CARLOS HENRIQUE ABRÃO25 DE MARÇO DE 2013 ÀS 14:24
Os veículos de
comunicação exercem forte poder de influência, mas hoje a imprensa comprometida
com a verdade e com o bem comum tornou-se exceção à regra
Declarada a inconstitucionalidade da Lei de Imprensa, no se
vácuo lacunoso, discute-se alternativa que possa conferir transparência à
informação e segurança ao público em geral.
Enquanto alguns Países adotam legislação que realiza um controle
externo na mídia, dentre outras circunstâncias, a Constituição Federal garante
ampla e plena liberdade, enquanto as concessões da rádio apresentam dez anos,
aquelas de televisão alcançam 15 e sujeitas à renovação pelo parlamentar, cuja
reprovação depende de quórum elevado.
No entanto, bem mais do que exercer um controle direto, fato é
que o Estado, na condição de poder concedente, deve manter um código moral e
ético a fim de que a mídia, de uma forma geral, harmonize-se com as
expectativas maiores da sociedade civil.
E tanto mais se busca um controle de qualidade quando a
informação eletrônica dispersa tem características muito deletérias, no
restabelecimento da verdade.
Assistimos a uma judicialização dos conflitos entre a mídia e
até que ponto o amplo exercício do informe não se confunde com uma realidade
particular que privilegie alguns setores, daí a necessidade de existir um
mecanismo que zele pela eficiência e veracidade da matéria publicada.
Velar pelo direito de resposta em tempo real significa um grande
avanço, porém o modelo proposto não se ajusta à possibilidade de um reparo no
sentido de qualificar a agressão moral sofrida.
Há necessidade, sim, de uma renovação constante dos meios de
comunicação, a revisão do modelo tributário da imunidade, principalmente no setor
religioso, e um código que permita maior repercussão numa imprensa séria e
totalmente independente.
Repousam na pedra de toque da independência e liberdade de
expressão os maiores compromissos da imprensa, que se permite policiar e
oferecer, ao público em geral, uma qualidade ímpar de sua informação.
Demais a mais, há necessidade de se refrear a propagada e uma
autêntica sistemática no propósito de arrecadar cultura e ética nas questões
principais.
Bem mais importante do que ter um controle direto sobre os meios
de comunicação é partilhar um modelo que se lhe ofereça ética,
responsabilidade, um caldo de cultura para contemplar o avanço da civilização.
E apesar de tudo isso, o que vemos são canais de televisão há
mais de meio século com os mesmos dirigentes, estações de rádio entre famílias
e amigos de parlamentares, e jornais que representam alguma ala de influência
política na divulgação de suas plataformas.
Nenhuma censura deverá haver e a própria Constituição, quando
aborda o tema da comunicação social, assim disciplina o assunto, porém o que se
questiona é a efetividade da informação e sua conotação de interesse público.
A partir do momento que se particulariza um dado ou se aumenta a
violência generalizada, existe um comprometimento da qualidade e atribuição dos
aspectos negativos.
O monopólio e o oligopólio devem ser banidos, mas a cartelização
do setor é cada vez maior e surpreendente, de tal sorte que uma imprensa
democrática precisa rumar forte e esperançosa para atingir seus ideais,
principalmente na capacitação dos seus articulistas e reorganização dos seus
objetivos.
O Estado Brasileiro, sem qualquer modelo de controle, a expor
censura, cabe um código de ética, moral e, simplesmente, de conduta para que os
meios de comunicação se modelem na sua consecução prática de alcançar à
sociedade.
Vivemos num tempo da informação, porém essa amplitude deve ser
revista, e remodelada, no sentido de sinalizar a prática e ter conteúdo
programático, não podemos ter programas que somente premiam vantagens econômicas
e, despudoramente, avançam em linhas contrárias à ética para um consumo
irracional e desavergonhado da publicidade.
Em resumo, os meios de comunicação social exercem forte poder de
influência, mas, hoje em dia, a imprensa comprometida com a verdade e com o bem
comum tornou-se exceção à regra, diante do endividamento presente, do poder
político e dos conchavos econômicos, donde o maior progresso será de libertar a
imprensa de brigas e disputas internas, que a tornam refratárias dos melhores
propósitos da notícia livre e independente.
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