sexta-feira, 9 Janeiro, 2015 - 17:00
As dificuldades com o clima e a região semiárida do Nordeste nunca foram problema para Evangelista Silva de Souza, 48 anos. O agricultor familiar mora em Iraquara (BA), um dos 25 municípios que compõem a Chapada Diamantina, região serrana do estado, e planta mandioca. A raiz ocupa mais de três dos 4,2 hectares de sua propriedade e é o que garante o sustento da família – ele, a esposa, dois filhos, a nora e a neta.
Evangelista conta que dificuldades sempre existiram, mas que o segredo para o sucesso está na adaptação. “A gente se adapta conforme o lugar nos dá condição de viver. Então, já nos habituamos ao clima e ao solo”, revela. Mas nem isso atrapalhou a produção na comunidade rural Boca da Mata, onde mora há 24 anos. “O solo é bom, dá pra plantar sossegado. Agora está chovendo por aqui, mas ficamos bastante tempo sem chuva. Mas nem isso atrapalhou, continuamos produzindo do mesmo jeito. Pouquinho, mas produzimos”, diz.
Políticas públicas
Evangelista tem uma meta para 2015: conseguir fazer dez mil pacotes de beiju por mês. Para isso, ele aguarda aprovação para acessar, mais uma vez, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Ele comenta que o crédito é um forte aliado para que os negócios corram bem.
“O Pronaf traz muitos benefícios pra gente. Quando temos crédito, conseguimos movimentar os negócios”, observa. A renda mensal da família chega a R$ 2,5 mil, mas Evangelista espera aumentá-la. “Meu ganho anual é de R$ 30 mil, mas pretendo chegar a R$ 50 mil.”
Como ele já acessou o Programa outras vezes, comemora todas as conquistas que teve por meio do crédito. “Todo ano a gente consegue comprar uma coisinha para a família. A gente planta com nossos recursos, com nossos braços, e quando vem o acesso ao Pronaf a gente consegue comprar as nossas coisas.”
Evangelista também ajuda a esposa e um grupo de 25 mulheres da comunidade que estão começando agora no beneficiamento da mandioca. As agricultoras, que ainda não deram um nome ao grupo, pretendem acessar, em breve, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), ambos do Governo Federal.
Ele e a família não fazem planos de sair do campo e são agradecidos por tudo o que conseguiram no meio rural. “Tudo o que eu tenho conquistado é um prêmio. Se eu tenho uma casa que não faz vergonha em quem vem nos visitar, é um prêmio. Se eu tenho uma beneficiadora de beiju que não faz vergonha quando entra alguém aqui, é um prêmio também. Para mim, tudo é uma conquista”, comemora.
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