O patrimônio líquido das famílias americanas (diferença entre o valor dos bens e as dívidas) aumentou, em média, 14% de 2009 a 2011, passando de US$ 35,2 trilhões para US$ 40,2 trilhões, o que poderia dar a entender que a maior parte da população do país está recuperando o padrão de vida perdido na crise de 2008.
Sílvio Guedes Crespo
Sílvio Guedes Crespo
Todos esses dados se referem a médias. Claro que pode haver famílias ricas que perderam patrimônio e pobres que ganharam. Mas, de modo geral, o grupo dos 7% mais abastado concentra a população que teve maior crescimento no valor de suas posses.
Ações vs imóveis
O empobrecimento dos 93% é explicado basicamente pela desvalorização dos imóveis. Nas famílias de classe média, o principal item do patrimônio costuma ser a casa própria, que tem perdido valor.
Os preços de residências nos EUA estão hoje 29% abaixo do pico registrado em 2006, segundo o índice S&P Case Shiller.
Entre as famílias com patrimônio abaixo de US$ 500 mil, a casa própria corresponde a mais de 65% de suas posses.
Para os que têm patrimônio acima desse valor, a residência significa apenas 50% de seus bens, enquanto os ativos no mercado financeiro equivalem a 33%. Como a Bolsa de Nova York tem subido fortemente, essas famílias conseguem aumentar o patrimônio. O índice S&P 500, uma das referências do mercado de ações nova-iorquino, avançou 34% de 2009 a 2011.
Mas o Census Bureau, órgão estatístico oficial, fez outro recorte dos mesmos dados e constatou que, de fato, apenas uma minoria no topo da pirâmide teve melhora de vida.
A instituição dividiu as famílias americanas em nove grupos, segundo o tamanho do patrimônio. Apenas a faixa mais elevada, dos que têm posses acima de US$ 500 mil, aumentou suas riquezas, conforme indica a tabela abaixo.
VARIAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO DAS FAMÍLIAS AMERICANAS (EM US$)
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