Na solenidade acorrida no dia 17 de setembro, em São Gabriel da Palha, a Cooabriel homenageou os cafeicultores Eduardo Glazar (in memoriam), Dario Martinelli e o exportador Jonice Tristão, pela dedicação e contribuição que deram a cultura do conilon, foi a autenticação de um fato Histórico.
Neste dia foram premiados os 20 melhores produtores de conilon. Aqui é o prosseguimento do trabalho iniciado pelo Governador Jeronimo Monteiro que trouxe duas mil mudas e 50 litros de sementes do conilon. Depois os cafeicultores migrando do Sul para o Norte do Estado, levaram sementes e mudas, fazendo a sua disseminação. Vieram as pesquisas do Instituto Brasileiro do Café (IBC) que logo passou para o que é hoje o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural Incaper. O conilon ibernou até os anos 60, quando teve uma atenção especial em São Gabriel da Palha. Nesta época ocorria a erradicação dos cafezais e o êxodo de milhares de capixabas. Aqui entra a ação de Eduardo Glazar, Dario Martinelli e Jonice Tristão.
Glazar e Dario viram caminhões de lotados de pessoas deixarem o Norte. Viram chegar o financiamento para o plantio de café arábica em áreas acima de 400 metros de altitude. São Gabriel estava fora do programa de plantio das lavouras, lá é raro uma propriedade acima de 400 metros. Lutaram pelo financiamento do conilon. Quando Eduardo foi prefeito comandou a produção de mudas de conilon e as distribuía. Foi sucedido Dario, que seguiu a mesma política. Eles foram prefeito por quatro mandatos. Depois o conilon veio a ter financiamento para o seu plantio. Neste episódio tem importância capital o exportador Jair Coser, da Unicafé. São Gabriel da Palha saiu na frente. É por isto que lá está a maior e mais importante cooperativa de conilon do Mundo. Quando se fala em conilon, lembramos da Cooabriel.
Jonice Tristão tem participação decisiva quando implanta a Realcafé, indústria de café solúvel e garante a Eduardo a compra de todo conilon de São Gabriel da Palha. Está sinalização foi a partida para a produção das mudas. A Realcafe foi inaugurada em 1971 e apenas em 1975 o IBC fez a primeira previsão de safra, o conilon, chegou a 200 mil sacas. Hoje a produção do Brasil é superior a 10 milhões. O conilon da Bahia e Rondonia é fruto de mãos e plantas matrizes capixabas. A Realcafé foi um vetor decisivo. O que seria do Espirito Santo sem o conilon?
Na solenidade de reconhecimento histórico, o presidente da Coabriel, Antonio Souza Neto lembrou que em 2008 eles receberam 261 mil sacas de café e neste ano, 553 mil. Em 2011 a barreira do milhão de sacas é a meta a ser batida.
Governador Paulo Hartung, com a autoridade de quem mudou a Administração Pública capixaba, assinou o documento onde os homenageados passam à História, ao dizer: A História não começou com a gente. Ela é feita de erros e acertos, tropeços e caminhadas ao longo de uma vida. É importante valorizar aqueles irmãos nossos que praticaram atos que mudaram os rumos das coisas, quando as pessoas estavam de cabeça baixa sem saber para onde ir, com a erradicação dos cafezais. Se abriu uma trilha, um caminho novo.
Peço licença como cidadão e profissional de imprensa, que assistiu no dia a dia grande parte do que aqui foi descrito, para dar o meu aval irrestrito a homenagem que recebeu Eduardo Glazar, Dário Martinelli e Jonice Tristão. Agora é História.
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