A variedade é recomendada especialmente para o estado de Rondônia
A cultivar de café Conilon BRS Ouro Preto (Coffea canephora Pierre ex Froehner) é a primeira desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), sendo resultado de estudo conduzido pela Embrapa Rondônia, instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café.
Recomendada especialmente para Rondônia - segundo produtor de café conilon do Brasil - a cultivar foi obtida pela seleção de cafeeiros com características adequadas às lavouras comerciais do estado e adaptada ao clima e ao solo da região. Sua denominação é uma homenagem ao município de Ouro Preto do Oeste, centro pioneiro da colonização oficial do antigo território de Rondônia.
Características - A Conilon BRS Ouro Preto é uma cultivar clonal, composta de 15 clones com ciclo de maturação intermediária, tolerantes aos principais estresses climáticos observados nos polos de cafeicultura em Rondônia: alta temperatura, elevada umidade do ar e déficit hídrico moderado. Destina-se a cafeicultores que utilizam tecnologia recomendada para o cultivo, incluindo calagem, adubação química, poda de condução, controle de pragas, doenças e plantas daninhas. A nova cultivar é indicada para o cultivo em sequeiro ou com irrigação e é fruto de um trabalho de pesquisa de mais de 20 anos.
Com manejo adequado, apresenta potencial de produtividade de 70 sacas beneficiadas por hectare em lavouras de sequeiro. Em testes de campo, chegou a atingir mais de 120 sacas por hectare. Possui grãos com maior uniformidade de maturação e peneira média acima de 14. Apresenta rendimento no beneficiamento acima de 52%. A Conilon BRS Ouro Preto tem potencial para aumentar a produtividade da cafeicultura em Rondônia, contribuindo para a sustentabilidade econômica e social de mais de 40 mil pequenas propriedades rurais cafeicultoras no estado.
Testes para mais estados – A Embrapa Rondônia e a Embrapa Café, por meio de recursos do Consórcio Pesquisa Café, estão em fase de viabilização de testes da nova cultivar nos demais estados amazônicos e no Mato Grosso e Espírito Santo. “Serão feitos testes in loconessas regiões. A expectativa é que a cultivar responda positivamente também nesses estados, onde as condições edafoclimáticas são semelhantes”, adianta o chefe-geral da Embrapa Rondônia, César Teixeira. Além disso, há previsão de lançamento de pelo menos duas novas cultivares de café robusta nos próximos anos, também com apoio do Consórcio Pesquisa Café.
Multiplicação das mudas - Através do Plano de Marketing da cultivar, que está em elaboração, serão definidos critérios que garantam que as mudas sejam multiplicadas, em viveiros certificados pelo Mapa, e cheguem aos produtores rurais. A previsão é que as mudas sejam disponibilizadas aos produtores rurais num prazo de dois anos.
De acordo com os pesquisadores André Rostand e Rodrigo Rocha, melhoristas da Embrapa Rondônia que trabalharam no desenvolvimento da nova cultivar, assim que os viveiros forem selecionados, eles receberão as estacas certificadas para instalação de jardim clonal.
Café robusta (Coffea canephora ou Coffea robusta) - é uma espécie de café originária da África Ocidental. É cultivada principalmente na África e no Brasil, onde é chamada também de Conillon. Rondônia se destaca como segundo mais importante produtor brasileiro de conilon, atrás apenas do Espírito Santo. A previsão de produção para 2012, no estado, é de 1,6 milhão de sacas, com produtividade média de 11,45 sacas por hectare. Aproximadamente um terço do café produzido no mundo é robusta, incluído nos cafés instantâneo e expresso de forma a tornar o café cremoso. Essa espécie contém duas vezes mais cafeína que a arábica. “O café robusta está sendo cada vez mais procurado pelo renovado interesse do mercado em sua utilização nos ‘blends’. Ele rende mais que o arábica em solúveis e é de mais fácil comercialização”, finaliza o chefe da Embrapa Rondônia.
Sobre o Consórcio - Tendo por base a sustentabilidade, a qualidade, a produtividade, a preservação ambiental, o desenvolvimento e o incentivo a pequenos e grandes produtores, com responsabilidade social e ambiental, participam atualmente do Consórcio as dezinstituições fundadoras – Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), Pesagro (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro), Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), IAC (Instituto Agronômico de Campinas), Iapar (Instituto Agronômico do Paraná,) Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), Ufla (Universidade Federal de Lavras) e UFV (Universidade Federal de Viçosa) e outras 40 instituições de pesquisa, ensino e extensão. As pesquisas estão concentradas nas áreas de melhoramento genético, biotecnologia, segurança alimentar, otimização do sistema produtivo, manejo integrado de pragas e doenças, cafeicultura irrigada, zoneamento climático, colheita e pós-colheita, aperfeiçoamento de processos e desenvolvimento de equipamentos.
As pesquisas do Consórcio Pesquisa Café contam com o apoio e o financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Kadijah Suleiman - MTb RJ 22729JP e Flávia Bessa – MTb 4469/DF
Fone: (61) 3448-1927
Site: www.embrapa.br/cafe
www.consorciopesquisacafe.com. br
Texto: Kadijah Suleiman - MTb RJ 22729JP e Flávia Bessa – MTb 4469/DF
Fone: (61) 3448-1927
Site: www.embrapa.br/cafe
www.consorciopesquisacafe.com.
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