Dois repórteres da Folha, mandados cobrir o fechamento de lojas no Aeroporto de Guarulhos por conta da ” desaceleração no fluxo de passageiros”, não tiveram a capacidade de entrar na página oficial da operadora na internet e ver se, de fato, menos pessoas estão usando o mais importante terminal aéreo do país?
Era só ter consultado e visto que, mesmo tendo sido 2014 ano de Copa do Mundo, o número de viajantes não caiu este ano.
De janeiro a junho de 2015 foram, no total, 19.086.587 passageiros embarcando e desembarcando, em 145 mil vôos. 6.640.295 no terminal internacional e 12.446.292 de vôos domésticos.
No ano passado, no mesmo período, foram 190 mil a menos em vôos internacionais e 160 mil a menos em vôos domésticos, o que dá um total de 19.058.000 passageiros totais.
Em 2013, sem falar-se em crise, o número foi de menos de 17 milhões.
É verdade que, cavilosamente, “desaceleração” não quer dizer queda. Mas é evidente o sentido que a matéria assume: o “jornalismo de crise”, onde tudo entra na conta do “governo”, até o aluguel caro do operador do terminal – que é privado e, portanto, “de mercado” – quanto os preços exorbitantes fixados por muitos lojistas.(Aliás, alguém já viu preço barato em aeroporto?)
No comentários dos leitores encontra-se até quem culpe o “comunismo” pela “derrocada” do aeroporto.
Talvez, se os repórteres tivessem feito o “esforço de reportagem” de ler o site da operadora de Guarulhos, ficassem sabendo que estão atéaumentando os espaços comerciais para locação e que o problema de alguns lojistas é a mudança de perfil do público dos terminais, que agora têm segmentação por vôos domésticos e também em internacionais, de acordo com sua duração.
Não há retração no movimento dos aeroportos que indique crise no setor. Tem até repórter “viajando”…
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