Conferência reúne executivos de algumas das principais redações do mundo
IGOR RIBEIRO| »
10 de Novembro de 2015• 10:48
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Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, fala aos conferencistas do InmaCrédito: Divulgação
Começou nessa segunda-feira, 10, em São Paulo a Conferência Inma Brasil 2015, realizada pela International News Media Association. O evento teve caráter especial por ocorrer dentro da sede brasileira do Google, uma empresa que sempre manteve uma relação ambígua com os jornais ¬– principal mídia representada pela entidade.
Esse foi o tom de abertura da fala de Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S.Paulo, durante o debate Painel das Grandes Redações. Já tradicional no evento do Inma, a palestra reúne dirigentes dos quality papers de maior circulação do Brasil: Ascânio Seleme (O Globo), Marta Gleich (Zero Hora) e Ricardo Gandour (O Estado de S. Paulo), além de Sérgio. O editor da Folha ironizou a empresa de tecnologia, dizendo que “o Google faz a velha mídia trabalhar de graça”, e seguiu enumerando as diversas diretrizes digitais que deram mais solidez à redação nos últimos anos. Entre elas o alto investimento em vídeo, o paywall poroso e a criação do Estúdio Folha.
Marta relatou que houve um pedido direto de Eduardo Sirotsky, presidente do Grupo RBS, dizendo que queria elevar a régua do jornalismo do Zero Hora a partir da redação e de sua ligação com o leitor. A editora-executiva do jornal admitiu que ficou “aflita sobre como fazer isso, já que possuíamos tão poucos recursos”. Mas que essa demanda gerou o Projeto Jornalismo Zero Hora 2015, que será estendido para o próximo ano e para outros impressos do grupo, especificamente o Diário Catarinense e o Diário Gaúcho. São 80 ações, que incluíram desde treinamento interno, até o reforço em vídeo e na cobertura de esportes aos finais de semana.
Ascânio enfatizou a reorganização que sofreu a redação em termos de produção, responsabilidades e horários. Isso levou a uma multiplicação crescente do conteúdo digital, da produção de vídeos e do investimento em reportagens especiais. “Temos viajado mais do que no passado, com abordagens de diferentes temas sobre novos ângulos”, afirmou. O impresso manteve o olhar mais analítico, ainda que muitos cadernos tenham sido absorvidos pelo restante do jornal, como o Prosa & Verso e o Revista da TV.
Gandour foi o único a não usar um data show, preferindo fazer uma reflexão sobre o momento atual do jornalismo produzido por esses grupos. “A atividade de captar, checar, validar e propor informação de qualidade ao público se fortalece”, disse, respaldado pelos números crescentes de penetração do conteúdo dos impressos, quando computadas as vias digitais. “O que pode macular, trazer grandes desafios para esses movimentos jornalísticos, é alcançar ótimos números, como o milhão de assinaturas do New York Times ou os críveis 500 mil para os maiores brasileiros, e não preencher o gap das receitas.” O executivo explicou que essa será uma das linhas do estudo que realizara na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, no ano que vem.
Internacionais
O case do New York Times, citado por Gandour, foi apresentado por uma das executivas que capitaneou o processo no jornal americano: Yasmim Namini. Ela apresentou seis conceitos fundamentais para crescer, além de conteúdo de qualidade, que é premissa básica: liderança corajosa; investir em mobile e vídeo; abraçar novos formatos publicitários; preocupação com design de web; diversificar distribuição; e priorizar a capacitação digital e talentos da área.
O case do New York Times, citado por Gandour, foi apresentado por uma das executivas que capitaneou o processo no jornal americano: Yasmim Namini. Ela apresentou seis conceitos fundamentais para crescer, além de conteúdo de qualidade, que é premissa básica: liderança corajosa; investir em mobile e vídeo; abraçar novos formatos publicitários; preocupação com design de web; diversificar distribuição; e priorizar a capacitação digital e talentos da área.
Também trouxeram cases Santiago Alvarez, diretor da Casa Editoral El Tiempo, da Colômbia; e Chang-hee Park, CEO do grupo JoongAng Ilbo, que edita um dos jornais de maior circulação da Coreia do Sul. Bem humorado, o asiático fez um painel que atravessou desde o sucesso do k-pop até o crescimento das empresas de tecnologia coreanas, que culminou num novo dilema paradoxal para a indústria do jornalismo hoje: as redações passaram de lugares que lideram transformações para lugares que são alvo de transformações. “De toda forma, sempre esteve envolvida em mudanças”, falou Park. Nesse sentido, destacou que reforçar estratégias direcionadas ao consumidor são sempre prioridade.
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