Como período de estiagem está se iniciando na região Centro-Sul do nosso país, o uso da cana-de-açúcar (colhida fresca) na dieta de ruminantes cresce em função: i) da adversidade climática e ii) do processo de maturação (acumulo de açúcares) que as plantas sofrem.Desse modo, seguem algumas recomendações para potencializar o uso dessa cultura no manejo da fazenda:
1. Qual a melhor variedade de cana-de-açúcar para a alimentação animal?
Resposta: A variedade que têm mudas disponíveis e que possui bom desempenho agronômico na sua região. O que resolveria se eu lhe dissesse que a variedade XX XXXX é a ideal, a qual não apresenta mudas disponíveis para o plantio ao longo dos anos? Portanto, se a sua propriedade se encontra numa zona sucroalcooleira, utilize as variedades que a usina recomenda aos seus fornecedores (produtores) que os seus animais estarão bem servidos.
2. Quantas variedades devem fazer parte do canavial?
Resposta: Pelo menos duas variedades, o ideal é três. Essa recomendação pode ser fundamentada no conceito que as usinas utilizam sobre o Período de Utilização Industrial (PUI), ou seja, as mesmas exploram as variedades de cana-de-açúcar com base em maturação (precoce, média ou tardia). Desse modo, o pecuarista poderia utilizar a denominação PUA (Período de Utilização Animal), colhendo as variedades nos respectivos picos de sacarose, as quais apresentariam maior valor nutricional.
3. Quando se usa a cana-de-açúcar na forma in natura (fresca) é necessário adicionar cal?
Resposta: NÃO. A cal só dificulta o manejo na maioria das propriedades, pois é um fator a mais a ser embutido no dia-a-dia da fazenda. A justificativa para se utilizar cal é para reduzir a frequência de cortes. Contudo, nós recomendamos que você estoque cana-de-açúcar sem fazer a moagem, por um período de até seis dias, o que pode facilitar o manejo. A outra justificativa para tal uso é o discurso que a cal promove hidrólise da fibra. Veja bem, o que queremos da planta de cana é o seu alto teor de sacarose, ou seja, não estamos preocupados em melhorar fibra. Cana-de-açúcar tem baixa concentração desse componente (FDN entre 45-50%; Capim-Elefante, por exemplo apresenta 70%), contudo a fibra presente é de baixa digestibilidade. Desse modo, teremos que conviver com isso e adequar o seu uso de acordo com a categoria animal. Caso você queira explorar o que a cana-de-açúcar tem de positivo, faça um bom manejo do seu canavial, explorando o pico de maturação das variedades. Além desta estratégia invista em manejo pós-corte, despalhando os colmos. Em experimentos realizados na Universidade Federal de Lavras, Siécola Júnior (2011), encontrou resposta positiva em ganho de peso de novilhas leiteiras quando a planta despalhada foi comparada com a cana integral (palhas e ponteiro). Em outro estudo do mesmo autor, a cana despalhada tendeu a aumentar a digestibilidade da dieta e as vacas apresentaram produção de leite numericamente superior frente à cana integral (com palhas e ponteiro). Isso nos remete a pensar que a gestão do canavial e do pós-corte é essencial quando se deseja elevar a eficiência com dietas a base de cana. Resumindo: A cal não melhora o valor nutricional do volumoso!
4. A cana-de-açúcar, obrigatoriamente, deve ser utilizada com uréia?
Resposta: NÃO. A uréia é apenas um ingrediente fornecedor de nitrogênio (proteína bruta). Outros ingredientes protéicos (farelo de soja; caroço de algodão) podem e devem ser utilizados na dieta com cana, principalmente para animais de maior exigência nutricional. Por muito tempo a “receita” cana + uréia + sulfato de amônio foi recomendada. Ao adicionar 1% dessa mistura (uréia+sulfato) à cana e oferecer aos animais, você estará ofertando a eles uma dieta que será capaz de promover desempenho animal medíocre, além de exceder a quantidade de nitrogênio não proteico (NNP) que o animal é capaz de metabolizar. Portanto, a uréia é apenas um ingrediente de rações como os demais apontados acima são. Ela se diferencia deles por ofertar NNP e não proteína verdadeira. A sua inserção na dieta pode ser importante apenas quando se quer ajustar o fornecimento desta fração (NNP) no ambiente ruminal.
1. Qual a melhor variedade de cana-de-açúcar para a alimentação animal?
Resposta: A variedade que têm mudas disponíveis e que possui bom desempenho agronômico na sua região. O que resolveria se eu lhe dissesse que a variedade XX XXXX é a ideal, a qual não apresenta mudas disponíveis para o plantio ao longo dos anos? Portanto, se a sua propriedade se encontra numa zona sucroalcooleira, utilize as variedades que a usina recomenda aos seus fornecedores (produtores) que os seus animais estarão bem servidos.
2. Quantas variedades devem fazer parte do canavial?
Resposta: Pelo menos duas variedades, o ideal é três. Essa recomendação pode ser fundamentada no conceito que as usinas utilizam sobre o Período de Utilização Industrial (PUI), ou seja, as mesmas exploram as variedades de cana-de-açúcar com base em maturação (precoce, média ou tardia). Desse modo, o pecuarista poderia utilizar a denominação PUA (Período de Utilização Animal), colhendo as variedades nos respectivos picos de sacarose, as quais apresentariam maior valor nutricional.
3. Quando se usa a cana-de-açúcar na forma in natura (fresca) é necessário adicionar cal?
Resposta: NÃO. A cal só dificulta o manejo na maioria das propriedades, pois é um fator a mais a ser embutido no dia-a-dia da fazenda. A justificativa para se utilizar cal é para reduzir a frequência de cortes. Contudo, nós recomendamos que você estoque cana-de-açúcar sem fazer a moagem, por um período de até seis dias, o que pode facilitar o manejo. A outra justificativa para tal uso é o discurso que a cal promove hidrólise da fibra. Veja bem, o que queremos da planta de cana é o seu alto teor de sacarose, ou seja, não estamos preocupados em melhorar fibra. Cana-de-açúcar tem baixa concentração desse componente (FDN entre 45-50%; Capim-Elefante, por exemplo apresenta 70%), contudo a fibra presente é de baixa digestibilidade. Desse modo, teremos que conviver com isso e adequar o seu uso de acordo com a categoria animal. Caso você queira explorar o que a cana-de-açúcar tem de positivo, faça um bom manejo do seu canavial, explorando o pico de maturação das variedades. Além desta estratégia invista em manejo pós-corte, despalhando os colmos. Em experimentos realizados na Universidade Federal de Lavras, Siécola Júnior (2011), encontrou resposta positiva em ganho de peso de novilhas leiteiras quando a planta despalhada foi comparada com a cana integral (palhas e ponteiro). Em outro estudo do mesmo autor, a cana despalhada tendeu a aumentar a digestibilidade da dieta e as vacas apresentaram produção de leite numericamente superior frente à cana integral (com palhas e ponteiro). Isso nos remete a pensar que a gestão do canavial e do pós-corte é essencial quando se deseja elevar a eficiência com dietas a base de cana. Resumindo: A cal não melhora o valor nutricional do volumoso!
4. A cana-de-açúcar, obrigatoriamente, deve ser utilizada com uréia?
Resposta: NÃO. A uréia é apenas um ingrediente fornecedor de nitrogênio (proteína bruta). Outros ingredientes protéicos (farelo de soja; caroço de algodão) podem e devem ser utilizados na dieta com cana, principalmente para animais de maior exigência nutricional. Por muito tempo a “receita” cana + uréia + sulfato de amônio foi recomendada. Ao adicionar 1% dessa mistura (uréia+sulfato) à cana e oferecer aos animais, você estará ofertando a eles uma dieta que será capaz de promover desempenho animal medíocre, além de exceder a quantidade de nitrogênio não proteico (NNP) que o animal é capaz de metabolizar. Portanto, a uréia é apenas um ingrediente de rações como os demais apontados acima são. Ela se diferencia deles por ofertar NNP e não proteína verdadeira. A sua inserção na dieta pode ser importante apenas quando se quer ajustar o fornecimento desta fração (NNP) no ambiente ruminal.
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