247 - O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos maiores criminalistas do país, não poupou críticas às declarações da sua colega Beatriz Catta Preta, que renunciou a todos os casos em que defendia nas ações da Operação Lava Jato e anunciou sua desistência da advocacia por ter recebido ameaças veladas de membros da CPI da Petrobras.
"Os advogados resistiram à vida inteira, à ditadura, a várias arbitrariedades. É um insulto advogado desistir da defesa por causa de ameaça velada. Essa mulher não advogava, ela fazia delação premiada", disse Kakay, que defende o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), nos processos da Lava Jato.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Catta Preta, que foi responsável por nove delações premiadas na Lava Jato, explicou que deixou os casos por se sentir ameaçada e intimidada por integrantes da comissão. A advogada afirmou que não recebeu nem metade dos R$ 20 milhões em honorários, estimados pelos parlamentares .
Entre os clientes de Beatriz Catta Preta, estavam o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e os executivos da Toyo Setal, Augusto Mendonça e Júlio Camargo. Na entrevista, a advogada disse que a "intimidação" a ela e a sua família começaram depois que o empresário da Toyo Setal, Júlio Camargo, denunciou, em delação premiada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de receber US$ 5 milhões em propina para viabilizar contratos com a Petrobras. Segundo ela, Camargo não tinha citado Cunha nos primeiros depoimentos por medo e que agora, ele apresentou provas, como documentos, à Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário