uru, com o propósito de caracterizar as
comunidades de minhocas encontradas no local. "Elas são universalmente
conhecidas como indicadoras de qualidade do solo. Ou seja, um solo com
minhocas é saudável", explica a professora da pós-graduação em Gestão Ambiental
da Universidade Positivo, Marie Bartz.

Até o momento, foram identificadas seis espécies de minhocas: uma exótica e cinco nativas.
 "Quatro delas são novas espécies que precisam ser nomeadas e descritas", revela
 Marie. De acordo com a professora, a presença dos organismos é benéfico, sobretudo,
 sobre duas óticas: física (devido à formação de galerias e túneis) e química (concentração
 de nutrientes e matéria orgânica disponibilizada para plantas e outros animais nos
excrementos das minhocas). "Há uma lacuna de conhecimento enorme sobre as
minhocas no país. Só no Paraná são 65 espécies registradas entre nativas e
exóticas, com apenas 11% dos municípios amostrados", conta.

Encontrados em praticamente todo o tipo de solo - à exceção de locais com
condições extremas, caso desertos, áreas polares, areia, ambientes muito salinos
ou ácidos, por exemplo -, esses organismos necessitam de umidade e matéria
orgânica para sobreviver. "A presença de espécies, contudo, varia conforme
as condições do ambiente, o tipo de vegetação e o manejo do solo adotado",
 explica Marie. A preservação das características da mata - ainda mais da
Floresta de Araucária, considerada oficialmente em extinção - é algo ainda mais relevante.

Para chegar ao resultado parcial, foi realizada a coleta de verão, em fevereiro, em
cinco diferentes tipos de vegetação da Mata do Uru: floresta, campo nativo, floresta
em recuperação, gramado (da sede) e cultura anual adjacente à RPPN. Em julho,
durante o inverno, será realizada outra expedição - sendo que a equipe deve
permanecer por dois a três dias no local para fazer amostragens qualitativas
em outros pontos da reserva. A pesquisa não deve ser encerrada neste
ano, tornando-se, na prática, um monitoramento contínuo para compreender
a dinâmica das populações de minhocas.

Com 128 hectares, a Mata do Uru forma, ao lado do Parque Estadual do Monge,
uma grande área preservada de Floresta Araucária. Em 2004, a propriedade se
 transformou em RPPN e, desde o ano passado, passou a receber visitas agendadas
em um piloto do Programa de Educação Ambiental para crianças e jovens em um
projeto organizado pelo Instituto Positivo, em parceria com a Universidade Positivo
 e a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS).


Qualidade da água

A análise das minhocas é apenas uma dos estudos realizados na Mata do Uru.
Desde o ano passado, avalia-se a qualidade da água do Ribeirão Calixto, que
conta com nascentes na RPPN, por meio da presença de organismos
"macroinvertebrados" com dificuldades para sobreviver em locais poluídos.
A pesquisa está autorizada até 2017 e deve ter os primeiros resultados até o
fim do ano, com amostragens realizadas nas quatro estações do ano. Todas
 as informações servem de referência para os programas de educação
ambiental realizados no espaço.



Sobre o Instituto Positivo
Alinhado à estratégia de sustentabilidade e em consonância com a principal
vocação do Grupo Positivo, o Instituto Positivo tem a Educação como
foco prioritário. Ele articula e promove iniciativas que contribuam para o
aumento da qualidade da educação básica do País, direcionando os seus
 investimentos para ações sustentáveis e estruturantes. O IP atua por meio
de três frentes: Fortalecimento da Gestão Municipal para a Educação, Produção
e Disseminação de Conhecimento e Mobilização Social Estruturada.

Sobre a SPVS
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) é uma
 instituição brasileira, fundada em 1984, em Curitiba. É reconhecida como
 uma das organizações não-governamentais conservacionistas mais atuantes no
 Brasil. Uma das características mais acentuadas das atividades desenvolvidas
pela SPVS diz respeito à inovação, como prática para incorporar valor às
ações de conservação de natureza, estabelecer uma conceituação adequada
 sobre o tema e dar escala para uma agenda de iniciativas que hoje começam
 a ser incorporadas nos negócios e percebidas como essenciais às atividades
econômicas e à qualidade de vida das pessoas.

Sobre o Programa Desmatamento Evitado
O Programa Desmatamento Evitado, anteriormente chamado de Programa de
Adoção de Floresta com Araucária, é um exemplo de ação bem sucedida
envolvendo a iniciativa privada para a conservação de áreas naturais ameaçadas.
 Iniciado em 2003, o Programa apresenta como principal objetivo a conservação
dos últimos remanescentes em bom estado de conservação da Floresta
com Araucária, estabelecendo um mecanismo de "adoção de áreas", em
 que a SPVS identifica e cadastra proprietários, os aproximando de empresas
 interessadas em apoiá-los, bem como a conservação dos remanescentes
em suas propriedades. Em 2007, o Programa ganhou escala por meio de
novas parcerias firmadas e, desde então, apresenta um resultado de mais
 4.500 hectares de remanescentes e cerca de 33 propriedades apoiadas -
distribuídas nos três estados do sul do Brasil - viabilizadas pelo apoio de 17
instituições.

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