Redação Portal IMPRENSA | 26/08/2015 09:30
Na última terça-feira (25/8), os jornalistas Lúcio de Castro, da ESPN, e Rodrigo Mattos, do UOL, depuseram na CPI do Futebol. Para eles, a relação da CBF com agências de marketing esportivos e intermediários nos contratos de patrocínio podem relevar as irregularidades cometidas pela entidade.
Crédito:Agência Senado
Jornalistas indicaram irregularidades entre CBF e parceiros
Segundo o site do senador Romário Faria, Castro reiterou que a CBF não deixa público os valores pagos às agências de marketing, como a Mowa Sports, empresa por trás da TV da Confederação. “A menina dos olhos nos últimos anos é CBF-TV, personagem fundamental nessa teia de parceiros que vendem serviços muito difíceis de serem mensurados. Tenho imensa curiosidade de saber qual é o montante pago à Mowa”, disse.
O jornalista apresentou documentos que comprovam transações misteriosas envolvendo o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rossel, e o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Em junho, uma série de matérias tornaram público que eles eram sócios secretos.
Castro lembrou ainda do empresário Cláudio Honigman, ligado a Ricardo Teixeira, citado na Operação Lava Jato e que foi operador financeiro na partida entre Brasil e Portugal, em Brasília, que custou R$ 9 milhões aos cofres públicos do Distrito Federal. O jogo é investigado.
Por sua vez, Rodrigo Mattos destacou que a CBF arrecadou R$ 519 milhões no ano passado, sendo R$ 350 milhões apenas com contratos de patrocínios. A CBF não revela quanto é pago pelas intermediações desses acordos.
De acordo com o repórter, na gestão de Ricardo Teixeira, as comissões variavam entre 4% a 10% do patrocínio. Com Marin, os valores teriam subido para 15% a 20%. “A transparência na CBF ainda reduziu muito. Hoje em dia a gente não sabe quanto cada patrocinador paga à CBF”, afirmou.
Para Romário, os depoimentos cooperam para a compreensão do envolvimento da CBF com as contratantes. “Não aguentamos mais o que vem acontecendo no nosso futebol. E o objetivo da CPI, como todos sabem, é a gente moralizar o futebol porque é dessa forma que a gente vai conseguir de novo, fora de campo, grandes conquistas dentro de campo”, destacou.
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