247 - A investigação do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, sobre corrupção no mundo do futebol, criou um sério embaraço para a Globo, que detém os direitos exclusivo de transmissão dos principais torneios nacionais e internacionais.
Segundo a Globo, estão sendo investigadas apenas empresas empresas de marketing esportivo – e não grupos de mídia. No entanto, essas empresas, como a Traffic, de J. Hawilla (sócio direto da Globo), e a Klefer, de Kléber Leite, compravam os direitos dos torneios e os revendiam à Globo. Eram, portanto, apenas, intermediários nas negociações com as confederações (saiba mais em "EUA desenham caminho de propina que atinge a Globo").
Por conta da proximidade evidente com o esquema investigado pelo FBI, a Globo estuda, agora, demitir o seu "rei do futebol". Trata-se do executivo Marcelo Campos Pinto, que é quem negocia a compra de todos os torneios, em nome dos irmãos Marinho.
Segundo informação publicada no Blog do Paulinho, especializado no mundo do futebol, Campos Pinto teria sido pressionado a pedir demissão, mas ameaçou colocar "a boca no trombone". Leia abaixo:
A investigação do FBI americano sobre pagamento de propinas nos negócios envolvendo compra de direito televisivos dos principais torneios de futebol do Planeta gerou uma crise interna na Rede Globo que estourou, ontem, em reunião de diretores da emissora com o executivo Marcelo Campos Pinto.
O clima foi tenso.
Responsável pela ligação da Globo com o mundo da cartolagem (CBF, Federações e clubes), Pinto foi pressionado a pedir demissão, mas o dirigente retrucou, ameaçando “botar a boca no trombone”.
É grande o temor que os detidos, em delação premiada, possam, de alguma maneira, comprometer a emissora.
Demitir Campos Pinto seria a maneira de expor publicamente que a Globo teria sido vítima de negócios realizados pelo executivo à margem do conhecimento dos diretores.
Mas como explicar a origem dos pagamentos mensais (que, evidentemente, não sairam dos bolsos do funcionário), milionários, aos dirigentes ?
Se para o público a solução imaginada é colocar a culpa no “bode espiatório”, internamente, o executivo, já com poderes diminuídos, é acusado de jogar para os dois lados, por vezes, em benefício maior da cartolagem.
A maior rede de televisão do pais vive um drama que nem mesmo seus melhores roteiristas de novelas poderiam imaginar.
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