quinta-feira, 18 de junho de 2015

Programa capacita mais de 160 mil assentados da reforma agrária


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quarta-feira, 17 Junho, 2015 - 19:30
Foto: Paulo Henrique Carvalho/ MDA
“Eu quero uma escola do campo que não tenha cercas, que não tenha muros. Onde iremos aprender a sermos construtores do futuro”. Foi com a canção escrita pelo compositor Gilvan Santos que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deu início ao lançamento da II Pesquisa Nacional sobre Educação na Reforma Agrária (II PNERA). O documento, divulgado nesta quarta-feira (17), no auditório do instituto, em Brasília, revela que desde a criação do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) mais de 164 mil assentados da reforma agrária tiveram acesso a cursos, inclusive de graduação. 
A pesquisa, que levantou dados do Pronera de 1998 a 2011, revela que em 13 anos foram realizados mais de 320 cursos de Educação para Jovens e Adultos (EJA) fundamental e de ensinos médio e superior. Os cursos envolveram 82 instituições de ensino, 38 organizações demandantes e 244 parceiros. 
No evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, salientou que os resultados apresentados no relatório evidenciam o compromisso do Governo Federal com a reforma agrária. “Pautados pela função social da terra, nossa prioridade é assentar todas as famílias acampadas e transformar os assentamentos em espaços produtivos e sustentáveis. Para isso, precisamos promover a integração das políticas públicas, principalmente àquelas vinculadas à educação. O conhecimento transforma: o assentamento, a sociedade, o País”, destacou. 
O potencial de transformação dos cursos oferecidos a trabalhadores rurais, inclusive no âmbito familiar, também foi reconhecido pela presidente do Incra, Maria Lúcia Falcón. “O impacto dessa política na vida das pessoas é muito significativo. Na família, por exemplo, quando se tem pelo menos uma pessoa com acesso à educação, tudo muda. Desde as conversas cotidianas às mudanças no hábito de leitura. É por isso que esse evento é tão importante. O Pronera enraíza o conhecimento, é uma arma de luta poderosa pela reforma agrária”.
“Tudo que sou hoje é resultado do Pronera”
A criação do programa, em 1998, entusiasmou a assentada Acássia Maria Feitosa a voltar à sala de aula. Aos 40 anos, ela se matriculou na primeira turma de Pedagogia da Terra oferecida pelo programa. Com o diploma em mãos, Acássia ingressou no também pioneiro curso de especialização em Educação do Campo. Hoje, além de integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Acássia incentiva os companheiros de movimento a se profissionalizarem e coordena um núcleo de educação no campo da Secretaria de Educação de Sergipe. “Tenho muito orgulho de ter escrito minha história por meio do Pronera. Hoje estou muito mais fortalecida para lutar pelos meus ideais”, reconheceu a assentada. 
Sobre o Pronera
O programa foi criado com o objetivo de ampliar os níveis de escolarização dos trabalhadores rurais assentados. O intuito é que a iniciativa seja um instrumento de democratização do conhecimento no campo. Por meio dele, o Governo Federal apoia projetos de educação que tenham metodologias voltadas para o desenvolvimento das áreas de reforma agrária.
Os jovens e adultos de assentamentos participam de cursos de educação básica (alfabetização, ensinos fundamental e médio), técnicos profissionalizantes de nível médio e diferentes cursos superiores e de especialização. O Pronera também capacita educadores, para atuar nas escolas dos assentamentos, e coordenadores locais, que agem como multiplicadores e organizadores de atividades educativas comunitárias.
Ranyelle Andrade
Ascom/MDA
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