Na era da globalização
diariamente a imprensa registra os valores dos investimentos estrangeiros no
Brasil, que ora cresce e ora desaparece, mas sempre levando para o exterior o
trabalho nacional, em forma de juros e dividendos, que remunera o capital
investido. Aqui no Espírito Santo tem uma pessoa que mapeou o imenso trânsito
de estrangeiros que visitaram nossa terra, nós estamos falando de LEVY ROCHA.
O registro que Levy
fez não tem nada haver com dólares, juros, taxa de risco, risco Brasil, humos
do mercado e outras variantes. O desconhecimento e a ignorância do que fomos e
porque assim fomos, é um componente importante para podermos olhar, entender e
participar da construção de um futuro mais feliz e menos medíocre.
Em 1971, Levy Rocha
publicou VIAJANTES ESTRANGEIROS NO ESPÍRITO SANTO, onde ele enumera dezenas de
estrangeiros que aqui chegaram e fizeram livros magníficos, mas que muitos
deles ainda permanecem esquecidos. Quem tem a felicidade ou mesmo a sorte de
ter acesso ao livro de Levy, toma um banho de fatos históricos, que estão
ficando perdidos e restritos a bibliotecas localizadas em grandes centros, bem
distantes de todos.
Além de relatos
rápidos sobre muitos visitantes, como Jean de Levy, que esteve no litoral
capixaba no ano de 1557, bem como Dalincourt, o Barão Humbolt, Johann Moritz,
Rugendas e muitos outros, Levy Rocha nos dá em maior volume, informações
valiosas sobre Saint Hilaire, Théodore Descourtiz, Auguste Biard, Johann Jakob von
Tschudi, Hartt e a princesa Teresa da Baviera. Levy Rocha ainda nos brindou com
uma bibliografia e uma série de fotografias.
O que me leva a falar
sobre Levy é o fato de que por meio dos seus escritos pude começar a fazer um
rastreamento sobre a vinda dos suíços para o Espírito Santo. Ele me conduziu à
busca e o interesse para conhecer o fantástico Johann Jakob von Tschudi, que
aqui esteve em 1860, em busca de informações sobre os seus patrícios vindos
para:
Santa Isabel, 1847, Werfeli, Ginsberg, Schop e Baungartner.
Rio Novo do Sul, 1856, Fischer, Hoffmann, Jappert, Kobi, Läber, Obrist, Rohr,
Stauffer, Sheidegger, Scherrer e Wettler.
Santa Leopoldina, 1857, Fink, Muller, Hauser, Dürr, Volkart, Zinsli, Shanut, Hölfi,
Kubli, Köpplin, Hoffmann, Landolt, Ziegler, Luchsinger, Bäbler, Hallauer, Bucher,
Kaufmann e Baungartner.
Sob a luz da chama
acesa por Levy, conseguimos resgatar em parceria com Agostino Lásaro e Cilmar
Fransceheto, ambos do Arquivo Público Estadual, dois relatos de Tschudi, um em
alemão e o outro em francês. É interessante o trabalho de Tschudi em descrever
como era o Espírito Santo em 1860, com colocações sérias e duras, mas que nos ajuda a entender os dias atuais.
No momento estamos
levantando informações para o resgate de parte de nossa História, para que ela
não seja esquecida e apagada. Aproveitamos para informar às famílias dos
descendentes dos imigrantes suíços, que tenham interesse em conhecer um pouco
da sua História que estamos a disposição para dar e receber informações.
Pretendemos dar um passo a mais na caminhada iniciada por Levy Rocha, a quem
agradecemos e a quem o nosso Estado é devedor eterno por sua obra.
Texto escrito no final
da década de 90.
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