07/07/2015 17:20
Ações e serviços do Sistema Único de Assistência Social estão em debate na
X Conferência Municipal de Assistência Social de Florianópolis
Florianópolis, 7 – Aos 15 anos, Lúcia Aparecida Castro perdeu a visão. Descobriu que
tinha uma doença genética. “Eu era agricultora. Estava trabalhando na colheita quando
senti uma dor muito forte na cabeça e tudo ficou preto”, conta. Hoje, aos 41 anos, Lúcia
mora em Florianópolis (SC) com a filha de 17 anos e um irmão de 36 – eles têm a mesma
doença. O irmão, Frederico Salesio Castro, recebe o Benefício de Prestação Continuada
(BPC), o que ajuda muito a família. “Meu irmão também tem deficiência mental e epilepsia.
Não tem como ter um trabalho regular. Mas sou massoterapeuta, tenho meus clientes,
e ainda faço faculdade de naturologia”, relata.
Assim como Lúcia, mais de 200 usuários do Sistema Único de Assistência Social
(Suas) estão participando da X Conferência Municipal de Assistência Social de
Florianópolis. Eles discutem com os gestores e técnicos propostas para que o
Suas avance ainda mais nos próximos 10 anos. A conferência, que prossegue
até esta quarta-feira (8), também é oportunidade para que os usuários aprendam
mais sobre o funcionamento do sistema.
Apesar de ter um beneficiário do BPC na família, Lúcia ficou sabendo nesta terça-feira
(7) que os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) oferecem serviços de
convivência também para deficientes. “Vou sair daqui e procurar o Cras da
minha região. Quero saber o que eles podem oferecer para minha família.”
A secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS), Ieda Castro, participou das discussões da
mesa com o tema "O Suas que temos e o Suas que queremos". Segundo ela,
é necessário avaliar o que foi construído nos últimos anos e pontuar o que ainda
precisa ser feito. “Nesse período, caminhamos muito e muita coisa mudou, mas
isso não significa que transformamos o que precisava ser transformado. Agora,
temos que construir novos rumos”, afirmou.
Ieda ressaltou ainda que a política de assistência social precisa ser mais conhecida.
"Enchemos a assistência social de termos técnicos e isso afastou a população.
Temos que mudar isso.”
As conferências municipais e estaduais são preparatórias para a X Conferência
Nacional de Assistência Social, marcada para dezembro, em Brasília.
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