A Selita,que é a mais antiga cooperativa rural. do Espirito Santo, ficou em quinto lugar na pesquisa da Revista Exame, Editora Abril, na categoria leite e derivados. Este feito deve ser comemorado pelos capixabas, seja ele ligado ou não a Selita. Afinal de contas é o Estado sendo destacado nacionalmente. Nos quatro primeiros colocados não aparece nenhuma cooperativa.
O mérito do destaque da Selita é de quem? Vamos fazer uma viagem no tempo, vamos até Cachoeiro. Lá em 1938, no dia 22 de outubro, um grupo de pecuaristas resolveu mudar a maneira e forma de vender a produção leiteira. De uma ação individualista, com cada proprietário trabalhando isoladamente, eles entenderam que no caso da produção leiteira a forma teria mudar. Estavam colocando um ponto final no individualismo. A união os tornou fortes e competitivos. Foi a ação do bom senso, indo em direção ao que hoje conhecemos, recebe 300 mil litros de leite por dia e capacidade para 500 mil.
A caminhada teve os primeiros passos, foram seus fundadores: Abelardo Ferreira Machado, Agenor Luiz Thomé, Agliberto Rodrigues Moreira, Aldo Pinheiro, Alípio Emílio da Costa, Alípio Francisco Moreira, Anacleto Ramos, Antenor Benedito dos Santos, Antônio Gomes, Aristeu Portugal Neves, Caio Martins, Carlos Caiado Barbosa, Delduque Ferreira da Silva, Eduardo Gomes de Almeida, Francisco Alves de Athayde, Jarbas Ferreira Coelho, Jarbas Ferreira Machado, Joaquim Rodrigues Soares, Justino Ferreira, Lauro Pinheiro, Manoel Marcondes de Almeida, Marcondes A. de Souza Junior, Olympio Lopes Machado, Ormindo de Freitas Mello e Oswaldo Alves. A fundação teve a presença do técnico Djalma Eloy Hess e o apadrinhamento do Secretario de Agricultura, Carlos Lindenberg.
Comemorando o feito da Selita lembro o embate deles na década de 80, quando teve de enfrentar a poderosa CCPL – Cooperativa Central dos Produtores de Leite, que queria aniquilá-la. Quando o Jornal do Campo fez 20 anos, hoje tem 32, publiquei um livro “No caminho da roça, aqui fala quem faz. Jornal do Campo 20 anos e outras Histórias”, relatei uma conversa de Carlos Lindenberg Filho e seu pai Carlos Lindenberg, sobre o confronto da Selita com a CCPL. Ao ouvir Carlos Filho, Carlos pai foi objetivo: o pessoal de Cachoeiro vai resistir, eles vão enfrentar a CCPL, eu os conheço muito bem.
A resistência da Selita foi exemplar. O tempo passou, o espírito cooperativista permanece. O destaque é merecido. O mérito é de todos: pecuaristas, funcionários e nós os consumidores.
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quarta-feira, 30 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
A VIDA QUE SE PLANTA. A VIDA QUE SE COLHE...
A VIDA QUE SE PLANTA.
A VIDA QUE SE COLHE...
O CICLO DA NATUREZA. O nosso alimento vem da terra e do trabalho de um grupo de agricultores de Santa Maria do Jetibá. Vem de uma verdadeira relação com a NATUREZA, de uma relação verdadeira. Eles produzem sem agredir o meio ambiente, convivem com ele, partilhando seus frutos e respeitando seu ciclo natural. São agricultores orgânicos, pioneiros e referencia no Brasil. Liberdade é trato com a NATUREZA. PAZ é a continuidade das gerações. É assim o trabalho deles.
O CICLO DO TRABALHO. De domingo à sexta feira, labuta no campo. Todos os sábado, desde 19 de marços de 2005, nós consumidores temos um encontro marcado com eles. Viemos buscar alimentos para nossos corpos. Que este encontro continue e que vá além da troca: dinheiro por alimento.
O CICLO DA VIDA. Afinal, quem são estas pessoas e de onde elas vêm? Os seus antepassados vieram de longe, da Europa, da Pomerânia, um lugar que não existe mais na Geografia. Existe na História. Chegaram no final do século XIX, em busca de liberdade e paz. Guilherme Beilke, em 1859, teria sido o primeiro pomerano a desembarcar no Espírito Santo. Depois chegaram mais. A Pátria deles é a nossa Pátria. A nossa Pátria é a Pátria deles. Eles chegam na noite de sexta feira e nós os encontramos no sábado. É um privilégio recebê-los.
Texto de Ronald Mansur que acompanhou uma série de fotos de Vinicius de Andrade Mansur que ficaram expostas na Feira Orgânica da Praia da Costa em janeiro de 2006.
sábado, 26 de novembro de 2011
COOABRIEL, UM MILHÃO DE SACAS
Quando este texto estiver publicado, a Cooabriel (Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha) já deverá ter ultrapassado a movimentação de 800 mil sacas de café conilon neste ano. A meta é chegar ao dia 31 de dezembro com um volume de um milhão de sacas. Um objetivo que atingido vai marcar definitivamente a Cooabriel como uma cooperativa que incorpora valores, não somente para os seus associados, mas para toda cadeia econômica do café.
A Cooabriel é uma cooperativa que reúne hoje mais de três mil associados e tem 58 anos de plena atividade. Ela é referencia mundial em café conilon. Falou em cooperativa de café conilon, esteja você onde estiver, se no seu entorno estiver alguém com o mínimo de informação do setor café,o nome que virá será Cooabriel. Ela sempre foi o porto seguro nos momentos de crise na cafeicultura. As crises no setor café são sempre constantes e costumam retirar da produção e do mercado, produtores e comerciantes de café. Mas a Coabriel atravessa anos e mostra o valor do associativismo real.
Diariamente a Cooabriel mostra ao mercado de café que o conilon possui qualidades que agrega valor no momento do seu processamento industrial, mas que é preciso remunerar o cafeicultor. Ela é referencia na produção de mudas de qualidade para os seus associados, mudas que vão gerar a possibilidade de movimentar um milhão de sacas neste ano. No ano de 1983, no dia 13 de setembro, o cafeicultor Mario Bragatto, de São Gabriel da Palha, durante uma assembléia geral registrou para a história da Cooperativa:
Querem saber o valor desta a cooperativa? Acabem com ela.
Certamente era um momento de crise, quando muitos pensam em abandonar a organização e desistir. A colocação de Mario Bragatto ficou para Historia da Cooabriel, onde as pessoas se encontram e se unem em defesa do bem comum. Quero homenagear a Cooabriel, seus associados e servidores, citando todos seus presidentes: Padre José Simonato, Gustavo Milbratz, Archangelo Lorenzoni, Aurélio Bastianello, Wanderlino Medeiros Bastos, Dario Martinelli, Jose Colombi Filho e Antonio Joaquim de Souza Neto.
Quando a noticia da meta de um milhão de sacas chegar, vou ficar contente e me alegrar com a alegria do pessoal da Cooabriel. Mas se puder saber com antecedência o dia que o lote de um milhão de sacas estiver sendo contabilizado, gostaria de estar em São Gabriel da Palha no armazém da Cooabriel. Este é o Espirito Santo real.
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BIBLIOGRAFIA LIBANESA/ÁRABE
BIBLIOGRAFIA LIBANESA/ÁRABE ronaldmansur@gmail.com
27/8822 0210 3229 7690
- A TRAGEDIA DO LIBANO RETRAT0 DE UMA GUERRA CIVIL – DOMINGO DEL PINO
- A FACE OCULTA DE EVA – NAWAL EL SAADAWI
-A COZINHA ARABE – ADELIA SLEM GABRIEL
- ARÁBIA SAUDITA – AS MIL E UMA NOITES EM NOSSOS DIAS – MANSOUR CHALLITA
- A CIVILIZAÇÃO ARABE – GUSTAVE LE BOM
- A SABEDORIA DOS ÁRABBESARY DE MESQUITA
- A QUESTÃO PALESTINA – DELEGAÇÃO ESPECIAL PALESTINA NO BRASIL
- A IGREJA MARONITA E O LÍBANO – PADRE EMILE EDE- A IMIGRAÇÃO – ABDELMALEK SAYAD
- A OFENSA E O PERDÃO – AMIN GEMAYEL
- A TRAGÉDIA DO LÍBANO – DOMINGO DEL PINO
- AS TENSÕES NO ORIENTE MEDIO E A GUERRA NA AFEGANISTÃO – FERNADO GELFUSO E LAFAYETTE TOURINHO
-ÀS MARGENS DO NILO, OS EGIPCIOS – VIVIANE KOENING E VERONIQUE AGEORGESP
- AS LENDAS ÁRABES – AS INCRÍVEIS HISTÓRIA DE UMA TERRA MÁGICA
- AS IGREJAS ORIENTAIS –CATÓLICAS E ORTODOXAS- TRADICÕES VIVAS –ROBERTO KHATLAB
- AS CRUZADAS VISTAS PELOS ÁRABER- AMIN MAALOUF
- ASAS PARTIDAS –GIBRAN KALIL GIBRAN
- BELEM 2007 DC A SITIADA CIDADE DE JESUS
- CHARBEL M,ILAGRES DO SECULO XX – MANSOUR CHALLITA
- CRISE NO LIBANO – CAMILLE CHAMOUN
- COZINHA LIBANESA- UMA ARTE MILENAR – MONA SAMIR HOBEICA
- DO ORIENTE MEDIO MOSAICOS – MANSOUR CHALLITA
- D PEDRO II NA TERRA SANTA – DIARIO DE VIAGEM 1876 - REUVEN FAINGOLD
- EU ESCOLHO O LÍBANO – ILDEFONSE SARKIS
- ESTE É O LIBANO – MANSOUR CALLITA
- ESTE DESCONHECIDO ORIENTE MEDIO – MANSOUR CHALLITA
- EL PROFETA Y EL JARDIN DES PROFETA – GIBBRAN KALIL GIBRAN
- ENTRE ÁRABES E JUDEUS – HELENA SALEM
- HISTORIA DEL LIBANO – JACQUES NANTET
- HISTOIRE DES ATABES – DOMINIQUE SOURDEL
- HISTORIA E MISTERIOS DOS TEMPLARIOS – PEDRO SILVA
- GUIA DA LEITURA NO SEDIMENTO DO CAFÉ – BATIA SHOREL E SARA ZEBBAVI
- HÁBITOS, COSTUMES E TRADIÇÕES ÁRABES
- INTRODUÇÃO À CRITICA DA RAZÃO ARABE – MOHAMMEN ABED AL-JABRI
- JERUSALEM – KAREM ARMSTRONG
- LETRAS E HISTÓRIA MIL PALAVRAS ÁRABES NA LINGUA PORTUGUESA
- LIBANO TURISTICO E CULTURAL – ROBERTO KHATLAB
- LÍBANO EM CHAMAS – IM CRAWFORD
- LEBANON – LONELY PLANET
-MÉMORIA DO LIBANO - ALFREDO DE FIGUEREDO
- MISSÃO EM BEIRUTE – RAY ALAM
- O ALCORÃO- TRADUÇÃO DE MANSOUR CHALLILTA
- O ÁRABE SEM MESTRE – ALPHONSE NAGIB SABBAGH
- O POVO LIBANÊS – JEAN SALEM
- O ORIENTE MEDIO- MANSOUR CHALLITA
- O CAPITÃO MOURO – GEORGES BOURDOUKAN
- O LÍBANO ATRAVÉS DOS SECULOS TOMO I – PADRE EMILE EDDÉ
- O ORIENTE MEDIO E O MUNDO ÁRABE- MARIA YEDDA LINHARES
- O LÍBANO ATRAVÉS DOS SÉCULOS TOMO II – PADRE EMILE EDDÉ
- O LIBANO RESTAURADO – ISMAIL MAJZOUB
- O EGITO – MITOS E LENDAS
- O CONFLITO ÁRABE ISRAELESE OU O SUICIDIO DE UMA CIVILIZAÇÃO – A MEDAWAR
- O LIBANO ETERNO – HENRIQUE PAULO PAHIANA
- OS ARABES – ESTADOS, ACONTECIMENTOS, PERSONALIDADES, ECONOMIA E POLITICA.
- OS MARONITAS QUÉM SON? QUE QUIEREN? MICHEL AWIT
- OS MARONITAS – DOM JOSEPH MAHFOUZ
- OS ÁRABES ANTES DA RENASCENÇA- GEORGE LIAN
- OS CRISTÃO E O CONFLITO ARABE-ISRAELEN SE – ESTUDOS ÁRABES
- OS ÁRABES NA ÉPOCA DO SEU ESPLENDOR – MOKHTAR MOKTELI – VÉRONIQUE AGEORGES
- ORIENTE MEDIO – UMA REGIÃO DE CONFLITOS – NELSON BASIC OLIC
- OS SANTOS LIBANESES MARONITAS – DOM JOSEPH MAHFOUZ
- OS ÁRABES - A LÍNGUA ÁRABE- O NACIONALISMO ARABE – HUSSAIN MONES
- OS CONFLITOS DO ORIENTE MEDIO – FRANCOIS MASSOULIE
- OS MARONITAS – UM MARCO NA HISTÓRIA – JOSEPH MAHFOUZ
- PALESTINA UMA NAÇÃO OCUPADA – JOE SACCO
- PEOPLE FRON NORTH GOVERNORATE – TRIPOOLI, ZGHARTA
- QUIBE, TABULE, ESFIRA E MAIS 100 PRATOS DA COZINHA ÁRABE
- REVISTA DE ESTUDOS ÁRABES ANO 1/1- 1993
- REVISTA DE ESTUDOS ÁRABES ANO 1/2 - 1993
- REVISTA DE ESTUDOS ÁRABES ANO II 1994
- RECEITAS ÁRABES – MARIANINHA PRADO
- SE O LÍBANO FALASSE... – SAID AKL
- SEGEDOS DO CARAÇÃO – KAHLIL GIBBRAN
- SOMBBRAS DA ROMÂZEIRA – TARIQ ALI
- TOLEDO, SECULOS XII- XIII – MUÇULMANOS, CRISTÃOS E JUDEUS – O SABER E A IGNORANCIA
- UMA HISTÓRIA DOS POVOS ÁRABES – ALBERT HOURANI
- UMA FAMLIA LIBBANESA EM COLOMBBIA – FERNANDO DAJER CHADID
BIBLIOGRAFIA LIBANESA/ÁRABE/BRASIL
-A COLONIA ÁRABE NO AMAZONAS – CAETANO ANTONACCIO
- A IMIGRAÇÃO ARABE EM GOIÁS –HELIANE PRUDENTE NUNES
- A ARTE CULINÁRIA SIRIO LIBBANESA – JOSE KHOURY
- A NEGOCIAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL –MIGRANTES, MINORIAS E LUTA PELA ETNICIDADE NO BRASIL –JEFFREY LESSER
- A DESCOBERTA DA AMERICA PELOS TURCOS JORGE AMADO
- A IMIGRAÇÃO ARABE NO BRASIL – VOLUME I - JORGE S SAFADY
- A IMIGRAÇÃO ARABE NO BRASIL – VOLUME II - JORGE S SAFADY
- A IMIGRAÇÃO ARABE NO BRASIL – VOLUME III - JORGE S SAFADY
- A SOMBRA DO CEDRO – JORGE GERMANOS
- A SAGA DE UM MASCATE – JOÃO ISSA SALUM
- A CULTURA ARABBE NO BRASIL, LIBANO E SIRIA
- ANTONIO ADIB CHAMMAS- O BANDEIRANTE NO PROGRESSO DE SÃO PUALO – SALOMÃO JORGE
- ALBUM DA COLONIA SÍRITO LIBANESA NO BRASIL – SALOMÃO JORGE
- BAU DE MASCATE – JAMIL RIZKALLA
- BUSCANDO A TRADIÇÃO ´STELLA HADDAD DE SOUZA
- BRASIL LIBANO – AMIZADE QUE DESAFIA A DISTANCIA – ROBERTO KHATLAB
- CENAS E CENÁRIOS DOS CAMINHOS DE MINHA VIDA – WADID SAFADY
- CRONICAS – JOSE MAYSÉS
- CONFISSÕES E NDISCRIÇÕES MEIO SECULO DE EXPERIENCIAS EM QUATRO CONTINENTES DUOUN
- DO CEDRO AO MANDACARU – FARID AOUN
- DE MASCATES A DOUTORES – SIRIOS E LIBBANES EM SÃO PAULO – OSWALDO TRUZZI
- DINHEIRO NA ESTRADA- UMA SAGA DE IMIGRANES – EMIL FARHAT
- ENSAIOS E DISCURSOS – NAMI JAFET
-FRMAÇÃO E CONTI UIDADE DA NAÇÃO LIBANNESA – NAGIB DAHDAH
- FRAGMENTOS ÁRABES – JORGE ALBERTO NABUBT
- GENTE DO ÍBANO QUE FAZ NO BRASIL CARLOS ABUMRAD
- HOSPITAL SIRIO -LIBANÊS – 80 ANOS
- HISTORIAS DE VIDA – A VISÃO DE UM IMIGRANTE NO BBRASIL – NAIM KHALIL AYACHE
- IMIGRAÇÃO ARABE 100 ANOS DE RELFEXAO – CLAUDE FAHA HAJJAR
- JORGE - A SEMENTE LIBANESA- ADOLFO SANTOS TURBAY
-JABAL LUBNAN – ALCY CHEUICHE
- MEMORIAS DE UM IMIGRANTE – BOURHANN HELOU
- MÉDICOS SIRIOS E LIBANESES NO PASSADO – CARLOS DA SILVA LACAZ
- MOUROS, FRANCESES E JUDEUS- TRÊS PRESENÇAS NO BRASIL – CAMARA CASCUDO
- MARE NOSTRUM – SALIM MIGUEL
- NUR NA ESCURIDÃO – SALIM MIGUEL
- MEU IRMÃO ABRAHÃO – IRMÃ ZOE JABOUR
- O LIBANÊS NO BRASIL – HEKMAT KHODOR – VOLUME 3
- O MASCATE NO BRASIL – JOSE ALIPIO GOULART
- O CAFÉ E O MASCATE 2- JAMIL SAFADY
-O BRASIL E O MUNDO ÁRABE - CARLOS LACERDA
- O REGATÃO – JOSE ALIPIO GOULART
- O VOO DO ELEFANTE – NABIH ABOU EL HOSN
- O CAPITAO MOURO – GEORGES BOURDOUKAN
- O LIBANO E OS LIBANESES NO BRASIL – TANUS JORGE BASTANI
- OS SÍRIOS E LIBANESES EM JUIZ DE FORA- WILSON DE LIMA BASTOS
- OS ÁRABEBS NO SERTÃO – JOÃO ASMAR
- OS PRIMOS –CRONICA DE UMA FAMILIA LIBANESA NA BAHIA –LIDIVALDO REAICHE RAIMUNDO BRITO
- PANORAMA DA IMIGRAÇÃO ÁRABE – VOLUME 1 – JAMIL SAFADY
- PATRICIOS – SIRIOS E LIBBANESES EM SÃO PAULO – OSWALDO MARIO SERRA TRUZZI
- RAIZES LIBANESAS NO PARÁ – ASSAD ZAIDAN
- RELATO DE UM CERTO ORIENTE – MILTON HATOUM
- RECEITAS ÁRABES TRADICIONAIS – MAHASSEM HANNA YAZBEK – SALMA DAUD ABRAHÃO
- RELATO DE UM CERTO ORIENTE – MILTON HATOUM
- RELAÇÕES ENTRE O BRASIL E O MUNDO ÁRABE - FUNDAÇÃO ALEXANDRE GUSMÃO.
- SALIM NA CLARIDADE – DEPOIMENTOS
- SIRIOS E LIBANESES = ASPECTOS DA IDENTIDADE ARABENO SUL DO BRASIL – CECILIA KEMEL
- SÍRIOS E LIBANESES – CLARK S. KNOWLTON
- TURCO POBRE, SIRIO REMEDIADO, LIBANES RICO – MINTAHA ALCURI CAMPOS-
- UM OUTRO ARABESCO – ETNICIDADE SIRIO LBANESA NO BRASIL NEOLIBERAL – TOFIK KARAN
- VISITAS HISTÓRICAS DO LIBANO AO RASIL – GEORGES ABI FADEL
- ZÉ FELIPE O LIBANES – ANVES BILATE
AGORA É HISTÓRIA
Na solenidade acorrida no dia 17 de setembro, em São Gabriel da Palha, a Cooabriel homenageou os cafeicultores Eduardo Glazar (in memoriam), Dario Martinelli e o exportador Jonice Tristão, pela dedicação e contribuição que deram a cultura do conilon, foi a autenticação de um fato Histórico.
Neste dia foram premiados os 20 melhores produtores de conilon. Aqui é o prosseguimento do trabalho iniciado pelo Governador Jeronimo Monteiro que trouxe duas mil mudas e 50 litros de sementes do conilon. Depois os cafeicultores migrando do Sul para o Norte do Estado, levaram sementes e mudas, fazendo a sua disseminação. Vieram as pesquisas do Instituto Brasileiro do Café (IBC) que logo passou para o que é hoje o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural Incaper. O conilon ibernou até os anos 60, quando teve uma atenção especial em São Gabriel da Palha. Nesta época ocorria a erradicação dos cafezais e o êxodo de milhares de capixabas. Aqui entra a ação de Eduardo Glazar, Dario Martinelli e Jonice Tristão.
Glazar e Dario viram caminhões de lotados de pessoas deixarem o Norte. Viram chegar o financiamento para o plantio de café arábica em áreas acima de 400 metros de altitude. São Gabriel estava fora do programa de plantio das lavouras, lá é raro uma propriedade acima de 400 metros. Lutaram pelo financiamento do conilon. Quando Eduardo foi prefeito comandou a produção de mudas de conilon e as distribuía. Foi sucedido Dario, que seguiu a mesma política. Eles foram prefeito por quatro mandatos. Depois o conilon veio a ter financiamento para o seu plantio. Neste episódio tem importância capital o exportador Jair Coser, da Unicafé. São Gabriel da Palha saiu na frente. É por isto que lá está a maior e mais importante cooperativa de conilon do Mundo. Quando se fala em conilon, lembramos da Cooabriel.
Jonice Tristão tem participação decisiva quando implanta a Realcafé, indústria de café solúvel e garante a Eduardo a compra de todo conilon de São Gabriel da Palha. Está sinalização foi a partida para a produção das mudas. A Realcafe foi inaugurada em 1971 e apenas em 1975 o IBC fez a primeira previsão de safra, o conilon, chegou a 200 mil sacas. Hoje a produção do Brasil é superior a 10 milhões. O conilon da Bahia e Rondonia é fruto de mãos e plantas matrizes capixabas. A Realcafé foi um vetor decisivo. O que seria do Espirito Santo sem o conilon?
Na solenidade de reconhecimento histórico, o presidente da Coabriel, Antonio Souza Neto lembrou que em 2008 eles receberam 261 mil sacas de café e neste ano, 553 mil. Em 2011 a barreira do milhão de sacas é a meta a ser batida.
Governador Paulo Hartung, com a autoridade de quem mudou a Administração Pública capixaba, assinou o documento onde os homenageados passam à História, ao dizer: A História não começou com a gente. Ela é feita de erros e acertos, tropeços e caminhadas ao longo de uma vida. É importante valorizar aqueles irmãos nossos que praticaram atos que mudaram os rumos das coisas, quando as pessoas estavam de cabeça baixa sem saber para onde ir, com a erradicação dos cafezais. Se abriu uma trilha, um caminho novo.
Peço licença como cidadão e profissional de imprensa, que assistiu no dia a dia grande parte do que aqui foi descrito, para dar o meu aval irrestrito a homenagem que recebeu Eduardo Glazar, Dário Martinelli e Jonice Tristão. Agora é História.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
AFONSO LOCATELLI
Afonso Locatelli, um descendente de italianos como milhares e milhares de capixabas, nasceu, mora e trabalha lá de São Roque do Canaã, hoje ele é conhecido nacionalmente pela produção artesanal de tonéis de madeira para armazenar cachaça e vinho. Faz tonéis de dois a vinte mil litros. A fama de competência foi vindo na medida exata que os seus tonéis chegavam ao destino final. Eles estão em praticamente todos os Estados do Brasil. O sucesso não veio de imediato ou caiu do céu, ele chegou por força do trabalho e pelo uso que os compradores faziam da encomenda.
Eu cheguei até a indústria de Afonso não somente por indicação de algumas pessoas amigas. Eu lá fui guiado, principalmente pela visão que tive em muitos alambiques que ia conhecendo pelo interior do Estado. Tonéis bem feitos e cumprindo a sua sagrada missão (guardar bem e preservar a cachaça). Sempre tinha a mesma resposta sobre sua procedência: quem fez foi o Afonso Locatelli, lá de São Roque do Canaã. Não tive nenhuma dúvida, um dia eu iria até lá. Não demorou muito para bater na porta da casa de Afonso e Maria José.
Não é preciso nem dizer que o Jornal do Campo da TV Gazeta registrou o trabalho do Afonso Locatelli. No ar a reportagem foi o maior sucesso, coisa natural quando se tem uma mensagem dita por quem preenche por completo o slogan do programa: aqui fala quem faz.
Recentemente Afonso passou a produzir a cachaça Suprema, daquelas que a gente não toma apenas uma. Um velho sonho realizado, produzir a sua cachaça, ser dono de um alambique. Outro dia passado por São Roque fui bater ponto na casa da família Locatelli. Conversa vai conversa vem ouvi uma história que é mais ou menos o seguinte:
È comum no final de tarde no interior as pessoas visitarem os conhecidos. Num dia qualquer do ano passado Afonso tinha na sua varanda três amigos produtores de cachaça. Uma quarta pessoa chega e vai direto a ele: eu vim pegar a minha encomenda. Eram 150 litros da cachaça. Como tudo já estava acertado, foi o tempo de colocar encomenda no carro e dar um cheque de 750 reais. Como entre amigos não existe ou não deve existir segredo, os amigos ficaram sabendo o valor que Afonso havia recebido por litro.
O freguês satisfeito com a compra despediu-se, deu partida no seu carro e tomou seu rumo. Assim que Afonso retornou a varanda ouviu a seguinte colocação:
-Para eu conseguir 750 reais numa venda de cachaça que você acabou de fazer, além de ter de levar a mercadoria no comércio ou no endereço que o freguês me indicar: tenho de entregar 150 litros várias vezes.
Afonso me disse que ao ouvir a colocação do amigo, não teve dúvida: ele não falava somente por si, mas pelos três. Olhou para o grupo e falou:
- Quando resolvi montar o meu alambique, durante a sua construção e desde a primeira destilação, até hoje, nunca e em momento algum eu pensei em vocês. O meu objetivo era outro, eu pensava no meu cliente futuro. Imaginava que o meu comprador deveria receber uma cachaça de qualidade, se bem recebido e atendido na minha casa, para voltar sempre e repetir a encomenda.
Nós que moramos num Estado que tem gente com a competência, visão e simplicidade de realização de um Afonso Locatelli, deveríamos todos os dias refletir: será que ao meu lado tem uma pessoa que merece um elogio, um reconhecimento e um apoio de minha parte? Sou omisso ou reconheço o valor? Bato palmas ou alimento a inveja? Alegrar com a alegria dos outros é um ótimo caminho.