quinta-feira, 4 de junho de 2015

Brasil: superar a fome é possível


03/06/2015 09:35
Governo brasileiro apresenta ações que levaram à superação da fome e da pobreza
 extrema no país durante seminário internacional na Expo Milão 2015

Milão (Itália), 3 – O avanço no debate e na institucionalização da Política de Segurança
 Alimentar e Nutricional do Brasil foi um dos mais expressivos ganhos observados nas 
políticas sociais brasileiras dos últimos 12 anos. Foi em torno do tema da fome,
 da possibilidade concreta e da urgência ética de sua superação, que o Brasil começou
 a desenhar importantes programas de combate à pobreza.

O tema será apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 
Fome (MDS) nesta quarta-feira (3) e quinta-feira (4), na Itália, durante o Seminário
 Internacional Políticas Sociais para o Desenvolvimento – Edição Especial “Brasil: 
Superar a Fome é Possível”. O encontro será realizado no Pavilhão Brasil, na Expo 
Milão 2015, na Itália.

No primeiro dia de encontro, o secretário extraordinário para Superação da Extrema
 Pobreza do MDS, Tiago Falcão, fala sobre a evolução das políticas sociais, como o 
Bolsa Família e o Plano Brasil Sem Miséria. No mesmo dia, ele também destacará a
 importância do Cadastro Único para Programas Sociais para mapear a pobreza no país.

Na manhã da quinta-feira (4), o secretário nacional de Segurança Alimentar e
 Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos, apresenta as ações brasileiras voltadas 
para a superação da fome e para o fortalecimento da agricultura familiar. E, no 
período da tarde, a ministra Tereza Campello, que participa do último painel do seminário.

Superação da fome – O sucesso da estratégia brasileira de combate à fome foi 
reconhecido em 2014, quando o país deixou o Mapa da Fome da Organização 
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), por ter menos de 5% 
da população em situação de insegurança alimentar. De acordo com dados do 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do governo 
brasileiro, são apenas 1,7% de subalimentados na população.


Desde 1990, o Brasil reduziu em 84,9% o número de subalimentados. A queda foi 
mais acentuada a partir de 2002, como resultado de um conjunto de políticas de
 aumento da renda, fortalecimento da agricultura familiar e do Programa Nacional 
de Merenda Escolar, que fornece alimentação a 43 milhões de crianças e jovens 
em escolas públicas no país.

“O grande mérito da superação da fome no Brasil é que o combate à subalimentação 
deixou de ser uma questão filantrópica para ser o centro das políticas públicas”,
 destaca a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

A adoção pelo governo brasileiro de políticas de ampliação do acesso aos alimentos,
 apoio à agricultura familiar, transferência de renda, ampliação e qualificação da oferta 
de serviços, inclusão produtiva, além do pacto de combate à extrema pobreza com 
municípios, estados e sociedade civil, é a base para o país enfrentar novos desafios.

O Programa Bolsa Família, criado em 2003, foi a base para a consolidação de um 
amplo arquivo nacional de dados sobre os beneficiários – o Cadastro Único para 
Programas Sociais do Governo Federal, utilizado a partir de 2011 para permitir a 
concretização das ousadas metas do Plano Brasil sem Miséria. Entre 2001 e 2012,
 a renda dos 20% mais pobres cresceu três vezes mais do que a renda dos 20% 
mais ricos. Esse movimento também foi garantido por políticas de valorização do 
salário mínimo e de geração de emprego e renda no país.


Como resultado da integração de todas estas políticas, o Brasil alcançou também as 
principais metas internacionais estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do
 Milênio (ODM) para a erradicação da extrema pobreza e da fome no mundo, tornando-se
 uma referência internacional. O país foi um dos países que mais contribuíram para 
o alcance global da meta A do primeiro ODM, ao reduzir a pobreza extrema a menos 
de um sétimo do nível de 1990: de 25,5% para 3,5% em 2012.

A meta C do mesmo objetivo, de redução, até 2015, da fome à metade do nível de 
1990, também foi alcançada com êxito pelo Brasil, pois, entre 1989 e 2006, a prevalência
 de desnutrição infantil aguda, principal indicador da meta C, foi reduzida a um quarto 
do valor inicial - de 7,1% para 1,8%.

Desafios – Superada a fome como problema estrutural, o governo brasileira soma novos 
desafios para assegurar a segurança alimentar da população. A qualidade dos alimentos 
que chegam à mesa da população, o combate ao sobrepeso e à obesidade (decorrentes 
da má alimentação) e a redução da insegurança alimentar e nutricional de grupos 
populacionais específicos estão na agenda prioritária do país, que acompanha a 
transição nutricional que acontece no mundo.

No Brasil, mais de 50% dos adultos e 1/3 das crianças de 5 a 9 anos já estão com 
sobrepeso, resultado do elevado consumo de alimentos com alto teor de açúcares
 (sucos, refrigerantes e refrescos), sal e gordura (produtos ultraprocessados) e da 
baixa ingestão de frutas, hortaliças e peixes.

Entre 5 e 9 anos, o percentual de crianças com excesso de peso chega a 33,5% e, 
na adolescência, ultrapassa os 20% de indivíduos. Estudo do governo brasileiro
 indica que o Bolsa Família diminui em mais de 50% as chances de desenvolver
 desnutrição crônica e em quase 10% as chances de estarem com excesso de 
peso em relação aos indivíduos com até um ano no programa. Semestralmente,
 são acompanhadas cerca de nove milhões de famílias e cinco milhões de crianças.


Quanto ao consumo alimentar de adultos, dados recentes do Ministério da Saúde 
brasileiro mostraram tendências positivas: redução do consumo de refrigerante em 
20% nos últimos 6 anos; manutenção do consumo regular de feijão (comida tradicional
 do brasileiro) e aumento significativo do consumo de frutas e hortaliças. No ano passado,
 a pesquisa do governo apontou uma “estabilização“ na curva de obesidade em adultos 
e mostrou o efeito da escolaridade. O maior acesso à informação é um fator importante 
para esse resultado.

O desafio agora é reduzir o consumo de alimentos processados e ultraprocessados, 
alcançar a recomendação da Organização Mundial de Saúde no consumo de frutas e
 hortaliças e dar prioridade ao consumo de preparações feitas com alimentos in natura
 e minimamente processados, como o tradicional arroz com feijão.

Esse cenário evidencia que o país tem uma nova agenda de segurança alimentar e
 nutricional: a necessidade de melhorar a qualidade da alimentação, por meio da 
oferta de alimentos mais saudáveis, diversificados e que respeitem a cultura alimentar local.

Para atingir esse objetivo, o governo brasileiro está reforçando as políticas de 
inclusão produtiva rural da população, com ações para a universalização do acesso 
à água de consumo no Semiárido brasileiro, ampliação da escala da implementação
 de tecnologias sociais de acesso à água para produção, fortalecimento da produção, 
abastecimento e comercialização dos alimentos e a consolidação de um sistema 
nacional de segurança alimentar e nutricional - o que significa a definição de papéis 
dos entes federados no abastecimento e na gestão de restaurantes populares, 
cozinhas comunitárias e bancos de alimentos.

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

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