Publicado dia 25/01/2016
"Se não tivesse esta política pública, assim como eu, milhares de assentados não teriam ocupado o latifúndio do saber". Assim o agricultor Paulo Davi Johann definiu sua relação com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), mantido pelo Incra, durante roda de conversa promovida na sexta-feira (22), integrando a programação do Fórum Mundial da Educação e do Fórum Social Temático (FST 2016), em Porto Alegre (RS).
Assentado no município de Mafra (SC), Johann formou-se em Pedagogia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná e concluiu o mestrado profissional em Agrossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina - ambos os cursos viabilizados pelo Pronera. Hoje, colabora com outras iniciativas do programa, atuando como coordenador pedagógico do Instituto Educar (no município gaúcho de Pontão), um dos principais parceiros do Pronera no Rio Grande do Sul.
História
Além de Johann, a roda de conversa contou com a presença de servidores do Incra/RS e de participantes do FST 2016. As origens do programa, há 17 anos, foram lembradas. "Durante um encontro nacional em 1997, sentimos a necessidade de cursos específicos para a reforma agrária, um público historicamente excluído. Queríamos um programa específico, para este público específico. Um ano depois, foi criado o Pronera", contou Johann, lembrando que a política pública nasceu das demandas dos movimentos sociais, "do processo de luta".
O assegurador do Pronera/RS, Walter Aragão, apresentou alguns números regionais: o programa já viabilizou 52 turmas e certificou 2.363 alunos nos cursos promovidos no Rio Grande do Sul. Este ano de 2016, estão previstas parcerias novas, como a celebrada com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense/Campus Bagé, visando a formação e capacitação de 80 jovens e adultos no curso Técnico em Agroecologia.
O diferencial do programa está na concepção dos cursos, que adotam perspectivas pedagógicas especialmente voltadas para a diversidade cultural e socioterritorial do campo, privilegiando o aprendizado por meio da alternância, incluindo a sala de aula e o lugar de vida na construção e aplicação dos conhecimentos. "Formamos agentes transformadores da sociedade com o olhar voltado para o coletivo", explicou a técnica do Pronera/RS, Camila Frota.
A mudança está presente, por exemplo, na ênfase dada pelos cursos à agroecologia, quando os modelos tradicionais de agricultura prescrevem agrotóxicos e transgênicos para o campo brasileiro. "A educação é uma ferramenta importante para mudar o paradigma do desenvolvimento do campo", enfatizou Johann.
Nacionalmente, até 2011, o Pronera já havia beneficiado 164 mil trabalhadores rurais assentados, promovendo a democratização do conhecimento no mundo rural brasileiro. Os agricultores têm acesso a cursos de educação básica (alfabetização, ensinos fundamental e médio), técnicos profissionalizantes de nível médio, cursos de nível superior e de especialização.
Acesse AQUI mais informações sobre o Pronera.
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