Brasília 247 - O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), articula para manter o Waldir Maranhão (PP-MA), primeiro vice-presidente, no comando da Casa. Em reunião com aliados, Cunha conseguiu definir um formato de gestão da Casa de forma que ele, mesmo longe do cargo, consiga manter a influência sobre suas atividades.
A proposta é fazer um tipo de "gestão compartilhada" da presidência da Casa. Maranhão se mantém no cargo, mas quem comandaria as sessões plenárias e a reunião de líderes partidários para definir a pauta de votações serão o segundo-vice-presidente Fernando Giacobo (PR-PR) e o primeiro-secretário Beto Mansur (PRB-SP), ambos integrantes do chamado "centrão", liderado por Cunha.
O formato será ainda repassado pelo Palácio do Planalto, que tem agora à frente o presidente da República em exercício, Michel Temer. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, conversou ontem por telefone com Maranhão, que demonstrou disposição em colaborar com a nova administração. "Vamos construir um entendimento", disse Geddel.
O problema, porém, é que partidos que integram a base de Temer rejeitam a manutenção da influência de Cunha. "Cunha continua conduzindo a Câmara à distância", protestou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). Nesse sentido, PSDB, DEM e PPS pressionam para que Maranhão renuncie. "Não tem renúncia. Sem renúncia", balbuciou ontem o pepista, acrescentando que é preciso "administrar o País".
DEM, PSDB e PPS dizem que vão insistir na busca de uma solução permanente para situação de Maranhão, mas que não vão obstruir o fluxo de votação dos projetos do governo Temer. "Essa é uma queda de braço. Tem de dar uma solução, mas como vai se dar, não sei", disse outro candidato a líder do governo, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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