por *Rodrigo Corrêa da Costa, que escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
As duas reuniões dos dois principais bancos centrais mundiais, o americano e o europeu, serviram apenas para que seus presidentes reafirmassem que as instituições estão prontas para agir caso seja preciso – ou seja nada de concreto foi anunciado.
Entretanto o tom mais duro de Mario Draghi, em recado direto à Alemanha, deixou os agentes mais confiantes e ajudou a puxar as cotações das bolsas na Europa.
Nos Estados Unidos uma casa corretora teve problemas com seus sistemas de negociação, provocando volatilidade forte no mercado acionário e levantando dúvidas se os mesmos não impactaram algumas commodities.
O café, tanto em Nova Iorque como em Londres, encerrou a semana praticamente inalterado, mas a performance foi agitada com o arábica oscilando entre 170.60 e 178.90 e o robusta entre 2192 e 2258.
Importante notar a aproximação do interesse de compra da indústria e de venda das origens nos extremos do intervalo, sinal que demonstra estarmos em um nível de preço onde ambos vêem um valor “justo” (se é que existe isto) para o produto.
A movimentação do físico nas origens fica mais lenta com o pico da entressafra na América Central e Vietnã, e com a disciplina de venda dos produtores no Brasil e Peru – o que não significa que não se modificará.
A maior disponibilidade de grãos brasileiros aliados com o clima mais seco, deve tornar mais ofertado o mercado local, e com uma ajuda da bolsa ou do dólar, os diferenciais de cafés de “combate” podem alargar um pouco.
Se isto for verdade soará como música aos ouvidos dos torradores, que começam a voltar de férias e se preparam para aumentar a cobertura dos seus magros livros.
Estatísticas divulgadas pela OIC para o ano-safra entre julho de 2011 e junho de 2012 corroboram para o perfil de consumo que tem apontado uma maior utilização do robusta. As exportações totais do período foram de 104.46 milhões de sacas, sendo 64.48 milhões de arábica e 39.98 milhões de sacas de robusta. Comparando com o ano anterior tínhamos um total de 105.8 milhões de sacas, dívidas entre 68,76 milhões para o arábica e 37,05 milhões para o robusta.
A safra maior brasileira de alguma forma devolverá um pouco de participação para o grão “mais nobre”, mas é bom não esquecermos que a produção do conillon está em nível recorde no país, e o Vietnã e a Indonésia devem ter uma safra que não será pequena – principalmente se considerarmos que o primeiro pode ter produzido até 25 milhões de sacas em 2011/2012.
As tentativas frustradas do “C” em romper os 170 centavos deve estimular maior interesse de compra próximo do nível, ainda mais com a arbitragem entre SP e NY namorando os 2 centavos de desconto e o Brasil sendo o principal mercado disponível do momento.
O real não enfraquecendo e o Euro também mantendo o atual suporte podem ajudar os produtores a não ver uma maior depreciação do valor de seus cafés.
Uma excelente semana e muito bons negócios a todos.
Rodrigo Costa*
Entretanto o tom mais duro de Mario Draghi, em recado direto à Alemanha, deixou os agentes mais confiantes e ajudou a puxar as cotações das bolsas na Europa.
Nos Estados Unidos uma casa corretora teve problemas com seus sistemas de negociação, provocando volatilidade forte no mercado acionário e levantando dúvidas se os mesmos não impactaram algumas commodities.
O café, tanto em Nova Iorque como em Londres, encerrou a semana praticamente inalterado, mas a performance foi agitada com o arábica oscilando entre 170.60 e 178.90 e o robusta entre 2192 e 2258.
Importante notar a aproximação do interesse de compra da indústria e de venda das origens nos extremos do intervalo, sinal que demonstra estarmos em um nível de preço onde ambos vêem um valor “justo” (se é que existe isto) para o produto.
A movimentação do físico nas origens fica mais lenta com o pico da entressafra na América Central e Vietnã, e com a disciplina de venda dos produtores no Brasil e Peru – o que não significa que não se modificará.
A maior disponibilidade de grãos brasileiros aliados com o clima mais seco, deve tornar mais ofertado o mercado local, e com uma ajuda da bolsa ou do dólar, os diferenciais de cafés de “combate” podem alargar um pouco.
Se isto for verdade soará como música aos ouvidos dos torradores, que começam a voltar de férias e se preparam para aumentar a cobertura dos seus magros livros.
Estatísticas divulgadas pela OIC para o ano-safra entre julho de 2011 e junho de 2012 corroboram para o perfil de consumo que tem apontado uma maior utilização do robusta. As exportações totais do período foram de 104.46 milhões de sacas, sendo 64.48 milhões de arábica e 39.98 milhões de sacas de robusta. Comparando com o ano anterior tínhamos um total de 105.8 milhões de sacas, dívidas entre 68,76 milhões para o arábica e 37,05 milhões para o robusta.
A safra maior brasileira de alguma forma devolverá um pouco de participação para o grão “mais nobre”, mas é bom não esquecermos que a produção do conillon está em nível recorde no país, e o Vietnã e a Indonésia devem ter uma safra que não será pequena – principalmente se considerarmos que o primeiro pode ter produzido até 25 milhões de sacas em 2011/2012.
As tentativas frustradas do “C” em romper os 170 centavos deve estimular maior interesse de compra próximo do nível, ainda mais com a arbitragem entre SP e NY namorando os 2 centavos de desconto e o Brasil sendo o principal mercado disponível do momento.
O real não enfraquecendo e o Euro também mantendo o atual suporte podem ajudar os produtores a não ver uma maior depreciação do valor de seus cafés.
Uma excelente semana e muito bons negócios a todos.
Rodrigo Costa*
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