domingo, 23 de agosto de 2015

“Quem recebe o Bolsa Família, trabalha”

21/08/2015 16:15
Antônio Martinez é pedreiro e beneficiário do programa de complementação 
de renda. Ele afirma que ele e a mulher trabalham muito e que é injusto o
 preconceito que existe em relação às famílias mais pobres

Brasília, 21 – Se há algo que deixa o pedreiro Antônio Martinez, 44 anos, irritado é 
quando dizem que beneficiário do Bolsa Família não trabalha. “Quem recebe o benefício,
 trabalha. Eu trabalho, minha esposa trabalha. Mas meu rendimento é pequeno, é muito 
difícil”. Antônio mora em Anastácio, município do Pantanal sul-matogrossense, a 134 km 
da capital Campo Grande. A mulher, Francilene Viviane Rodrigues Moraes, de 37 anos, 
trabalha como diarista e recebe a complementação de renda no valor de R$ 220 do Bolsa Família.

Para ele, é injusto o preconceito com as famílias de baixa renda. “Bolsa Família não 
acomoda, não. Muitos pais de família trabalham como eu. Mas quase não sobra para 
comer. É muita gente na minha casa, são seis pessoas. Lá pro dia 10, dia 15, acaba 
a comida”, conta. “Tem mulher que trabalha mais que homem. Tem mulher que trabalha 
comigo de pedreira, pintora, azulejista. Elas fizeram curso comigo e pegavam na massa 
e trabalhavam como eu.”

Leia também:
Casa, saúde, qualificação profissional e renda
"Meu pai falou: o dia que eu quisesse sair dali, ia mudar para melhor"
Um teto para proteger os sonhos
Tereza Campello participa de entrega do Minha Casa Minha Vida em Anastácio (MS)
Acesse aqui o álbum completo de fotos no Flickr

Martinez estudou até o 1º ano do ensino médio e aprendeu a profissão de pedreiro na prática. Em 2013, com a ajuda da equipe de assistência social da social, ele se inscreveu e fez o curso de qualificação profissional pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Eu trabalhava, mas não tinha aperfeiçoamento direito. Com o Pronatec, eu aprendi mais, eu melhorei bastante na profissão.”

O aperfeiçoamento lhe deu uma oportunidade única. Ele e outros formandos do Pronatec trabalharam na construção de 809 moradias inauguradas na semana passada na cidade. E, além de ajudar nos alicerces, ele e sua esposa receberam a chave de uma das casas do Residencial Cristo Rei. Se, até então, eles viviam em um barraco às margens do rio Aquidauana, constantemente invadido pelas enchentes, a partir de agora moram em uma residência com área privativa de 38 m², com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. E piso cerâmico em todos os ambientes.

Ubirajara Machado/MDS

Para Martinez, a casa significa segurança, saúde e proteção. “Quando eu morava na beira do rio, pegava água de balde. Tinha que ferver para beber”, conta emocionado. “Em noite de chuva, cansei de ir dormir com a água pra baixo do barranco e, quando chegava 3h da manhã, a água já estava um palmo para dentro da minha casa. Como eu ia sair sossegado para trabalhar e deixar minha família na beira do rio?”

Quando estava no período mais difícil de sua vida, impossibilitado de trabalhar por causa de um acidente de trabalho e sem dinheiro para pagar o aluguel, a ação rápida da assistência social de Anastácio protegeu sua família. “Quebrei o pé ao cair de um andaime. Fiquei quatro meses de muleta, sem poder trabalhar. Foi o Bolsa Família e a assistência social que me ajudaram.”

Com o apoio das políticas socioassistenciais, a esposa Francilene resolveu que estava na hora de concluir os estudos. “Ela está fazendo o ensino fundamental no Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Está aprendendo agora a escrever, pois o pai dela trabalhava em fazenda e não deu tempo dela estudar. E ainda está fazendo os cursos de pintura e confeitaria pela prefeitura”, conta, orgulhoso, o marido.

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

Nenhum comentário:

Postar um comentário