Brasil Orgânico viaja pelos biomas do país revelando histórias de pessoas que acreditam no cultivo sem veneno. A estreia no Rio de Janeiro, com o lançamento do DVD acontece dia 8 de maio, no Jardim Botânico.
O documentário Brasil Orgânico (58min, 2013), com direção de Kátia Klock e Lícia Brancher, integra a programação da segunda edição do Green Rio, seminário organizado pelo Planeta Orgânico, nos dias 8 e 9 de maio, no Jardim Botânico. A sessão, com lançamento do DVD do documentário, acontece na quarta-feira, 8 de maio, às 11h30, no Espaço Tom Jobim. Este ano o Green Rio vem acompanhado do Rio Orgânico, promovendo a parceria de iniciativas sustentáveis com o setor orgânico. Os temas "Água” e “Produção e Consumo Sustentável” permearão todo o evento (www.greenrio.com.br)
Brasil Orgânico, realizado pela Contraponto, passeia pelas regiões apresentando culturas, paisagens e ecossistemas que compõem a diversidade do país. O documentário provoca a reflexão sobre o que comemos, como desenvolvemos nossa produção alimentícia e as vantagens nutricionais e sociais da agricultura orgânica frente à convencional. A equipe viajou durante um ano orientando-se pelos biomas: Pantanal, Amazônia, Pampa, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. Brasil Orgânico traz à tona o cultivo sem veneno e reúne iniciativas e histórias de pessoas que têm na produção de alimentos orgânicos uma ideologia de vida: do agricultor familiar ao grande produtor, do agrônomo ao nutricionista, do chef de cozinha ao empresário do mercado de alimentos.
O objetivo da Contraponto agora é distribuir o documentário em DVD para todo o país, chegar nas escolas do meio rural e dos centros urbanos, assim como em associações de agricultores, empresários, universidades e consumidores. Para isso, a produtora de Florianópolis (SC) busca parcerias com instituições públicas e privadas de todo o país. Para adquirir o DVD, os interessados devem entrar em contato com a Contraponto, pelo e-mailproducao@contraponto.tv ou pelo telefone (48) 3334 9805. O projeto foi realizado através da Lei do Audiovisual (Ancine/Ministério da Cultura), com patrocínio da Tractebel Energia e do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul).
ALIMENTOS SEM VENENO
A produção de orgânicos cresce mais de 20% ao ano. Mas apenas 0,8% da agricultura nacional possui certificação orgânica, número que expõe o iminente mercado a ser desenvolvido. Trata-se de uma produção que vai muito além de alimentos livres de agrotóxicos, adubos de síntese química e transgênicos. Ela tem como princípios a manutenção da biodiversidade, a sustentabilidade da vida no campo, a preservação ambiental e a valorização do trabalho.
A nutricionista Elaine Tavares, professora universitária (UFES) e autora do livro Alimentos Orgânicos (Ed. Senac), reforça no documentário que o consumo de orgânicos também valoriza a agricultura familiar no Brasil, já que 80% da produção certificada vêm dos núcleos familiares. "Devemos ter preocupação com quem produz alimentos. A gente desqualifica o agricultor e tem desqualificado várias profissões vitais para nossa manutenção na Terra. Eu tenho um conceito de saúde e o alimento sem agrotóxico é saudável para mim, para minha família, para o planeta, para a água".
"Pelo que sabemos, nós temos agricultura há 4 mil anos e apenas nos últimos 100 anos ela não é mais só orgânica, temos esse outro tipo de agricultura. Mas não porque é melhor, é porque existia uma indústria química que não tinha mercado", explica a professora Ana Primavesi que, aos 93 anos de idade, refere-se com conhecimento de causa à Revolução Verde ocorrida pós- Segunda Guerra Mundial. Naquela época, a indústria química criou um novo mercado - de herbicidas a fertilizantes - colocando na agricultura o nitrogênio produzido até então com fins exclusivamente bélicos.
Algo que foi criado para a morte nós colocamos justamente na vida do solo e estamos destruindo a vitalidade do solo com esse nitrogênio. Esse é o primeiro ponto do erro de concepção de fertilidade do solo. João Volkmann, agrônomo e produtor de arroz (RS)
A produção convencional, embasada no uso de insumos químicos, agrotóxicos, mecanização e monoculturas extensivas, consegue ter o produto a preços menores colocados no mercado, mas com grande débito de custos sociais e ambientais, com poluição do solo, da água, dos lençóis freáticos e doença dos trabalhadores da zona rural. Ondalva Serrano, presidente da AAO (SP)
Muitos produtores falam "eu não como o frango que eu crio, não como o morango que eu cultivo", mas o veneno está ali para a família dele, para a água dele, para a terra também. Essa é a grande questão da contaminação por agrotóxicos, se você contamina, todo mundo sai perdendo. Elaine de Azevedo, nutricionista (ES)
O que: Estreia no Rio de Janeiro e lançamento do DVD Brasil Orgânico, com a participação de Lícia Brancher, diretora do documentário
Quando: Quarta-feira, 8 de maio de 2013, às 11h30
Onde: Espaço Tom Jobim . Jardim Botânico (Rua Jardim Botânico, 1008 - Rio de Janeiro)
Contato: Lícia Brancher • Kátia Klock | (48) 3334 9805 / 9161 3114 / 9989 4202
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