quarta-feira, 23 de setembro de 2015

FMI recomenda mais impostos na Palestina

Déficit de financiamento e bloqueio de Israel são alguns dos motivos que afetam o desenvolvimento dos territórios ocupados.



São Paulo - O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que as autoridades palestinas precisarão conter o aumento de salários, elevar impostos e administrar melhor as receitas procedentes da arrecadação para que a situação dos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia não piore.

Em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira (21) para o Ad Hoc Liaison Commitee (AHLC), o chefe da delegação do FMI para a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, Christoph Duenwald, afirmou que os custos da “falta de ação” são “potencialmente graves”. Entre eles, citou o desemprego crescente, uma recessão persistente e até revoltas sociais.

O Fundo afirmou que Israel, a Autoridade Palestina e os principais doadores precisam trabalhar juntos para manter a estabilidade fiscal, garantir a entrada de doações e garantir o funcionamento das instituições. O AHLC é um comitê formado por países e instituições internacionais que promove o diálogo entre doadores, a Autoridade Palestina e Israel.

Segundo o documento do Fundo, a Palestina deverá registrar um déficit de financiamento estimado em US$ 500 milhões neste ano, o equivalente a 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Por isso, o Fundo recomenda que sejam adotadas medidas para garantir o equilíbrio fiscal do país árabe. “As medidas devem ter foco na limitação do aumento de salários, introdução de novas taxas administrativas do governo e fortalecimento da administração dos impostos”, afirmou o Fundo.

Entre os motivos que levam a Palestina a “desafios assustadores”, o FMI cita a paralisação nas negociações de paz com Israel e crescimento das instabilidades políticas. O documento pede que Israel amplie a cooperação econômica, reduza as barreiras ao acesso à Cisjordânia e trabalhe em parceria com outros países para levantar o bloqueio à Faixa de Gaza, que impede a reconstrução da região após os bombardeios israelenses em julho de 2014.

“O recente conflito à Gaza tem gerado um impacto devastador em todos os setores da economia, em adição às perdas humanas”, afirmou o documento do Fundo. “Os doadores devem manter a ajuda à economia Palestina em meio a esta delicada conjuntura (política)”, afirmou o documento.

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