Traduções do Manifesto do Partido Comunista mostram o grau de influência da obra, em especial no Brasil
Gabriel Perissé
Gabriel Perissé
A jornalista escocesa Helen Macfarlane assinou a primeira tradução em inglês, em 1850. Dois anos antes, o socialista utópico Pehr Götre traduziu o Manifesto para o sueco, tomando a liberdade de alterar alguns trechos e substituir o "Proletários de todos os países, uni-vos" pela frase, em tom cristão: "A voz do povo é a voz de Deus". Bem mais tarde, em 1886, houve nova tradução para este idioma, por Axel Danielsson, recuperando o texto original.
Ainda em 1848, o advogado Victor Tedesco, muito amigo de Marx, teria feito uma versão francesa, que se perdeu. Houve outras tentativas, mas somente em 1885 veio à luz a primeira efetiva tradução para o francês, de Laura Lafargue, filha de Marx.
RetraduçãoA primeira tradução para o russo, em 1863, foi iniciativa do anarquista Mikhail Bakunin, que adulterou várias passagens do Manifesto. Os erros foram eliminados em 1882, em retradução de Gueorgui Plekhanov, um dos fundadores do marxismo russo.
As traduções se sucederam após a experiência da Comuna de Paris: em sérvio e espanhol (1871), português (1873), tcheco (1882), polonês (1883), dinamarquês (1884), italiano e iídiche (1890), búlgaro (1891), holandês (1892), armênio e romeno (1894), húngaro e norueguês (1896), georgiano (1897), e, pelo século 20 afora, rumo ao Oriente, em japonês (1904) e mandarim (1907).
A primeira tradução brasileira é de 1923, pelo alagoano Octávio Brandão, a partir da edição francesa. Outras traduções se sucederam no país, por vezes sem o nome do tradutor e em condições semiclandestinas, por motivos óbvios.
Existem hoje várias traduções disponíveis, nem sempre produzidas diretamente do alemão. Ou, tomando como base o texto original, enriquecidas pelo cotejo com versões francesas, inglesas, italianas etc.
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