A maior disputa de centralidade da agenda hoje no Brasil é aquela que se dá entre a prioridade da retomada do crescimento ou o suposto “descontrole inflacionário”. Ela reflete as distintas visões que a esquerda e a direita têm do país.
Para a direita – como sempre – a preocupação central é a inflação, razão pela qual aponta para os gastos do governo, a diminuição da taxa de juros, as políticas sociais, os aumentos de salários. Diz preocupar-se com os salários – que nos seus governos foram dilapidados –, mas se preocupa com os ganhos do capital financeiro e com as contas públicas. Por um lado, ataca o suposto descontrole inflacionário, por outro busca capitalizar eventuais descontentamentos produzidos pelo aumento da taxa de juros.
As pressões conseguiram que o Banco Central voltasse a aumentar a taxa de juros – mesmo sendo um aumento mais simbólico do que real –, mas suficiente para demonstrar que o BC havia assumido a pressão sobre ele. A própria Dilma tem reiterado nos seus pronunciamentos que a preocupação com a inflação é central no governo, o que, enquadrado como ela tem feito no marco das políticas econômico-sociais do governo, é correto. Mas não deixa de colaborar com a campanha opositora para colocar a inflação como tema central da agenda política.
O problema central do país não é esse, hoje. É a dificuldade que o governo enfrenta para conseguir retomar o crescimento econômico. O governo tomou e segue tomando iniciativas nessa direção, sem que se constate efeitos concretos. Baixa taxa de juros à metade do que ela era há algum tempo, diminui sistematicamente impostos para grande quantidade de setores, controla o câmbio, faz investimentos – mas não consegue fazer com que os setores privados invistam.
Não dispõem de recursos? Ou os canalizam para a especulação e até para os paraísos fiscais – como revelações recentes evidenciaram? Onde está o dinheiro?
O grande empresariado privado alega “incerteza”, que são produzidas por eles mesmos, ao privilegiar mais os investimentos especulativos do que os produtivos. Que aumentam os preços e alegam riscos inflacionários.
Para que a economia volte a crescer, é o Estado que tem que assumir o papel determinante. Além dos investimentos públicos diretos – ao invés das desonerações, que não tem tido retorno do capital privado –, o governo tem que condicionar fortemente a circulação do capital financeiro – elevando substancialmente sua taxação –, e condicionar toda concessão feita aos setores privados. A desoneração da cesta básica não chegou plenamente aos consumidores. As desonerações não têm tido contrapartidas do setor privado – seja na contenção de preços, seja na elevação dos investimentos.
Nenhuma empresa estrangeira se dispõe a sair do Brasil, considerada uma economia segura e com grande potencial e expansão. É o grande empresariado privado, com a boca torta do cachimbo da especulação, quem sabota o desenvolvimento econômico do país.
Para a direita – como sempre – a preocupação central é a inflação, razão pela qual aponta para os gastos do governo, a diminuição da taxa de juros, as políticas sociais, os aumentos de salários. Diz preocupar-se com os salários – que nos seus governos foram dilapidados –, mas se preocupa com os ganhos do capital financeiro e com as contas públicas. Por um lado, ataca o suposto descontrole inflacionário, por outro busca capitalizar eventuais descontentamentos produzidos pelo aumento da taxa de juros.
As pressões conseguiram que o Banco Central voltasse a aumentar a taxa de juros – mesmo sendo um aumento mais simbólico do que real –, mas suficiente para demonstrar que o BC havia assumido a pressão sobre ele. A própria Dilma tem reiterado nos seus pronunciamentos que a preocupação com a inflação é central no governo, o que, enquadrado como ela tem feito no marco das políticas econômico-sociais do governo, é correto. Mas não deixa de colaborar com a campanha opositora para colocar a inflação como tema central da agenda política.
O problema central do país não é esse, hoje. É a dificuldade que o governo enfrenta para conseguir retomar o crescimento econômico. O governo tomou e segue tomando iniciativas nessa direção, sem que se constate efeitos concretos. Baixa taxa de juros à metade do que ela era há algum tempo, diminui sistematicamente impostos para grande quantidade de setores, controla o câmbio, faz investimentos – mas não consegue fazer com que os setores privados invistam.
Não dispõem de recursos? Ou os canalizam para a especulação e até para os paraísos fiscais – como revelações recentes evidenciaram? Onde está o dinheiro?
O grande empresariado privado alega “incerteza”, que são produzidas por eles mesmos, ao privilegiar mais os investimentos especulativos do que os produtivos. Que aumentam os preços e alegam riscos inflacionários.
Para que a economia volte a crescer, é o Estado que tem que assumir o papel determinante. Além dos investimentos públicos diretos – ao invés das desonerações, que não tem tido retorno do capital privado –, o governo tem que condicionar fortemente a circulação do capital financeiro – elevando substancialmente sua taxação –, e condicionar toda concessão feita aos setores privados. A desoneração da cesta básica não chegou plenamente aos consumidores. As desonerações não têm tido contrapartidas do setor privado – seja na contenção de preços, seja na elevação dos investimentos.
Nenhuma empresa estrangeira se dispõe a sair do Brasil, considerada uma economia segura e com grande potencial e expansão. É o grande empresariado privado, com a boca torta do cachimbo da especulação, quem sabota o desenvolvimento econômico do país.
Postado por Emir Sader às 18:41
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