A presidenta Dilma Rousseff entrega, nesta sexta-feira (4), 1.948 unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), em Campina Grande (PB), do Loteamento Acácio Figueiredo e Raimundo Suassuna. O empreendimento é destinado a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil e teve investimento de R$ 91,3 milhões.
Rosana Santos, 38 anos, é uma das beneficiadas pelo residencial. Mãe de oito filhos, ela é viúva de dois maridos e vive de pensão. Ela, que pagava 270 reais de aluguel, conta as dificuldades de quem mudou de casa cinco vezes nos últimos dois anos. “Eu já sofri muito procurando casa de aluguel. É muito difícil arrumar uma casa quando a gente tem muita criança, sem contar também as condições financeiras para pagar”.
A ansiedade já tomou conta de Rosana. Ela não dorme há uma semana na expectativa de mudar para a casa nova. Lá, vai morar com seis dos oito filhos, além de dois netos, pagando uma prestação de 38 reais. Mas não é só por receber a casa que Rosana comemora. “Não é só ter uma casa, é ter uma casa que é digna para mim, para os meus filhos e para todas as famílias que precisam. É abrir a porta e ter uma casa hoje que tem rua calçada, tem escola, tem creche. Então, é um local que não pensaram somente em fazer uma casa, mas pensou em dar uma nova vida à gente. Uma nova chance de esperança na vida para nós e para todas as famílias beneficiadas aqui de Campina Grande”.
Ao ser questionada sobre o que vai primeiro quando se mudar, Rosana pensa nas crianças. “Meus filhos vão querer correr, brincar, contar para os amigos que têm uma casa nova. Chegar na escola e dizer que tem uma casa na cerâmica, no PVC, com banheiro bonito. É uma benção”, imagina.
Além de escolas e creche, o residencial é equipado com infraestrutura completa, pavimentação, posto de saúde, redes de água, esgotamento sanitário, drenagem, energia elétrica e disponibilidade de acesso ao transporte público.
Vida MelhorA aposentada Josefa Farias, 75 anos, vive em um terreno irregular na margem de um riacho, a uns 300 metros do residencial. Ela mora com a neta Maria José da Silva, 23 anos, que possui uma deficiência mental desde criança, necessitando, em tempo integral, dos cuidados de dona Josefa.“Cuido mais dela do que de mim”, diz a avó com os olhos atentos nos movimentos da neta.
Josefa conta que ficou viúva em 2001 e, de lá para cá, passou muitas dificuldades. Ela deu o exemplo de quando o riacho subiu o nível da água, em 2013, enchendo o barraco de dona Josefa até a metade da parede. Com muito trabalho, ela recuperou tudo que tinha perdido na enchente e agora espera não passar mais por isso na casa nova, que consegue ver da porta da casa antiga.
“Daqui, onde estou morando hoje, gosto não, porque vivo morrendo dentro d’água. Estou muito feliz de receber a minha casa. Vai ficar melhor para mim e para ela. Todo dia eu namoro a minha casinha, pensando no dia que eu vou pra ela”, conta.
Como o residencial possui dois Postos de Saúde Familiar, Josefa pretende levar Maria para exames de rotina, confiante na melhora da qualidade de saúde de sua neta. “Agora vão tratar melhor dela”, diz esperançosa.
“É o futuro a ser construído”Há dois anos, Vanessa de Souza, 24 anos, se mudou para a casa da mãe com sua filha Larissa, de 3 anos, após se divorciar do marido. Com um salário mensal de 300 reais trabalhando como auxiliar de cozinha, Vanessa tenta ajudar a mãe com parte dos seus ganhos. “Na verdade minha mãe que me ajuda porque não tenho condições de pagar um aluguel”.
Mas agora Vanessa está animada porque vai mudar para o residencial com sua filha. Quando soube que tinha sido sorteada, ela separou um dinheiro e comprou móveis e eletrodomésticos usados para mobiliar a casa nova.
“Estou muito feliz porque consegui realizar um sonho na minha vida, que é a minha casa própria. Estou muito satisfeita. Já estou com minhas coisas tudo compradas, tudo guardadinhas, só esperando mesmo a hora de me entregarem a casa. Na hora que me entregarem eu estou indo porque não quero perder nenhum minuto sem estar dentro dela”, conta ansiosa.
Vanessa já visitou a casa, o que aumenta mais ainda a ansiedade.“Gostei muito de lá e não vejo a hora para eu levar as minhas coisas. É o futuro a ser construído”.
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