Adam Hamwia chegou ao Brasil no fim de 2013 e decidiu abrir restaurante na Vila Madalena um ano depois, em uma trajetória marcada por problemas e oportunidades.
São Paulo - O sírio Adam Hamwia, de 36 anos, chegou ao Brasil no fim de 2013 como refugiado. Aqui, tentou um bom emprego, mas não conseguiu e decidiu seguir o mesmo caminho dos imigrantes árabes que vieram para o Brasil no começo do século 20: empreender. Hamwia abriu o Adoomy Restaurante na Vila Madalena. Nele, as estrelas do cardápio são panquecas recheadas (os wraps), “a melhor batata frita da redondeza” e frango frito. O menu tem opções desde R$ 5,50. Opções light e sem colesterol também figuram entre os quitutes.
“Cozinhar era um hobby para mim, mas decidi fazer dele uma forma de ganhar dinheiro depois de tanta dificuldade no Brasil”, afirmou à ANBA em seu restaurante e sua casa na quarta-feira (17). Partir para este desafio não foi a primeira opção do empresário, que é formado em Administração de Empresas na Síria.
“Cozinhar era um hobby para mim, mas decidi fazer dele uma forma de ganhar dinheiro depois de tanta dificuldade no Brasil”, afirmou à ANBA em seu restaurante e sua casa na quarta-feira (17). Partir para este desafio não foi a primeira opção do empresário, que é formado em Administração de Empresas na Síria.
Antes de vir para o Brasil, ele viveu alguns meses no Cairo, no Egito, mas não conseguiu prosperar. Depois, escolheu o Brasil para tentar recomeçar a vida. “Era o único lugar para o qual eu poderia ir e viver legalmente. Havia outras opções, como Estados Unidos e Alemanha, mas não seria legalizado”, disse. “A única coisa que nós sabemos quando decidimos ir ao Brasil é que é um país onde há samba e futebol e que a paixão que vocês têm pelo futebol surge quando ainda são muito pequenos”, afirmou.
Ao chegar a São Paulo, recorda, teve muitos problemas. Não falava português e os brasileiros, por sua vez, não falam árabe nem inglês. Teve dificuldades com a burocracia para se inscrever no País como refugiado. Como entrou no Brasil com dinheiro, pagou impostos sobre sua renda. Ficou surpreso com a falta de informação dos brasileiros com relação ao conflito sírio e se queixou de que muitos dos refugiados que chegam ao Brasil são pessoas capacitadas e com potencial de investimento.
“Não conseguimos bons empregos. Temos apenas propostas ruins que não são condizentes com nossa capacidade e formação. Não tive apoio da comunidade árabe local. Não consegui alugar um lugar para morar pois os contratos de aluguel nos exigem um fiador. Como terei um fiador se acabei de chegar da Síria?”, questiona Hamwia.
No fim de 2014, ele decidiu abrir o próprio restaurante. “Peguei parte do meu dinheiro, ofereci um pagamento adiantado ao dono do imóvel, reformei o lugar e abri o restaurante. Mesmo assim, não tem sido fácil. Fui roubado por funcionários que contratei e tenho problemas com meus vizinhos (de uma lanchonete). Sinto que sou alvo de preconceito por ser refugiado”.
O investimento consumiu aproximadamente US$ 60 mil (equivalente a R$ 240 mil). Há momentos, diz o empresário, em que o restaurante fica lotado. “Fica cheio quando realizamos happy hours ou quando recebemos uma festa de aniversário, e temos recebido esses eventos com frequência. Mas há dias, como hoje, em que o movimento fica fraco. Tive duas mesas ocupadas na hora do almoço”, afirmou.
Ao chegar a São Paulo, recorda, teve muitos problemas. Não falava português e os brasileiros, por sua vez, não falam árabe nem inglês. Teve dificuldades com a burocracia para se inscrever no País como refugiado. Como entrou no Brasil com dinheiro, pagou impostos sobre sua renda. Ficou surpreso com a falta de informação dos brasileiros com relação ao conflito sírio e se queixou de que muitos dos refugiados que chegam ao Brasil são pessoas capacitadas e com potencial de investimento.
“Não conseguimos bons empregos. Temos apenas propostas ruins que não são condizentes com nossa capacidade e formação. Não tive apoio da comunidade árabe local. Não consegui alugar um lugar para morar pois os contratos de aluguel nos exigem um fiador. Como terei um fiador se acabei de chegar da Síria?”, questiona Hamwia.
No fim de 2014, ele decidiu abrir o próprio restaurante. “Peguei parte do meu dinheiro, ofereci um pagamento adiantado ao dono do imóvel, reformei o lugar e abri o restaurante. Mesmo assim, não tem sido fácil. Fui roubado por funcionários que contratei e tenho problemas com meus vizinhos (de uma lanchonete). Sinto que sou alvo de preconceito por ser refugiado”.
O investimento consumiu aproximadamente US$ 60 mil (equivalente a R$ 240 mil). Há momentos, diz o empresário, em que o restaurante fica lotado. “Fica cheio quando realizamos happy hours ou quando recebemos uma festa de aniversário, e temos recebido esses eventos com frequência. Mas há dias, como hoje, em que o movimento fica fraco. Tive duas mesas ocupadas na hora do almoço”, afirmou.
Acima do restaurante fica a casa de Hamwia, que também já lhe traz faturamento. Ele fez do imóvel um pequeno hostel e aluga os dormitórios a turistas. Um francês, um australiano e um norte-americano vivem na casa de Hamwia atualmente.
Ele afirma que apesar de todos os desafios, não pensa em sair da Vila Madalena e acha muito difícil retomar a vida na Síria. “Conheci Porto Alegre (no Rio Grande do Sul), Curitiba (no Paraná), Florianópolis (em Santa Catarina), Ribeirão Preto, Campinas, Ubatuba, Ilhabela (todas no estado de São Paulo) e Paraty (no Rio de Janeiro), além de outras cidades. São lugares lindos, mas não são como São Paulo porque aqui você cria sua oportunidade e pode prosperar. São Paulo é diversificada, tem muita gente e o meu bairro, a Vila Madalena, é muito diversificado. São Paulo tem muita energia, como em nenhum outro lugar”, diz.
Marcos Carrieri/ANBA
Hamwia, na parte externa do restaurante: público diversificado
Serviço:
Adoomy Restaurante
Rua Rodésia, 140, Vila Madalena, São Paulo - SP - Sobreloja
Informações: https://www.facebook.com/adoomyrestaurante/info?tab=overview
Adoomy Restaurante
Rua Rodésia, 140, Vila Madalena, São Paulo - SP - Sobreloja
Informações: https://www.facebook.com/adoomyrestaurante/info?tab=overview
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