Francisco e Bento XVI dialogam em reuniões secretas no Vaticano
A revelação foi feita por fontes eclesiásticas ao jornalista Dermi Azevedo. Em pauta, os documentos secretos sobre a corrupção na Cúria que envolvem o próprio secretário de Estado, o cardeal italiano Tarcisio Bertone, medidas para dar mais transparência às atividades administrativas internas, e até a criação de um Ministério da Economia do Vaticano, para aperfeiçoar a gestão econômica em um momento em que a crise financeira da igreja pode se agudizar.
Dermi Azevedo
Os papas Francisco e Bento XVI dialogam secretamente sobre o presente e o futuro da Igreja Católica Romana a respeito de decisões que levem à transparência as atividades da Cúria Romana, principal instância administrativa do Vaticano, revelam fontes eclesiásticas. Alguns dos deslocamentos pontifícios são tornados públicos. Outros contatos, porém, são feitos no melhor estilo dareal politique, ou seja, de forma absolutamente secreta.
Em recente reunião, em 2 de maio, no Vaticano, Bento XVI “foi recebido fraternalmente” por seu sucessor, segundo nota oficial da Santa Sé. O papa emérito – título que lhe foi dado depois que renunciou – encontrou no papa Francisco “uma grande cordialidade”. O encontro foi realizado no mosteiro em que Ratzinger residirá em definitivo, assim que o desejar. Na nova residência morarão também o padre Georg Gänswein (teólogo de Friburgo, e as secretárias, conhecidas como memores Domini – que fizeram parte da família pontifícia nos últimos anos).
Dossiê Bento XVI
Os dois papas têm, na verdade, muito o que discutir. Os documentos secretos de Bento XVI, recentemente divulgados pela imprensa italiana, contêm afirmações surpreendentes do pontífice, como, por exemplo, “pela primeira vez, percebi ter entrado numa história maior do que eu”, referindo-se aos casos de corrupção identificados na Cúria Romana e que envolvem, como um dos principais responsáveis, o próprio secretário de Estado, o cardeal italiano Tarcisio Bertone.
Numa das cartas dirigidas ao papa, pedindo-lhe providências urgentes, diante de casos comprovados de corrupção, o “papa negro” (como é conhecido o superior geral dos jesuítas, atualmente o espanhol Adolfo Nicolas) faz essas perguntas: “Por que o dinheiro desempenha um papel central (na Cúria Romana?)“ e “Onde estão a humildade e a liberdade dadas pelo Espírito Santo?”.
Crise financeira
Um tema constante e prioritário na agenda de Francisco I é o agravamento da crise financeira do Vaticano, no contexto da crise econômica mundial. Na avaliação do estafe econômico do papa, essa situação crítica está apenas começando, tendo, como uma das consequências um processo desequilibrado de globalização que prejudica todas as atividades produtivas.
Para os analistas econômicos pontifícios, esse quadro crítico leva o mundo a dividir-se em duas grandes áreas: a dos países ocidentais e dos Estados Unidos, que são menos produtores e mais consumidores; e a dos países orientais (particularmente a Índia), que são produtores e não exatamente bons consumidores.
A Igreja Católica Romana aplica essa análise à sua própria realidade e conclui que as principais fontes de renda do Vaticano provêm precisamente dos Estados Unidos e da Europa. Com a crise externa, agravada por fatores internos, o Vaticano teme uma bancarrota.
Acrescentam os assessores da Igreja que ganha terreno, nos países ocidentais, uma corrente laicista que preconiza uma urgente mudança na política considerada “paternalista” de alguns países europeus em relação ao Vaticano. Por todos esses motivos, avança, na Cúria Romana, o processo de instalação de um Ministério da Economia.
Em recente reunião, em 2 de maio, no Vaticano, Bento XVI “foi recebido fraternalmente” por seu sucessor, segundo nota oficial da Santa Sé. O papa emérito – título que lhe foi dado depois que renunciou – encontrou no papa Francisco “uma grande cordialidade”. O encontro foi realizado no mosteiro em que Ratzinger residirá em definitivo, assim que o desejar. Na nova residência morarão também o padre Georg Gänswein (teólogo de Friburgo, e as secretárias, conhecidas como memores Domini – que fizeram parte da família pontifícia nos últimos anos).
Dossiê Bento XVI
Os dois papas têm, na verdade, muito o que discutir. Os documentos secretos de Bento XVI, recentemente divulgados pela imprensa italiana, contêm afirmações surpreendentes do pontífice, como, por exemplo, “pela primeira vez, percebi ter entrado numa história maior do que eu”, referindo-se aos casos de corrupção identificados na Cúria Romana e que envolvem, como um dos principais responsáveis, o próprio secretário de Estado, o cardeal italiano Tarcisio Bertone.
Numa das cartas dirigidas ao papa, pedindo-lhe providências urgentes, diante de casos comprovados de corrupção, o “papa negro” (como é conhecido o superior geral dos jesuítas, atualmente o espanhol Adolfo Nicolas) faz essas perguntas: “Por que o dinheiro desempenha um papel central (na Cúria Romana?)“ e “Onde estão a humildade e a liberdade dadas pelo Espírito Santo?”.
Crise financeira
Um tema constante e prioritário na agenda de Francisco I é o agravamento da crise financeira do Vaticano, no contexto da crise econômica mundial. Na avaliação do estafe econômico do papa, essa situação crítica está apenas começando, tendo, como uma das consequências um processo desequilibrado de globalização que prejudica todas as atividades produtivas.
Para os analistas econômicos pontifícios, esse quadro crítico leva o mundo a dividir-se em duas grandes áreas: a dos países ocidentais e dos Estados Unidos, que são menos produtores e mais consumidores; e a dos países orientais (particularmente a Índia), que são produtores e não exatamente bons consumidores.
A Igreja Católica Romana aplica essa análise à sua própria realidade e conclui que as principais fontes de renda do Vaticano provêm precisamente dos Estados Unidos e da Europa. Com a crise externa, agravada por fatores internos, o Vaticano teme uma bancarrota.
Acrescentam os assessores da Igreja que ganha terreno, nos países ocidentais, uma corrente laicista que preconiza uma urgente mudança na política considerada “paternalista” de alguns países europeus em relação ao Vaticano. Por todos esses motivos, avança, na Cúria Romana, o processo de instalação de um Ministério da Economia.
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