quinta-feira, 3 de maio de 2012

LEVY ROCHA, HISTORIADOR SILENCIOSO.


Na era da globalização diariamente a imprensa registra os valores dos investimentos estrangeiros no Brasil, que ora cresce e ora desaparece, mas sempre levando para o exterior o trabalho nacional, em forma de juros e dividendos, que remunera o capital investido. Aqui no Espírito Santo tem uma pessoa que mapeou o imenso trânsito de estrangeiros que visitaram nossa terra, nós estamos falando de LEVY ROCHA.
O registro que Levy fez não tem nada haver com dólares, juros, taxa de risco, risco Brasil, humos do mercado e outras variantes. O desconhecimento e a ignorância do que fomos e porque assim fomos, é um componente importante para podermos olhar, entender e participar da construção de um futuro mais feliz e menos medíocre.
Em 1971, Levy Rocha publicou VIAJANTES ESTRANGEIROS NO ESPÍRITO SANTO, onde ele enumera dezenas de estrangeiros que aqui chegaram e fizeram livros magníficos, mas que muitos deles ainda permanecem esquecidos. Quem tem a felicidade ou mesmo a sorte de ter acesso ao livro de Levy, toma um banho de fatos históricos, que estão ficando perdidos e restritos a bibliotecas localizadas em grandes centros, bem distantes de todos.
Além de relatos rápidos sobre muitos visitantes, como Jean de Levy, que esteve no litoral capixaba no ano de 1557, bem como Dalincourt, o Barão Humbolt, Johann Moritz, Rugendas e muitos outros, Levy Rocha nos dá em maior volume, informações valiosas sobre Saint Hilaire, Théodore Descourtiz, Auguste Biard, Johann Jakob von Tschudi, Hartt e a princesa Teresa da Baviera. Levy Rocha ainda nos brindou com uma bibliografia e uma série de fotografias.
O que me leva a falar sobre Levy é o fato de que por meio dos seus escritos pude começar a fazer um rastreamento sobre a vinda dos suíços para o Espírito Santo. Ele me conduziu à busca e o interesse para conhecer o fantástico Johann Jakob von Tschudi, que aqui esteve em 1860, em busca de informações sobre os seus patrícios vindos para:
Santa Isabel, 1847, Werfeli, Ginsberg, Schop e Baungartner.
Rio Novo do Sul, 1856, Fischer, Hoffmann, Jappert, Kobi, Läber, Obrist, Rohr, Stauffer, Sheidegger, Scherrer e Wettler.
Santa Leopoldina, 1857, Fink, Muller, Hauser, Dürr, Volkart, Zinsli, Shanut, Hölfi, Kubli, Köpplin, Hoffmann, Landolt, Ziegler, Luchsinger, Bäbler, Hallauer, Bucher, Kaufmann e Baungartner.
Sob a luz da chama acesa por Levy, conseguimos resgatar em parceria com Agostino Lásaro e Cilmar Fransceheto, ambos do Arquivo Público Estadual, dois relatos de Tschudi, um em alemão e o outro em francês. É interessante o trabalho de Tschudi em descrever como era o Espírito Santo em 1860, com colocações sérias e duras,  mas que nos ajuda a entender os dias atuais.
No momento estamos levantando informações para o resgate de parte de nossa História, para que ela não seja esquecida e apagada. Aproveitamos para informar às famílias dos descendentes dos imigrantes suíços, que tenham interesse em conhecer um pouco da sua História que estamos a disposição para dar e receber informações. Pretendemos dar um passo a mais na caminhada iniciada por Levy Rocha, a quem agradecemos e a quem o nosso Estado é devedor eterno por sua obra.
Texto escrito no final da década de 90.


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