A secagem dos grãos de café é uma das fases cruciais para obter um produto de melhor qualidade. Para pequenos cafeicultores, que enfrentam altos custos nas diversas fases de produção, a aquisição da matéria-prima para a construção dos terreiros tem sido uma dor de cabeça a menos, com a ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Nos municípios de Carmo da Cachoeira e Nepomuceno, no Sul de Minas Gerais, os resultados do esforço conjunto já são visíveis: mais de 100 mil metros quadrados construídos. Os extensionistas da Emater-MG organizam a compra conjunta de lama asfáltica para a pavimentação das áreas onde é feita a secagem de café.
O processo tem facilitado o acesso de mais produtores à tecnologia, que tem como vantagem permitir que os grãos cheguem em menos tempo e com mais uniformidade à umidade ideal.
"A qualidade de vida do produtor melhorou demais com essas tecnologias de produção", afirma o engenheiro agrônomo Marcel Reis Naves, extensionista da Emater-MG em Carmo da Cachoeira. No município, ele informa que já foram atendidos cerca de 600 produtores, nos últimos cinco anos.
"Este ano tivemos 15 hectares de terreiros pavimentados com lama asfáltica. Já temos, no município, em torno de 60% a 70% das propriedades em uso da tecnologia. Os produtores já estão bem conscientizados", avalia o extensionista.
A dificuldade maior, dizem os técnicos, é que as distribuidoras de lama asfáltica, um produto derivado do petróleo, exigem uma carga mínima de 15 toneladas para viabilizar a entrega do produto nos municípios. Patrícia Salgado, engenheira agrônoma da Emater-MG em Nepomuceno, explica como é o processo de compra conjunta.
"No mês de janeiro fazemos a divulgação nas rádios locais. Os produtores encomendam a lama asfáltica no escritório da Emater e, assim que montamos o grupo, repassamos o pedido para a distribuidora. No dia seguinte o produto é entregue aqui. Os produtores precisam levar os tambores de 200 litros vazios para que o caminhão descarregue."
Segundo a extensionista, o processo, além de facilitar o acesso, ainda reduz custo. "O preço fica 25% mais barato, gerando uma grande economia para os cafeicultores. Compramos diretamente da distribuidora, coisa que o produtor sozinho não consegue", afirma Patrícia Salgado. Ela informa que mais de 400 produtores já foram beneficiados em Nepomuceno e alguns municípios vizinhos.
Tecnologia boa e barata
A técnica da Emater-MG explica que a lama asfáltica é uma boa opção para a pavimentação dos terreiros, em comparação ao cimento. "O preço do terreiro pronto fica 70% mais barato que o de cimento. E a confecção do terreiro fica mais fácil, pois não necessita de mão de obra especializada", afirma.
Patrícia ressalta ainda que não se deve confundir a matéria-prima. "A lama asfáltica não é o mesmo que asfalto. O asfalto tem alcatrão em sua composição e pode deixar resíduo tóxico no café. A lama asfáltica não tem esse risco e deveria ser mais usada pelos pequenos produtores, devido ao baixo custo", recomenda.
A técnica destaca que a parceria também envolve os grandes cafeicultores."Sem os grandes produtores a Emater--MG não consegue formar as cargas para a compra conjunta. Vou te dar um exemplo: quatro produtores grandes, comprando três toneladas cada um, conseguem encomendar 12 toneladas. E o restante para formar a carga mínima é dividido por outros 15 pequenos produtores. Isto viabiliza a compra."
O extensionista de Carmo da Cachoeira, Marcel Naves, diz que a principal vantagem da lama asfáltica é a praticidade na construção do terreiro. "No caso, com quatro pessoas se realiza em média 1.400 metros quadrados por dia de trabalho, enquanto, com o cimento, quatro pessoas não fazem nem 300 metros quadrados por dia", compara.
Seja qual for o material escolhido para a pavimentação, os técnicos da Emater-MG orientam os produtores sobre os cuidados para obter um terreiro eficiente. "O cuidado inicial deve ser o de procurar uma boa localização, com boa incidência de sol e bem arejada, em terreno que não seja sujeito a alagamentos ou enxurradas", alerta Marcel Naves.
Na fase de construção, Naves diz que o segredo do sucesso é iniciar com terraplanagem e compactação cuidadosas, para garantir depois um bom espalhamento do café e rápido escoamento da água das chuvas. "A compactação do solo é fundamental. Deve ser muito bem feita, com boa terraplanagem, pois é o que vai garantir um bom resultado final", recomenda o extensionista.
No site da Emater-MG, na sessão Livraria Virtual, a empresa disponibiliza uma cartilha com informações detalhadas para a construção de um terreiro de café pavimentado com lama asfáltica.
Fonte: Agência Minas via CCCMG
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O processo tem facilitado o acesso de mais produtores à tecnologia, que tem como vantagem permitir que os grãos cheguem em menos tempo e com mais uniformidade à umidade ideal.
"A qualidade de vida do produtor melhorou demais com essas tecnologias de produção", afirma o engenheiro agrônomo Marcel Reis Naves, extensionista da Emater-MG em Carmo da Cachoeira. No município, ele informa que já foram atendidos cerca de 600 produtores, nos últimos cinco anos.
"Este ano tivemos 15 hectares de terreiros pavimentados com lama asfáltica. Já temos, no município, em torno de 60% a 70% das propriedades em uso da tecnologia. Os produtores já estão bem conscientizados", avalia o extensionista.
A dificuldade maior, dizem os técnicos, é que as distribuidoras de lama asfáltica, um produto derivado do petróleo, exigem uma carga mínima de 15 toneladas para viabilizar a entrega do produto nos municípios. Patrícia Salgado, engenheira agrônoma da Emater-MG em Nepomuceno, explica como é o processo de compra conjunta.
"No mês de janeiro fazemos a divulgação nas rádios locais. Os produtores encomendam a lama asfáltica no escritório da Emater e, assim que montamos o grupo, repassamos o pedido para a distribuidora. No dia seguinte o produto é entregue aqui. Os produtores precisam levar os tambores de 200 litros vazios para que o caminhão descarregue."
Segundo a extensionista, o processo, além de facilitar o acesso, ainda reduz custo. "O preço fica 25% mais barato, gerando uma grande economia para os cafeicultores. Compramos diretamente da distribuidora, coisa que o produtor sozinho não consegue", afirma Patrícia Salgado. Ela informa que mais de 400 produtores já foram beneficiados em Nepomuceno e alguns municípios vizinhos.
Tecnologia boa e barata
A técnica da Emater-MG explica que a lama asfáltica é uma boa opção para a pavimentação dos terreiros, em comparação ao cimento. "O preço do terreiro pronto fica 70% mais barato que o de cimento. E a confecção do terreiro fica mais fácil, pois não necessita de mão de obra especializada", afirma.
Patrícia ressalta ainda que não se deve confundir a matéria-prima. "A lama asfáltica não é o mesmo que asfalto. O asfalto tem alcatrão em sua composição e pode deixar resíduo tóxico no café. A lama asfáltica não tem esse risco e deveria ser mais usada pelos pequenos produtores, devido ao baixo custo", recomenda.
A técnica destaca que a parceria também envolve os grandes cafeicultores."Sem os grandes produtores a Emater--MG não consegue formar as cargas para a compra conjunta. Vou te dar um exemplo: quatro produtores grandes, comprando três toneladas cada um, conseguem encomendar 12 toneladas. E o restante para formar a carga mínima é dividido por outros 15 pequenos produtores. Isto viabiliza a compra."
O extensionista de Carmo da Cachoeira, Marcel Naves, diz que a principal vantagem da lama asfáltica é a praticidade na construção do terreiro. "No caso, com quatro pessoas se realiza em média 1.400 metros quadrados por dia de trabalho, enquanto, com o cimento, quatro pessoas não fazem nem 300 metros quadrados por dia", compara.
Seja qual for o material escolhido para a pavimentação, os técnicos da Emater-MG orientam os produtores sobre os cuidados para obter um terreiro eficiente. "O cuidado inicial deve ser o de procurar uma boa localização, com boa incidência de sol e bem arejada, em terreno que não seja sujeito a alagamentos ou enxurradas", alerta Marcel Naves.
Na fase de construção, Naves diz que o segredo do sucesso é iniciar com terraplanagem e compactação cuidadosas, para garantir depois um bom espalhamento do café e rápido escoamento da água das chuvas. "A compactação do solo é fundamental. Deve ser muito bem feita, com boa terraplanagem, pois é o que vai garantir um bom resultado final", recomenda o extensionista.
No site da Emater-MG, na sessão Livraria Virtual, a empresa disponibiliza uma cartilha com informações detalhadas para a construção de um terreiro de café pavimentado com lama asfáltica.
Fonte: Agência Minas via CCCMG
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