agosto 26, 2015 11:17 ATUALIZADO
por Rodrigo Vianna
O vídeo foi produzido pela TV cubana. Quem me enviou foi Iroel Sánchez, blogueiro que vive em Havana.
Quem conhece o Brasil, quem conhece a classe média preconceituosa de onde surge a maior parte dos médicos brasileiros, entende por que os cubanos encantam a população mais pobre deste país: eles vão até onde os profissionais brasileiros – em geral – se recusam a ir.
Logo na abertura, fica evidente que estamos quase diante de um outro planeta da medicina. De onde surgem esses médicos, que andando de barco e canoa nos confins da Amazônia brasileira, dizem coisas assim:
“Realmente, em algumas ocasiões sinto tristeza, é o desejo de ver meus filhos, minha família [que ficaram em Cuba]. E aí me pergunto: que faço aqui? Mas sou internacionalista há muitos anos. meus pais me educaram assim. E por isso, por eles, pela Revolução, por meus filhos e por meus pacientes eu estou aqui.”
Mais adiante, há o depoimento de Arelis Dorta, médica cubana que trabalha em comunidades populares no Rio de Janeiro. Ela relata a surpresa dos pacientes, diante de um tratamento humanizado. E, bem-humorada, revela num português cheio de sotaque como entra em contato com as famílias cariocas: “Olhe para mim. O que você tem?”
E revela: “Essa conversa, essa fala amigável que eles nunca haviam escutado, sabemos que tem um impacto”.
Impacto maior temos nós ao assistir o vídeo. Vale a pena ver - ainda que eu considere excessiva a trilha sonora que, ao fundo, cria um clima um pouco melancólico; e que, em alguns pontos, existam pequena falhas técnicas, principalmente na captação do aúdio.
Mas o vídeo ajuda a entender quem são, como trabalham esse médicos que operam numa lógica tão distinta dos ilustres doutores brasileiros – rendidos ao sistema de planos de saúde e de caros hospitais privados.
Por que a classe médica – com claras e honrosas exceções – se opôs de forma tão drástica a um programa que atende aos que mais precisam?
Assista, e tire suas conclusões.
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