Para a manutenção de uma
cafeicultura competitiva em produção, produtividade, qualidade e economicamente
sustentável, o conhecimento de técnicas modernas de produção é indispensável.
Para o mercado exportador, é de fundamental importância que o café apresente
propriedades organolépticas (que podem ser percebidas pelos sentidos, como a
cor, o sabor, a textura e o aroma) e químicas desejáveis. Essas propriedades
são dependentes da eficiência do pré-processamento ao qual o produto foi
submetido.
A
Embrapa Café, coordenadora do programa de pesquisa do Consórcio Pesquisa Café,
lançou a publicação “Construção e Utilização do terreiro Híbrido para a
Secagem do Café”, dos pesquisadores JuarezSouza e Silva, da
Universidade Federal de Viçosa - UFV; Sérgio Maurício Lopes Donzeles e Douglas
Gonzaga Vitor, ambos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais –
Epamig. UFV e Epamig são instituições participantes do Consórcio. A
Circular Técnica mostra passo a passo as etapas do processo de construção e
utilização do terreiro, que contribui para a manutenção da competitividade da
cafeicultura do pequeno ao médio produtor, a qualidade do produto e a
sustentabilidade ambiental.
Segundo
Juarez, o método de secagem utilizado é a operação que exerce mais influência
na qualidade final do produto e é durante os três primeiros dias que, após a
colheita, que o cafeicultor tem condições de manter a qualidade do produto
colhido, evitando a proliferação de organismos que deterioram o café na fase
inicial de secagem. Até recentemente não existia um sistema de secagem de café
para atender, satisfatoriamente, à maioria dos produtores.
"Por ser considerado
um gargalo para muitas regiões produtoras, o terreiro convencional tem sido
inadequado, pois ele apresenta baixa eficiência de secagem por requerer tempo
relativamente longo para a secagem, o que expõe o produto a condições adversas
ao clima, inviabilizando segurança para produção com qualidade e ainda
demanda muita mão de obra. Já os secadores mecânicos comerciais, além de
necessitarem de pré-secagem, apresentam alguns problemas, como manutenção,
necessidade energética alta e possíveis danos térmicos ao produto, quando
operados inadequadamente”, explica.
O terreiro híbrido, tema da
publicação, é simples, econômico e capaz de secar o café recém-saído do lavador
ou descascador em menos de cinquenta horas efetivas de funcionamento com o ar
aquecido a 50º. A publicação mostra que o terreiro nada mais é do que o uso de
parte de um terreiro convencional onde se adapta um sistema de ventilação
composto de ventilador, túnel e distribuidores de ar, cujo ar é aquecido por
uma fornalha para biomassa ou qualquer outra forma de aquecimento para secagem
do produto enleirado sobre as calhas de distribuição. A secagem por ar
aquecido, usando fornalhas eficientes em pré-secadores e secadores, acelera o
processo de secagem e evita a proliferação de organismos que deterioram o café
na fase inicial de secagem.
Produção
com economia –
Na produção de grãos e café, a secagem é a operação que mais consome energia
elétrica e de biomassa. As operações de secagem e armazenagem, quando realizadas
corretamente e com equipamentos eficientes, contribuem significativamente para
a redução dos custos operacionais em razão da economia de energia que
propiciam. Os equipamentos para produção do café cereja descascado
(máquinas de limpeza, lavadores, classificadores, despolpadores) e um bom
sistema de secagem e armazenagem levam sempre a uma produção de qualidade com
baixo consumo energético.
Para
garantir padrão de qualidade superior, além de a secagem ser feita o mais
breve possível, a temperatura máxima segura do grão durante a secagem deve ser
de 40oC. Os pesquisadores explicam que, se dentro de 60 horas a
umidade inicial do café for reduzida para 18%, aproximadamente, o produto entra
em uma fase segura e que permite uma secagem mais lenta até atingir 11,5%, que
é a umidade adequada para o armazenamento por longos períodos. O uso de
pré-secadores e secadores adequados ou que independa das condições climáticas
dá ao cafeicultor uma garantia de bom trabalho e produção com qualidade.
Juarez lembra que, para que
o café permaneça com as características originais, é preciso que todas as
operações anteriores à secagem sejam bem feitas. “Não há agregação de qualidade
se essa característica não existir, mas sim a manutenção dela. Sendo assim, é
importante reforçar que, sem secadores e acessórios, dificilmente o cafeicultor
pode competir no mercado de cafés de qualidade”, conclui.
Uso das tecnologias - Não há uma
estatística correta. Entretanto, sabe-se que vem crescendo muito a adoção de
técnicas mais efetivas de pós-colheita. A Zona da Mata de Minas Gerais e a
Serras do Espírito Santo, antes produtoras de cafés inferiores, passaram, com o
uso crescente de tecnologias adequadas, a serem uns dos grandes produtores de
cafés de qualidade. Esse crescimento tem ocorrido continuamente após o
incremento de tecnologias a partir da criação do Consórcio Pesquisa Café.
Consórcio
Pesquisa Café -
Congrega instituições de pesquisa, ensino e extensão localizadas nas principais
regiões produtoras do País. Seu modelo de gestão incentiva a interação das
instituições e a otimização de recursos humanos, físicos, financeiros e
materiais. Foi criado por dez instituições: Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agrícola - EBDA,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Minas Gerais - Epamig,
Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do Paraná - Iapar,
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper,
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa,
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-Rio,
Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa - UFV.
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF e Gabriela Coelho MTb 9396/DF
Cotatos: (61) 3448-1927 / flavia.bessa@embrapa.br
Sites: www.embrapa.br/cafe e www.consorciopesquisacafe.com.br
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