247 – Das quatro revistas semanais brasileiras, Veja, Istoé, Carta Capital e Época, esta última foi a única que não dedicou sua capa ao escândalo de corrupção no futebol mundial, que tem como personagem central o empresário J.Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic.
Hawilla, como se sabe, compra direitos de torneios como a Copa do Brasil, e os revende imediatamente à Globo. É, portanto, apenas uma atravessador. Mais do que isso, é sócio direto dos Marinho nas emissoras que possui no interior paulista. Ou seja: tem relações umbilicais com a Globo.
No entanto, quem lê Época, que dedica sua capa a uma bizarra edição retrô ambientada em 1985, sai com a impressão de que a Globo é vítima das traquinagens de Hawilla.
"Como o empresário J.Hawilla criou e alimentou um esquema internacional de pagamento de propinas, que levou à cadeia oito dirigentes da Fifa", diz a chamada do texto.
Ora, se Hawilla pagava propinas, de onde saíam os recursos? Evidentemente, da empresa que comprava os direitos de transmissão dos torneios que ainda hoje exibe. Não por acaso, a Globo cogita demitir o executivo Marcelo Campos Pinto, que é o "rei do futebol" na emissora – ele, no entanto, ameaça colocar a boca no trombone.
Qualquer que seja o desfecho do caso, é de se questionar: não seria aplicável, neste caso, a teoria do domínio do fato?
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