Quando a feira orgânica da Praia da Costa começou a
funcionar, 19 de março de 2005, vizinha da loja do Hortifruti, eu fiquei
imaginando 20 anos atrás, quando os produtores pioneiros do cultivo sustentável
e responsável eram tratados como malucos e irresponsáveis. Hoje a realidade é
outra, bem melhor.
Nestes sete anos os meus sábados ficaram diferentes,
porque sempre estou presente para comprar o alimento de minha família, um
privilégio. Na feira encontramos velhos companheiros e companheiras, como também
fazemos novas amizades. Ir a feira é obrigação semanal, uma alegria renovável a
cada sete dias.
Nas primeiras feiras havia uma desconfiança do pessoal
do Hortifruti, desconfiança que o tempo encarregou de eliminar. Um fato curioso
aconteceu comigo e um comerciante das imediações da feira orgânica. Ele sabendo
que eu conhecia o pessoal da feira e também do Hortifruti, me perguntou:
-Mansur, você não acha que aquela feira dos pomeranos
é uma concorrência desleal com o Hortifruti, que deve ter mais de 40
funcionários e paga impostos?
Em resposta perguntei se ele conhecia o gerente do
Hortifruti, o Ian. Ele falou que não. Então eu disse que já que você não
conhece o gerente e ele comentou comigo está situação, mas não pediu segredo,
posso lhe afirmar que o movimento do Hortifruti aumentou depois da feira
orgânica.
Dois meses
depois a mesma pessoa voltou com a mesma dúvida: a feira deve ter trazido problemas
para o Hortifruti. Concordei e disse que o Hortifruti estava naquele local
desde 1999 e que com o aumento da clientela, em parte provocado pela chegada da
feira, teve de comprar mais 25 carrinhos para facilitar as compras dos seus
clientes.
Mais adiante o Hortifruti que abria normalmente às
7:30 horas, teve de antecipar o horário, passou a atender os seus clientes às
7:00 horas. O cliente ia a feira bem cedo e ficava esperando o Hortifruti abrir
para completar as suas compras.
Nesta semana, no dia 21 de abril, mais uma noticia
interessante do Hortifruti, o gerente Ian me falou que “estamos abrindo às 6:40
para atender os clientes que antes passaram pela feira orgânica.”
A feira orgânica da Praia da Costa que começou com
poucas barracas, hoje soma 22, com produtores de Santa Maria do Jetibá e de
Iconha, oferecendo qualidade e preços que cabem no bolso. Eles ao venderem
diretamente aos consumidores conseguem ter no bolso um valor bem acima se
estivessem atrelados aos intermediários. Já os freqüentadores da feira pagam um
preço igual ou até mesmo menor quando vão supermercado. Na feira os produtos
são frescos e saem diretamente das propriedades para as nossas casas.
A feira orgânica da Praia da Costa é hoje uma
referencia.
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