Instituições criadas sob os princípios da Economia Solidária melhoram condições de vida em comunidades carentes no país
Brasília, 29/11/2012 – Os bancos comunitários, criados para fomentar a economia de comunidades carentes, estão se transformando numa realidade no Brasil. Eles já chegam ao total de 81, graças ao apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Criados para dar suporte às populações desfavorecidas, os Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs), como são formalmente conhecidos, destacam-se como uma prática das finanças solidárias voltada para o combate à extrema pobreza no país.
Diante das dificuldades dos territórios empobrecidos, o interesse pelos BCDs é maior em comunidades rurais, em favelas e bairros de periferia das grandes cidades, além de territórios isolados, como os da Região Amazônica e áreas de quilombolas. O mais recente deles foi instalado há duas semanas em Esmeraldas, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A exemplo do BCD de Esmeraldas, os bancos comunitários se apoiam em uma série de dinâmicas locais para expandir a renda da população dos locais onde atuam.
“A iniciativa permite melhorar a vida das pessoas que moram na comunidade atendida, pois amplia as possibilidades de trabalho, renda e profissionais, aquecendo a economia local e proporcionando o desenvolvimento da região”, explica Fabíola Castro, chefe da Sessão da Economia Solidária da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE/MG). Como instituições de fomento, os bancos comunitários operam com fundo de crédito solidário, moeda social, apoio a feiras de produtores e como correspondentes bancários de instituições públicas federais.
Microfinanças - Do total de bancos comunitários em funcionamento, 20 mantêm correspondência para recebimento de contas e realização de pequenas operações bancárias. Contudo, a maior relevância da atuação das instituições solidárias está na concessão de crédito às populações carentes, permitindo assim uma dinamização da economia a partir das microfinanças dos correntistas. Os recursos totais movimentados pelos BCDs já superam R$ 21 milhões, com o benefício de que esses recursos permanecem dentro dos limites das comunidades locais.
Graças à moeda social, aceita apenas nas trocas comerciais locais, os moradores conseguem fazer com que o dinheiro circule e permaneça na própria comunidade. É esse princípio das finanças solidárias que leva as economias carentes a se fortalecerem, criando oportunidades de negócio e de investimentos. A “Esmeralda”, moeda local do BCD de Esmeradas, deverá produzir efeito semelhante, espera Fabíola. “A ideia é que aumente o dinheiro circulante na comunidade, fazendo com que os moradores deem preferência às compras no comércio local, em vez de se deslocarem para outros municípios”, diz.
Ao se preocuparem com o território ao qual pertencem – seja uma comunidade, um bairro ou um pequeno município –, os bancos comunitários procuram financiar e orientar a construção de empreendimentos produtivos, de prestação de serviços e de consumo no próprio território. “O maior objetivo e compromisso é a construção de redes locais de Economia Solidária mediante a articulação de produtores, prestadores de serviços e consumidores locais”, define o coordenador-geral de Comércio Justo e Crédito da Senaes, Haroldo Mendonça.
Educação financeira – Adicionalmente aos ganhos econômicos proporcionados pelos bancos comunitários, as populações por eles atendidas contam com o benefício da educação financeira. O contato mais próximo com os correntistas faz dessas instituições uma ferramenta de acesso aos serviços bancários. Como instrumentos que visam superar a segregação e exclusão de parcela importante de cidadãos brasileiros, os BCDs integram o Plano Brasil Sem Miséria, do governo federal.
Assessoria de Comunicação Social MTE
(061) 2031-6537 – acs@mte.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário