247 – O site da revista Veja tem feito terror com um suposto "confisco velado da poupança" e "como ele poderá provocar uma quebra estrutural do mercado imobiliário". Trata-se de um anúncio da "consultoria" Empiricus, dirigida por Felipe Miranda, que já previu coisas como "o fim do Brasil" e o aniquilamento da Petrobras (pouco antes da disparada recente dos papeis da companhia).
O anúncio
leva para uma página com longas explicações do que seria o "confisco". Não se trata, explica a Empiricus, de "tomada das reservas das pessoas pelo governo", o que seriam "boatos inverídicos e infundados", mas de um "confisco velado da poupança" e "como ele poderá provocar uma quebra estrutural do mercado imobiliário, afetando desde o preço das moradias, à decisão da compra/venda do imóvel e o valor da parcela de quem possui financiamento imobiliário".
Segundo o texto, assinado por Renato Breia, que se define "economista e especialista em investimentos", o movimento pode ser explicado de três formas: 1) "Ainda que infundados, os boatos de confisco alimentam a sensação de desconfiança em quem mantém dinheiro em poupança"; 2) A piora na atratividade de se manter dinheiro na poupança; e 3) "A estagnação econômica", que faz o brasileiro sacar suas reservas para fechar as contas do mês, sem conseguir repor o dinheiro sacado.
Apesar de dizer que não se trata de confisco das reservas dos brasileiros pelo governo, o que a Empiricus faz, na prática, é contribuir com o terrorismo dos boatos, uma vez que no anúncio e no início do texto essa explicação não é feita. O uso de termos e frases como "onda de saques" e "veja abaixo se ainda dá tempo de fazer algo no seu caso" apenas alimenta a falsa informação, que foi negada pelo ministério da Fazenda em março. De acordo com a Empiricus, não se trata apenas da "simples perda de atratividade da poupança", mas da indicação de que haverá um aumento no ritmo de saques, que já é "histórico".
Para a "consultoria", a "decisão racional" a se tomar hoje é "sacar o dinheiro da poupança", algo que, se todos fizerem, o próprio economista admite, "ficará cada vez mais difícil financiar a casa própria", uma vez que parte dos recursos investidos na poupança é utilizado pelos bancos para o financiamento imobiliário. O texto traz a seguinte previsão, como gosta de citar, "catastrófica": "O colapso do sistema habitacional brasileiro tem data prévia marcada: daqui a seis meses" (período que deve marcar o "esgotamento" dos recursos da poupança para financiamentos, caso se mantenha o atual ritmo de saques).
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